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Especial

As melhores no Brasil em 2021 – Paula “bstrdd” Naguil (1)

bstrdd é a jogadora que dominou 2021 sendo eleita MVP de 10 dos 19 campeonatos que disputou

Sonho. Palavra pequena em letras, mas gigante no significado. Pode ser descrito como o “desejo permanente, vivo e constante” e também pode ser considerado o melhor combustível para realizações. E foram os sonhos – sim, mais de um -, que não só trouxeram Paula “bstrdd” Naguil para o VALORANT, mas que ajudaram a chilena de 21 anos a se tornar o que é hoje

Mas, melhor do que realizar os próprios sonhos, é também poder tornar realidade as aspirações de quem amamos, como nossos pais. Um prazer, talvez, maior do que ganhar qualquer campeonato. E bstrdd é a felizarda de conseguir ambos. Por tudo o que mostrou, no jogo, durante nesta temporada, a atleta termina 2021 ocupando a 1ª colocação da lista do VALORANT Zone das melhores jogadoras.

O SONHO DO PAI

Nascida em 2000, bstrdd teve a sorte de poder crescer com um pai amante do videogame. Sob tal influência, a chilena começou no mundo gamer com 10, 11 anos e jogando Resident Evil e Counter-Strike 1.6. Mas, por ser muito nova na época, competir sequer passava pela cabeça da atleta.

Eu só tinha 10 anos no CS 1.6. Já no CS:GO eu nunca tive a oportunidade de jogar profissionalmente porque estava na escola e entrando para a faculdade. Além disso, eu não tinha um PC bom. Nunca tive grana para ter um PC bom. Meu pai nunca conseguiu comprar um PC para mim até o ano passado, quando começou o VALORANT“, conta.

E a pessoa que apresentou os games para bstrdd também foi, nas palavras da própria jogadora, a primeira a incentivar a chilena a seguir carreira nos esportes eletrônicos até porque, segundo a chilena, um dos sonhos do próprio pai era também competir nos games.

Meu pai foi o primeiro que me apoiou nesse sentido. Ele falava ‘sempre foi meu sonho. Foi um sonho que sempre tive e que você pode realizar’. Sempre me apoiou nesse sentido“, revela.

Paula "bstrdd", jogadora da Gamelanders Purple
Divulgação/Gamelanders

MUDANÇA DE PLANOS

Crescer jogando Counter-Strike fez nascer em bstrdd a paixão pelo FPS da Valve. Mas, como todos os amigos da chilena falavam sobre VALORANT, a jogadora decidiu dar uma oportunidade para o título da Riot Games. Contudo, sincera, Paula garante que começou a jogar sem ter interesse no competitivo ou migrar para o jogo porque o sonho inicial era se tornar uma atleta de CS:GO.

Eu era apaixonada pelo CS:GO, mas todos os meus amigos estavam falando disso, que iam jogar VALORANT e que era parecido com o CS:GO. Eu tive esse PC em maior e o beta já tinha lançado. Aí eu comecei a jogar com meus amigos, mas nunca tive interesse de jogar competitivo, de migrar para o jogo porque eu queria jogar CS:GO”, afirma.

Com a pandemia causada pelo Covid-19, bstrdd pode se dedicar mais ao sonho de competir no Counter-Strike. Só que, por outra vontade que sempre teve, de competir com brasileiras, fez com que a chilena mudasse de ideia e começasse a disputar torneios de VALORANT, aparecendo inicialmente no projeto da Meta Gaming em 2020, equipe formada na época por nomes de Brasil e Chile – Ana “naxy” Beatriz, Paola “drn” Caroline, Nathalia “nanah” Hammoud e Analia ”queen” Ropero.

Sincera, bstrdd diz que o que também a levou a competir no VALORANT foi a parte financeira, a quantia que receberia da Meta. Porém, a jogadora garante que naquela época ainda não tinha 100% de certeza se jogar o FPS da Riot Games era o que queria: “Recebei uma grana que achei boa. Eu só ia porque ia jogar com as melhores no Brasil, que eram naxy, drn e nanah. Era um sonho do CS, competir com brasileiras. Aceitei e gostei porque eu sempre quis competir e também porque estava achando que estava boa no jogo, o que me motivava. Só que eu tinha a faculdade no meio”.

E, assim como abriu mão do sonho de jogar Counter-Strike, bstrdd também tomou a decisão de deixar a faculdade para poder seguir, integralmente, o competitivo de VALORANT. A recompensa pela arriscada iniciativa está sendo colhida neste fim de temporada por conta de todos os feitos alcançados pela chilena.

O SONHO DE REPRESENTAR A GAMELANDERS

No período em que começou a competir, o cenário feminino estava engatinhando no Brasil, com torneios acontecendo aqui e acolá. Em contrapartida, no misto, muitas competições agitaram o país, inclusive sendo realizadas pela Riot. E em 2020 uma tag reinava no Brasil, a da Gamelanders, pela sequência de títulos conquistadas pela equipe. Mal sabia bstrdd que, na temporada seguinte, ela vestiria a camisa da qual considerada a melhor organização.

Tinham outros times interessados por nós, mas a melhor opção sempre foi a Gamelanders. Para mim foi um prazer porque nesse tempo (que comecei), a Gamelanders era a melhor organização no masculino e eu era muito fã da organização e foi um prazer jogar com as melhores”, afirma.

Além de naxy e drn, companheiras da época de Meta Gaming, bstrdd cita que outra jogadora da Gamelanders foi importante para que a chilena continuasse competindo: Natália “daiki” Vilela, eleita pelo VALORANT Zone como a 3ª melhor no Brasil em 2021. “Foi ela que motivou a continuar competindo e jogar com as melhores, estar em uma organização com uma staff ‘daora’, que nos ajudou muito, foi muito bacana para a minha vida”, afirma.

