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Especial

Os melhores no Brasil em 2022 – Bryan “pANcada” Luna (3)

Após um ano espetacular, pANcada está pela primeira vez nos Melhores do Ano

Sucesso, reconhecimento, fama, glória… Muitos de nós lutamos por motivos assim, mas não se constrói um bom nome da noite para o dia. A vida é uma sucessão de batalhas. Emprego, família, amigos: todos temos um status atual, o que realizamos na vida, ecoa para a eternidade. No entanto, as reviravoltas do destino nos surpreendem.

Com Bryan “pANcada” Luna, o destino também surpreendeu. As reviravoltas da infância de quem cresceu em Diadema, São Paulo, não foram diferentes. Um jovem que cresceu em uma família tranquila, sem muito luxo e com os primos por perto, não imaginava que se tornaria um dos melhores jogadores de VALORANT do mundo. Pelo desempenho impecável e com as conquistas deste ano, pANcada é o 3º lugar no prêmio 10 Melhores do Ano de 2022 pelo VALORANT Zone.

Influência do pai

Desde criança Bryan conviveu com esportes. Soltar pipa e jogar bola com o primo Lucas eram as maiores paixões durante a infância. Além disso, a influência do pai o fez conhecer os esports, quando tinha apenas 9 anos, mas ele afirma que não se interessava por videogames e computadores.

“Meu pai sempre foi fascinado por videogame e computador, mas nunca gostei muito, nunca peguei para jogar. Porém, um dia meu vizinho me apresentou o CS 1.6. E aí a primeira vez que joguei eu me impressionei. Eu não gostava de videogame, odiava ter que ficar com o controle jogando”, explicou pancada.

O jogador da Sentinels contou também que diferente dos pais de algumas crianças da época, o pai amava o mundo dos jogos e o incentivava a jogar. “Ele sempre gostou de ficar brincando, jogar jogo de tiro até mostrei para ele quando comecei com o CS:GO, e até chegou a jogar um pouco”.

Diferente do pai, a mãe de Bryan não gostava muito do estilo de jogo, falava sempre para ele estudar, apesar de não ter dificuldades na escola e afirmar ter sido um bom aluno.

Pai de pANcada acompanhando o mundial de VALORANT (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Crossfire e decisões

A passagem de pANcada pelo Counter Strike foi somente um passatempo. Logo em sequência, um amigo da escola o chamou para jogar Crossfire, quando o jogo ainda estava no beta e foi aí que ele se profissionalizou e jogou até 2020.

O ex-jogador da LOUD, tentou montar um time com Matheus “mazin” Araújo, que conheceu durante partidas de CS 1.6. Ele contou que passou por dificuldades para montar um time, pois as pessoas não tinham o mesmo foco.

Em 2015, com a line-up completa e estável, pANcada ganhou a Série de Acesso que dava a vaga para a série profissional do ano seguinte. Na época o time que se chamava NONSENSE não tinha organização.

Reprodução/Arquivo Pessoal

Já no ano de 2016, com algumas mudanças no time e com a contratação da nova equipe pela INTZ, eles foram campeões da Primeira Season Elite 2016 e levaram todos os outros campeonatos nacionais do ano. Além disso, garantiram a vaga para o Mundial que aconteceu na China, mas não passaram nos Playoffs.

Durante sua carreira profissional, em 2019, ele integrou a Black Dragons e disputou o Crossfire Stars na China e foi vice-campeão após a derrota contra o time brasileiro Vincit Gaming. Porém, dias depois anunciou sua saída do cenário de Crossfire.

Apesar de gostar do jogo, pANcada afirma que não estava satisfeito com o cenário. “Em 2019 eu já não tinha o mesmo foco que eu tinha no começo da minha carreira. Sentia que o jogo não dava muita perspectiva porque o salário não era bom, não tinha muito campeonato, não tinha muita visibilidade. Você não podia, por exemplo, fazer stream e tentar crescer com conteúdo porque não tinha muito público”, comentou.

O primeiro radiante brasileiro

Cansado de um cenário vazio e pouco popular, pANcada não hesitou em começar a jogar o FPS da Riot. Logo quando saíram os vazamentos do “Projeto A” que ficou conhecido mais tarde como VALORANT, ele se interessou. Principalmente por ser de uma desenvolvedora que segundo ele, “dá uma estrutura para o jogador profissional conseguir viver disso”.

Uma nova porta se abriu e ele apostou tudo em uma última chance. Isso se concretizou mais tarde quando ele se tornou o primeiro Radiante do Brasil, após o lançamento de 2020. O hábito com jogos de FPS o ajudou na adaptação em VALORANT e a única preocupação no começo foi se o jogo faria sucesso.

“Sou uma pessoa que confia muito em mim mesmo, então eu sabia que se eu fosse entrar nisso seria bom. O meu único pé atrás era se o jogo ia vingar ou se ele se tornaria mais um FPS que não bombou”, contou.

A migração para o VALORANT já vinha com a intenção de se tornar profissional, assim que começou a jogar se juntou com Vinícius “v1nny” Gonçalves e Wellington “akemy” Martins, amigos de longa data do FPS da Smilegate que mais tarde fizeram parte de seu primeiro time. Além dos dois, Alexandre “xand” Zizi e Leandro “frz” Gomes completaram a equipe que se chamava TERROR.NET.

A TERROR.NET foi uma das principais equipes do país em 2020. Por mais que não tenha disputado o primeiro Gamers Club Ultimate, o time teve dois títulos importantes no histórico: Brazil Spray Series  e a primeira etapa e super final do VALORANT Zone Invitational. No final de setembro de 2020, o elenco foi contratado pela B4 Esports onde pANcada ficou sob contrato até abril de 2021 quando resolveu dar um tempo novamente dos jogos.

