Especial

As melhores no Brasil em 2023 – Paula “bstrdd” Naguil (1)

Atleta é, pelo terceiro ano consecutivo, a melhor jogadora do cenário inclusivo no Brasil pelo VZone

Há tempos vemos os melhores caírem e se reerguerem, terem seus momentos difíceis, mas não para Paula “bstrdd” Naguil. A chilena que conquistou o Brasil em tão pouco tempo, cada vez está mais próxima de conquistar o mundo. Com uma grande consistência, bstrdd ocupa, pela terceira vez consecutiva, a 1ª colocação da lista do VALORANT Zone de melhores jogadoras no Brasil. Confira a retrospectiva de bstrdd em 2021 e 2022.

Em um ano diferente de dos anteriores, bstrdd precisou se reinventar para continuar no topo e, apesar da sua grande habilidade, a jogadora mostrou como é ser um pilar importante da equipe, principalmente na integração das novas jogadoras na Team Liquid. Junto de Natália “daiki” Vilela, a duelista precisou puxar a responsabilidade dentro e fora do jogo. A mudança da postura da jogadora foi nítido em diversos momentos, principalmente no Game Changers Championship 2023.

Números em 2023

A duelista que foi decisiva em vários momentos e foi fatal para eliminar vários times do caminho da Liquid, teve grandes números. Em 2023, a jogadora teve 258.5 de ACS, 1.36 de KD, 165.0 de ADR e um KAST de 74.86%.

Sobre o feito inédito de ser a melhor do Brasil pelo terceiro ano seguido, na lista do VALORANT Zone, bstrdd comentou que, “⁠Eu me sinto muito orgulhosa de mim mesma por manter essa constância na minha carreira, com certeza quero chegar mais longe ainda.”

Arte/VALORANT Zone

O início

Nascida em 6 de maio de 2000 no Chile, Paula começou cedo sua trajetória no mundo dos games. Por influência de um pai apaixonado por videogame, a chilena começou a jogar aos 10, 11 anos de idade, tendo Resident Evil e Counter-Strike 1.6 como suas principais referências. Anos depois, começou a jogar o CS:GO, mas a ideia de se tornar atleta profissional de esports ainda parecia estar longe.

“Eu só tinha 10 anos no CS 1.6. Já no CS:GO eu nunca tive a oportunidade de jogar profissionalmente porque estava na escola e entrando para a faculdade. Além disso, eu não tinha um PC bom. Nunca tive grana para ter um PC bom. Meu pai nunca conseguiu comprar um PC para mim até o ano passado, quando começou o VALORANT“, comentou a atleta em 2021.

Quando a oportunidade apareceu, para ser uma jogadora de esports, o pai de bstrdd foi o primeiro a incentivar. E de pai para filha, a chilena conseguiu realizar o sonho de ambos.

“Meu pai foi o primeiro que me apoiou nesse sentido. Ele falava ‘sempre foi meu sonho. Foi um sonho que sempre tive e que você pode realizar’. Sempre me apoiou nesse sentido“.

Enquanto ainda jogava CS:GO, o VALORANT surgiu como uma grande possibilidade para bstrdd e outras milhares de pessoas. Apesar de amar o FPS da Valve, o momento era da Riot e a chilena decidiu dar uma chance. “Eu era apaixonada pelo CS:GO, mas todos os meus amigos estavam falando disso, que iam jogar VALORANT e que era parecido com o CS:GO. Eu tive esse PC em maio e o beta já tinha lançado. Aí eu comecei a jogar com meus amigos, mas nunca tive interesse de jogar competitivo, de migrar para o jogo porque eu queria jogar CS:GO”.

Mesmo tendo um incrível carinho pelo Counter-Strike, o talento de bstrdd já tinha sido notado por organizações e jogadoras. Não demorou até que a atleta topasse participar do projeto da Meta Gaming ao lado de Ana “naxy” Beatriz, Paola “drn” Caroline, Nathalia “nanah” Hammoud e Analia ”queen” Ropero.

A virada de chave veio pela questão financeira e também porque queria jogar ao lado das brasileiras, que, em sua visão, eram as melhores. “Recebei uma grana que achei boa. Eu só ia porque ia jogar com as melhores no Brasil, que eram naxy, drn e nanah. Era um sonho do CS, competir com brasileiras. Aceitei e gostei porque eu sempre quis competir e também porque estava achando que estava boa no jogo, o que me motivava. Só que eu tinha a faculdade no meio”.

Assim como outras jogadoras do cenário, bstrdd também arriscou e decidiu escolher o VALORANT, seguiu o seu coração, para dar continuidade ao seu sonho e o de seu pai também.

Carreira de títulos

Em janeiro de 2021 bstrdd se juntou à Gamelanders com Naxy e drn, companheiras de time na Meta Gaming, o time composto pelo trio e daiki e Natália “nat1” Meneses, logo iria dominar o Brasil.

