Gabriel Pacheco é um cara que nasceu para os jogos e os jogos nasceram para ele. Mas, o casamento de patochovsk com o competitivo demorou a acontecer. Talvez, o desinteresse de ambas as partes seja a principal causa para esse atraso, que durou de mais de cinco anos.
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Para mudar isso, precisou surgir o VALORANT e todo um novo cenário. Somente o FPS da Riot Games foi capaz de desabrochar no jogador o desejo de competir em alto nível. E hoje, patochovsk é considerado um dos 10 melhores jogadores do ano pelo VALORANT Zone.
“SÓ POR DIVERSÃO”
Foi assim que o ainda Gabriel descobriu os games, “só por diversão”. Com uma lan house próxima a sua casa, aprendeu a jogar Counter-Strike 1.6 e nunca mais parou. Deixou os consoles de lado e se dedicou ao WASD.
Depois, mesmo sabendo de sua capacidade, não apostou no competitivo. Jogava CS:GO e Playerunknown’s Battlegrounds apenas para conseguir uma renda extra e se divertir. Foi em uma dessas partidas de PUBG que surgiu o nick que utiliza até hoje.
“Um cara me chamou de “PATOVISC”, eu entendi “PATOCHOVISK”, achei o nick legal e decidi começar a usar”, explicou o jogador.
Apesar desse “atraso” de cinco anos em outros jogos não prejudicou a skill do jogador. Tanto é que chegou muito forte no VALORANT.
O VALORANT É SÉRIO
O interesse de pato com o VALORANT aconteceu desde o início. Ao contrário dos outros jogos, passou a se dedicar bastante e se desenvolver rápido tudo porque tinha um único objetivo na cabeça: competir. Tanto é que, no Ato I do FPS, conseguiu colocar seis contas no Radiante, o ranque mais alto.
Por isso, ao lado de Túlio “FLG1” Leitem, formou a FAKEZIN. A equipe ganhou notoriedade ao adicionar o influenciador Joseph “Tecnosh” Touma. O primeiro campeonato do time foi a Orbital Strike Cup. E, “mesmo sem tática”, como o próprio pato afirma, chegou a decisão do torneio.
Entre os feitos, imponente vitória sobre a Fusion Fraggers por 13 a 9 em uma Bind de tirar o fôlego, equipe que era cotada como a principal favorita ao título. Apesar de ter perdido a decisão, para a Falkol, a equipe já mostrava que poderia dar certo.
Um mês depois e mais um campeonato na qual a FAKEZIN mostrou potencial que poderia ir longe. A Rivals Contenders estabeleceu o time com um dos principais do país ao chegar em mais uma decisão, desta vez contra a B4 eSports. Porém, para dar o passo rumo ao sonhado título, os jogadores sabiam que precisavam estar melhor preparados. Por isso, foi mais um vice-campeonato na conta.
O último campeonato como FAKEZIN foi a segunda edição do Gamers Club Ultimate. O time ainda seguia sem uma preparação específica para os torneios. Então, mesmo com o bom desempenho individual, a equipe não foi muito longe na competição.
VIVO KEYD SEM DIVERSÃO
Logo após o GC Ultimate II, Tecnosh recebeu um contato da Vivo Keyd. A equipe assinou o contrato, mas sem o streamer, que optou por não continuar a carreira de jogador profissional. Para seu lugar, o time trouxe Rafael “NikkoLAN” Fernandes. Além disso, Alex “GTFAFMX” Ferreira deixou a VK e deu lugar a Felipe “flainzz” Saldanha.
As mudanças demoraram um pouco para surtir efeito. Tanto é que o mês de outubro foi o de pior desempenho do time. Mas, patochovsk não perdeu a confiança nos companheiros:
“Mudanças recentes foram feitas e com isso vieram resultados negativos, mas sabendo que com essa decisão podemos ter resultados melhores no futuro”, disse.
DO TÍTULO A QUEDA
O primeiro título da VK e da carreira de pato foi o VALORÃO Invitational. Um campeonato pré-First Strike e que mostraria o calcanhar de aquiles do time. A decisão foi contra o bom time da MIX. Uma MD5 marcada pela primeira Icebox jogada competitivamente.
Todos os mapas da série foram muito disputados, sendo dois apenas no overtime. O que ficou marcado para pato foi um problema, que futuramente custaria a vaga no primeiro presencial disputado no Brasil
“Esse é o maior dos problemas que estamos passando atualmente pelo time, estamos com muita dificuldade em finalizar os jogos”, revelou o jogador.
Esse problema já havia acontecido no segundo classificatório aberto para o First Strike. Durante um confronto contra a Falkol, chegaram a abrir 10 a 2 na primeira metade, além de terem cinco oportunidades de fechar o jogo. Porém, levaram um forte revés e foram eliminados daquela seletiva.
E, já no classificatório fechado, o pior aconteceu. No duelo contra NeedMoreDM, uma nova virada que, parecia impossível, aconteceu. Chegaram a estar perdendo o primeiro mapa por 11 a 8 e buscaram o empate. Mas na hora de virar o confronto e garantir a vitória, o time acabou perdendo um round no qual estava com vantagem econômica. Revés este que decretou a derrota. Ao final, foram eliminados do torneio.
“Ficar de fora do presencial foi um dos sentimentos mais tristes que eu já passei na vida”, afirmou pato.
O INDIVIDUAL FORTE
Quando é dito que patochovsk nasceu para o jogo é porque ele realmente nasceu pra isso. Sempre levar várias contas ao nível Radiante não é à toa. Ser o melhor jogador do Brasil no Ato III não é à toa. Pato é extremamente viciado no jogo.
Muito agressivo e gostando de buscar o primeiro contato com o adversário, a escolha pela Raze não surpreende.
“Gosto da mobilidade. Além disso, ela tem um poder de fogo muito alto, e meu estilo de jogo se adéqua a personagem”, disse.
Porém, seu melhor desempenho individual não foi de Raze. Com Brimstone, pato fez uma partida monstruosa, a qual terminou com pontuação média de combate (ACS, em inglês) de 349. Para ele, esse jogo contra a Falkol foi inesquecível. Mas também, 29 abates em 24 rodadas e uma média de 209.5 de dano por round.
Mas a verdade é que ele não gosta de ser suporte. Apesar de na fase beta do jogo ter atuado de Omen e Brimstone, pato gosta do duelo. Tanto que é o jogador que mais eliminações fez da sua equipe. Neste seis meses de jogo, tem um ACS de 233 e um dano médio por round de 152.8. Isso quer dizer que ele garante uma kill todo round para seu time.
Agora ele está em busca de variação. Pato tem treinado de Reyna e pode aparecer atuando com ela no futuro. Ele explica que a agente mexicana é capaz de fazer “jogadas imprevisíveis”.
Aparentemente essa escolha vem funcionando nas partidas ranqueadas. Contabilizando seus últimos 249 jogos, seu KD com a Reyna é maior que com a Raze. Além disso, seu dano por round chega a 169, tão bom quanto a baiana.
Aumentar o leque de agentes é fundamental para patochovsk se manter em alto nível dentro do jogo. Isso o ajudará a apresentar coisas novas e dificultar a leitura do adversário ao ler seu estilo de jogo. Uma dica: não crave em uma posição óbvia. Ele vai pegar a first kill lá.
E 2021?
Para 2021, patochovsk tem a certeza que o VALORANT se desenvolverá ainda mais. Já com uma série de competições definidas, é a grande chance de sua equipe aumentar o rendimento e estar entre os melhores do Brasil.