Reprodução/B4

Stress e volta por cima

Independente de trabalho e lazer, ser atleta exige foco e determinação e para pANcada o psicológico vem em primeiro lugar. Essa não foi a primeira vez que o jogador decidiu dar uma pausa, para focar na saúde mental. Ele afirma que a profissão é difícil, principalmente por lidar com pessoas.

“Eu estava um pouco mal, já não aguentava mais tanto stress. Querendo ou não, essa carreira traz isso para gente. É muito estressante você competir em alto nível. Você lida com pessoas que estão não só com você, mas pessoas de fora, com opiniões que acabam te deixando mal”, explicou.

Os 3 meses afastado foram suficientes para realinhar a cabeça e não desistir. Em Julho de 2021, pANcada entrou para a Stars Horizon e ajudou o time a alcançar o Top 5/6 da fase final do VALORANT Challengers Brasil 3 e ser campeão da 3ª etapa da Copa Rakin. Ele deixou a equipe em dezembro do mesmo ano, quando foi chamado para o projeto da LOUD.

O legado LOUD

Com o fim dos campeonatos de 2021, Gustavo “sacy” Rossi e Matias “saadhak” Delipetro decidiram montar seu próprio time para 2022 e chamaram pANcada que era destaque na função de controlador. Além dos três jogadores, Erick “aspas” Santos e Felipe “Less” Basso fecharam a equipe.

Algumas organizações se interessaram, mas a escolhida foi a LOUD. Até o momento do anúncio, o time utilizava a tag pANcada e Amigos. Eles se classificaram e foram campeões do VALORANT Challengers Brasil 2022. Para o ex-controlador da LOUD, entrar na equipe foi muito diferente, principalmente por sentir o profissionalismo e dedicação de todos por trás do jogo.

“Está com esse time foi muito diferente para mim. Foi o primeiro time que olhei e falei — nossa, é um time realmente profissional, todos os cinco estão levando o jogo a sério e todos jogam em um nível muito alto. A gente deixava 200% da gente todos os dias para buscar o que queríamos”, relembrou.

Após saírem com a vitória do primeiro campeonato, a LOUD foi classificada direto para os playoffs do primeiro VALORANT Masters Reykjavík, na Islândia. O time foi finalista contra a OpTic, depois de vencerem todos os jogos da chave superior, mas perderam por 3 a 0 e consagrou o time norte-americano primeiro campeão do ano.

Mesmo com a derrota, o time brasileiro continuou sendo o destaque do país e foi campeão da segunda etapa do VCB Brasil 2022, mas não obteve o mesmo desempenho no Masters disputado em Copenhagen, na Dinamarca. O time se despediu do torneio ainda na fase de grupos.

Muitos já estavam desacreditados do potencial da equipe para o VALORANT Champions 2022, mas foi necessário colocar a cabeça no lugar e dar o sangue pela taça do mundial. Comandados por Saadhak, venceram a fase de grupos e conseguiram chegar à final, novamente um clássico entre LOUD e OpTic, mas desta vez, o time brasileiro superou os norte americanos e foi campeã do Mundo.

Colin Young-Wolff/Riot Games

“Porque o pancada não erra tiro?”

O meme que ficou famoso durante ano de atuação do jogador não foi atoa. Quando se fala em estatísticas, Bryan está entre os melhores. Com a LOUD, ele se destacou principalmente pela jogabilidade em momentos decisivos e também por exercer a função de controlador, considerada uma das mais difíceis do FPS.

Como esquecer o clutch durante o Masters Reykjavik contra a OpTic e o ninja defuse no Champions contra a Leviatán.

Além dessas jogadas, no ano de 2022 pancada teve uma pontuação média de combate (ACS) de 195.2, média de mortes e abates (KD) de 1.21. Além disso, o atleta alcançou a marca de 128.6 de média de dano causado por round (ADR). Por sua experiência e função, os agentes mais utlizados por ele em no ano foram: Omen, Brimstone, Viper.

Arte/VALORANT Zone

2023: Os desafios continuam

Com a sede por querer mais, Bryan não se privou após ser campeão mundial. O atleta recebeu propostas de diversos times do mundo inteiro e anunciou entrada na Sentinels, para o próximo ano. Apesar de levantar a taça com a camisa de uma organização brasileira, ele diz que a decisão não foi fácil, mas anseia novos desafios.

“Agora são novos desafios! Gosto de encarar novos desafios e de sair um pouco da minha zona de conforto, porque me faz melhorar, e sempre foi assim. Sempre gostei de ter algum desafio pela frente, ter que encarar ele, seja calar a boca de algum crítico ou não sei jogar em algum time pior e ter que dar a volta por cima. Isso nunca foi um problema para mim”, comenta.

Ele ainda pontuou sobre as expectativas no novo time e como os novos companheiros o abraçou, mesmo sabendo que ele não é fluente em inglês. “Os meninos conversaram comigo e me abraçaram. Eles sabem que eu não falo um inglês perfeito e desde o começo dele já são tranquilos, querem me ajudar e eu não tenho pressa para aprender. Eles são muito gente boa e isso já passa uma confiança muito grande”, explica ao falar do novo time.

O 3º colocado do ranking de melhores jogadores deixou um recado para os leitores do VALORANT Zone.

“As coisas são superficiais! Conquistei o mundo e no final das contas as coisas que mais importaram para mim, foram as viagens e as amizades que criei durante o percurso. Então aproveite as coisas ao máximo que uma hora passa e você pode não ter mais”.

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