Em um primeiro ano desafiador, o time venceu 13 títulos e ficou com dois vice-campeonatos. O elenco chamou bastante atenção pela maturidade e sinergia durante os torneios, além do fato de contar com cinco jogadoras talentosas e empenhadas. A campanha com a Gamelanders chegou ao fim em 2022, quando o quinteto assinou com a Team Liquid, representando a line-up inclusiva de uma das maiores organizações do mundo.

Paula "bstrdd", jogadora da Gamelanders Purple
Divulgação/Gamelanders

Com a mesma line-up, 2022 só teve a cavalaria. Todos os classificatórios do Game Changers Brasil vencidos e dois troféus do Game Changers Series e, o principal, a vaga na primeira edição do mundial inclusivo. Representando o Brasil e o Chile pela primeira vez no torneio, a Team Liquid mostrou que vai brigar pelo topo, a equipe ficou em 3º lugar, mas o time queria mais.

Em 2023, com três novas jogadoras, a Team Liquid se remontou para disputar os torneios que já conhecia, neste aspecto, não havia nada de diferente, mas era necessário um apoio grande de daiki e bstrdd, junto da comissão técnica, para integrar Vitoria “Bizerra” Vieira, Isabeli “isaa” Esser e Letícia “Joojina” Paiva.

Se em 2022 vimos uma bstrdd decisiva e impactante, nós vimos essa versão em 2023, mas com nível maior de maturidade no jogo. A duelista cedeu espaço para as novas jogadoras brilharem, mas sem perdeu seu toque individual e seus avanços decisivos, que definem seu estilo de jogo.

A duelista comentou brevemente sobre a adaptação do time com as novas companheiras. “Foi difícil no começo porque estávamos começando a se entender depois de meses de time, tivemos derrotas mas sempre esteve aí a resiliência.”

O primeiro semestre da equipe foi impecável, o time levou os três classificatórios e garantiu a primeira vaga no Game Changers Series 1 Brasil 2023, que foi conquistado pela cavalaria, mas foi na segunda parte do ano que a Liquid enfrentou seus maiores desafios. Com a evolução das outras equipes no cenário, a cavalaria viu que os adversários estavam procurando seus pontos baixos.

Riot Games/Cesar Galeão e Dayane Cruz

Nos três últimos classificatórios, a Liquid ocupou a 2ª, 7ª e 4ª posição, mas foi o suficiente para o time se classificar para o Game Changers Series 2, a principal edição, já que conta com maior pontuação para lutar pela vaga no mundial e, diferente do que foi nos qualifys, a cavalaria mostrou que na LAN é diferente.

Em um ano espetacular, o desfecho não poderia ser diferente. A Team Liquid venceu a LOUD por 3 a 1 para, novamente, ser o Brasil no Championship. Para bstrdd, uma segunda vez para representar o país do seu time, mas o mais importante, a bandeira do Chile.

No principal campeonato do ano, bstrdd mostrou de novo, porque muitos temem enfrentar ela dentro do servidor. Mesmo com uma estreia abaixo do esperado, a Liquid varreu a chave inferior do Game Changers Championship.

Em uma final emocionante e, com uma grande presença de bstrdd, a atleta fez tudo ao seu alcance junto das colegas para conquistar o título inédito, mas, dessa vez, a taça não veio. Apesar de ter deixado aquele “gostinho de quero mais”, a Liquid mais uma vez esteve no topo e, se depender deste quinteto, a organização não vai mais sair de lá.

A chilena comentou resumidamente como foi o ano para si. “Foi intenso pra mim, não começou da forma que eu queria na minha vida pessoal, mas aos poucos começou a ficar melhor, nada disso teria acontecido se não fosse por meu time que sempre esteve aí nos meus piores momentos. O ano 2023 acabou de uma forma que eu não esperava (positivamente) foi incrível chegar tão longe do lado delas e ter o reconhecimento que tenho agora.”

Adela Sznajder/Riot Games

A chilena também figurou entre as atletas com as melhores estatísticas, liderando o número de abates no mundial (299) e número de abates iniciais nas partidas (68). Na questão do circuito do VALORANT Champions Tour (VCT), bstrdd aparece em 2º lugar com maior número de abates durante a grande final do Championship, com 93.

Em um ano repleto de novidades, bstrdd se reinventou, manteve o estilo de jogo, mas soube equilibrar e puxar a responsabilidade quando foi necessário. Em um mundo competitivo em diversos aspectos, ser a melhor por anos consecutivos, no que faz, é difícil, já que diversas pessoas também estão lutando para chegar ao topo. Como muitos dizem, “chegar ao topo é fácil, se manter que é difícil“, mas, para bstrdd, o céu é o limite.

Melhores em 2024

Como de costume, o VALORANT Zone pergunta qual(is) nome(s) a jogadora acha que aparecerá na listra de Melhores do Ano em 2024, do cenário inclusivo. No caso de bstrdd, a atleta citou o time da Liquid, lissa, Jelly, srN, antG e mandzin.

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