As melhores no Brasil em 2023 – Isabeli “isaa” Esser (8)

Falar sobre atletas jovens com um talento excepcional se tornou uma narrativa comum entre os comunicadores do cenário de VALORANT. Em uma profissão tão desafiadora e imprevisível como ser atleta de esports, a comunidade cada vez mais tem se acostumado com as “miras jovens” por aí. Sendo um dos principais destaques do cenário inclusivo, Isabeli “isaa” Esser é um dos grandes nomes que estão na lista das melhores no Brasil neste ano.

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Garantindo a oitava colocação, a jogadora da Team Liquid teve um dos melhores anos de sua carreira até hoje. O VALORANT Zone conta um pouco da história da brasileira, os desafios e qual o objetivo dela para a próxima temporada.

Sem pretensão

Se você acha que a trajetória de isaa nos jogos de FPS começou somente no VALORANT, está equivocado. Em 2016, a atleta decidiu mergulhar em um dos maiores jogos do mundo: o Counter-Strike: Global Offensive. Apesar de jogar inicialmente de maneira casual, seu irmão mais velho identificou nela um talento que ela mesma desconhecia.

Embora apreciasse o FPS da Valve, sua trajetória no VALORANT estava apenas começando a ser desenhada. Com o suporte do irmão, Isabeli começou a transmitir suas partidas, inicialmente como entretenimento, até que decidiu se aventurar no cenário competitivo. Foi neste momento que outro ícone do cenário inclusivo começou a ajudá-la a dar uma chance para esse universo. No final de 2020, a atual jogadora da LOUD, Taynah “tayhuhu” Yukimi chegou a jogar em um lobby com a isaa e viu que ela poderia ter uma carreira brilhante pela frente.

O começo no competitivo

Ainda no final de 2020, após ter sido convencida a entrar no cenário competitivo, a jogadora começou a competir junto da Ace Picks. A line formada por Taynah “tayhuhu” Yukimi, Celine “celinett” Borges, Luisa “shyz” Minarelli, Carolina “Shizue” Miranda e isaa, chamou a atenção de uma das grandes organizações do cenário competitivo: a INTZ.

De Ace Picks, para INTZ Angels. Essa foi a grande transformação do time que dominou o primeiro ano de VALORANT no cenário inclusivo. No primeiro campeonato disputado, no começo de 2021, a equipe foi a grande vencedora do Women’s Community Festival. Em março do mesmo ano, também conquistaram o WCF Masters. Além dos títulos, o time chegou a disputar também as seletivas abertas do VALORANT Challengers Brasil (VCB), o torneio misto que dava vaga para os times representarem o Brasil em torneios internacionais. Com um calendário repleto de jogos, o time ainda ficou em segundo lugar no Girl Power #2 e no Protocolo Gêneses #2.

Em maio, a INTZ resolveu encerrar o contrato das jogadoras, que acabaram ficando sem uma organização para representar. Com isso, começaram a defender a tag “Fire Angels“.

Novas propostas

Não demorou muito para Isabeli encontrar uma nova casa. Cerca de um mês após a saída da INTZ, o quinteto assinou com a B4 e deram início a uma nova era: B4 Angels.

Sendo um dos times mais dominantes do cenário inclusivo em 2021, chegaram a vencer o Spike Ladies contra a Haven Liberty em uma virada histórica. Além disso, a equipe voltou a ficar em segundo lugar no Protocolo Evolução #1, e ainda conquistaram dois títulos seguidos no Girls On Fire e Protocolo Evolução #2 em cima da antiga line inclusiva da Gamelanders.

Apesar das conquistas dentro da B4, isaa anunciou sua saída da equipe em dezembro de 2021, já que o seu contrato com a organização estava próximo do fim.

No começo de 2022, a antiga Gamelanders Purple, que também chegou a disputar os principais campeonatos de VALORANT, resolveu montar uma nova equipe após perder a antiga line-up para a Team Liquid na época. Inserida no projeto da nova organização, isaa se aliou a Beatriz “biazik” Begnossi, Giulia “lissa” Lissa, Antônia “antG” Garcia e Letícia “Joojina” Paiva. Defendendo a GameLanders, isaa disputou quinze campeonatos e levou três títulos em seis finais disputadas.

Após um ano recheado de desafios, a equipe inteira foi liberada para receber novas propostas. Dessa forma, Isabeli se viu novamente disposta a encontrar uma nova organização.

O ano de 2023

Logo no começo deste ano, a Team Liquid apostou em uma nova line-up. Juntamente de joojina e Vitoria “bizerra”, isaa foi anunciada pela cavalaria. Esse era o início de uma nova caminhada da atleta em sua carreira competitiva.

Em relação à 2023, a TL enfrentou certos desafios ao decorrer do ano. Venceram os três qualificatórios do Game Changers Brasil Series 1, conquistaram o segundo lugar do classificatório do Game Changers Brasil Series 2, onde perderam de 3 a 1 para a LOUD. Em seguida, no terceiro e último classificatório do ano, a TL também acabou perdendo na semifinal para a Legacy em uma MD3.

Em outubro, apesar das partidas acirradas durante os classificatórios, a equipe de isaa chegou ao main event, superou a LOUD e venceu a grande final por 3 a 0. Com a vitória, a TL se tornou a grande representante brasileira no GC Championship 2023.

Mundial e aprendizado

No mundial inclusivo, a TL não começou muito bem e acabaram perdendo para a G2 Gozen logo na estreia. Com isso, tiveram o grande desafio de enfrentar a chave inferior do campeonato.

Durante a lower, o time teve que se reerguer. Venceram a Evil Geniuses GC por 2 a 0 na primeira partida da tabela. Depois, enfrentaram a SMG e também ganharam da equipe asiática em um placar de 2 a 1. Já na final lower, a cavalaria teve a chance de se vingar contra a G2. Venceram por 2 a 0 e se classificaram para a Grande Final do campeonato.

A partida contra a Shopify Rebellion foi uma das mais acirradas que a TL já teve que lidar. Em uma MD5, com direito a cinco mapas, a equipe norte-americana saiu vitoriosa e levou o grande título do GC Championshio 2023.

Perguntada sobre como foi este ano no âmbito profissional e pessoal, isaa responde: “Eu consegui atingir objetivos que sempre sonhei, como ser campeã brasileira e jogar um mundial, então até agora foi com certeza o melhor ano para mim competindo. Eu acredito que por começar a competir muito nova a cada ano eu sempre melhoro significativamente em muitos pontos e melhorei bastante como profissional e como jogadora.”

Sobre como a sua equipe a ajudou neste ano, ela completa: “Todas às vezes que joguei com pessoas novas eu aprendi um pouco com cada. Eu acho que as pessoas vão acabar sempre te ensinando alguma coisa que você não sabia, principalmente esse ano com a line-up que vinha sendo campeã há muito tempo, então acho que as meninas e a comissão técnica ensinaram coisas bastante importantes para gente dentro e fora de jogo.“

2023 em números

Falando em estatísticas, isaa teve um dos melhores anos de sua carreira. Exercendo a função de flex da equipe, os agentes Viper, Killjoy e Cypher foram os mais usados pela atleta neste ano. Com um kast – porcentagem de rodadas em que a jogadora matou, deu assistência, sobreviveu ou foi tradada – de 75.19%, fica nítido o quanto a brasileira contribuiu com a sua equipe durante as partidas. No ano, a jogadora também alcançou 1.09 de rating. Além disso, o seu ACS (Average Combat Score) foi de 204.

Metas para a próxima temporada

Mesmo que o cenário inclusivo esteja passando por grandes transformações, Isabeli se mantém positiva para a próxima temporada. “Eu desejo conseguir classificar para o mundial novamente e ser campeã. Além disso, quero conquistar a classificação do Valorant Challengers Brazil (VCB) também.”

A jogadora da TL ainda aposta que a atleta Juliana “jubs” Oliveira, indicada para a categoria de Melhor Sentinela da Taça das Minas e que atualmente se encontra disponível para receber propostas, vai aparecer na lista de Melhores Jogadoras do cenário inclusivo do VZone em 2024.

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