COMEÇO CONTURBADO

Quem vê a Gamelanders Purple, neste fim de 2021, comemorando a dezena de títulos conquistados, não se lembra do início conturbado da equipe, que só deu liga a partir de março, quase dois meses após ser criada. bstrdd conta que as derrotas iniciais foram doídas a ponto de fazer ela pensar em desistir.

Eu tinha uma perspectiva muito ruim de mim, mas mudei ao longo do tempo porque, no começo, quase desisti por perder muito, chegar em finais e não ganhar”, afirma.

O primeiro compromisso foi o Women’s Community Festival (WCF), campeonato o qual as Purple chegaram na final, mas caíram diante INTZ Angels. Na sequência, o time emplacou duas eliminações nas quartas de final: VALORÃO Cup Carnival e WCF Masters

Na opinião de bstrdd, ela e as companheiras aprenderam, “juntas, com essas derrotas e isso motivou mais a gente a ganhar, estudar mais o jogo e acalmar o nervosimo. Éramos muito nervosas. Nosso mental era muito ruim no jogo. Melhoramos só perdendo. As derrotas foram muito importantes para melhorarmos e termos a vitórias que tivemos“.

Divulgação/Gamelanders

A VIRADA DE CHAVE

O primeiro dos muitos títulos foi obtido poucos dias após a equipe completar dois meses de vida. Foi a vitória na primeira seletiva do Protocolo Gêneses, circuito classificatório para o Game Changers Series Brasil 1. Na grande final, bstrdd e as Purple se vingaram da INTZ Angels, vencendo-as por 2 a 0.

Tal conquista é apontada como bstrdd como a mais importante para ela na temporada: “Foi a minha primeira vitória. Eu chorei. Foi muito emocionante porque depois de três finais eu consegui ganhar. Para mim foi uma realização. Emociona”.

Dias após o primeiro título, as Purples voltaram a subir no degrau mais alto do pódio, agora no Sakuras Ascent. Na sequência, o time venceu o Girl Power #2, e as três seletivas restantes do Protocolo Gêneses. Com tais conquistas, bstrdd e as companheiras chegaram no Game Changers com amplo favoritismo. A equipe soltou o grito de campeã também nesse torneio, mas não tão fácil como muitos imaginavam já que, na decisão, precisou passar novamente pelas Angels, em uma MD5 eletrizante.

Por conta disso, ao relembrar as conquistas, a chilena diz que ter vencido o torneio oficial teve “um sentimento bom” porque a grande final “foi muito pegada e a gente estava perdendo a Icebox, que era o último mapa, e viramos. Foi mais emocionante”.

Mas estes não foram os únicos títulos conquistados pela Gamelanders Purple. Dos 19 torneios voltados ao cenário feminino que disputou, em quatro a equipe não chegou nas finais. Ao todo, foram 13 títulos e dois vice-campeonatos. A pior campanha aconteceu no WCF Masters.

CampeonatoColocação
Women’s Community FestivalVice-campeã
Protocolo Gêneses #1Campeã
Sakuras AscentCampeã
Girl Power #2Campeã
Protocolo Gêneses #2Campeã
Protocolo Gêneses #3Campeã
Rivals Women’s Cup #3Campeã
Protocolo Gêneses #4Campeã
Game Changers Series Brasil 1Campeã
Spike Ladies3º/4º Lugar
Protocolo Evolução #1Campeã
Girls On Fire3º Lugar
Protocolo Evolução #2Vice-campeã
SBT All StarsCampeã
Protocolo Evolução #33º/4º Lugar
Protocolo Evolução #4Campeã
2ª Copa Rakin 2021Campeã
Game Changers Series Brasil 2Campeã

A NÚMERO 1 NO BRASIL EM 2021

Insano foi a palavra usada por bstrdd para classificar o próprio 2021. Mas, coincidentemente, tal termo também pode ser usado pelo próprio clube para descrever os feitos alcançados pela chilena nesta temporada. Ao todo, a atleta apareceu em 17 lista de melhores jogadoras produzidas pelo VALORANT Zone, sendo eleita 10 vezes MVP e acumulando incríveis 703 VZone Points.

bstrdd em 2021

  • Women’s Community Festival – MVP
  • Protocolo Gêneses 1 – MVP
  • Sakuras Ascent – EVP
  • Girl Power #2 – EVP
  • Protocolo Gêneses 2– EVP
  • Protocolo Gêneses 3 – MVP
  • Protocolo Gêneses 4 – MVP
  • Game Changers Series Brasil 1 -MVP
  • Protocolo Evolução #1 – MVP
  • Protocolo Evolução #2 – MVP
  • Girls On Fire – EVP
  • SBT All Stars – EVP
  • Protocolo Evolução #3 – EVP
  • Protocolo Evolução #4 – MVP
  • Copa Rakin – MVP
  • Spike Ladies – EVP
  • Game Changers Series Brasil 2 – MVP

Ao ser questionada sobre como se sentia com o 2021 que teve, bstrdd solta um “foi insano“. Sincera, a jogadora afirma que nunca esperou “que teria esse sucesso assim. Eu nunca sei o que fazer quando me elogiam porque eu fico boba. É muito insano o que está acontecendo na minha vida porque é um sonho ser reconhecida em um jogo”. A chilena solta ainda que ficará surpresa ao ver a própria colocação no prêmio do VALORANT Zone.

Insanos também foram os números obtidos por bstrdd. Segundo o thespike, nos últimos meses, a atleta acumulou 273.4 de ACS, 1.58 de KD, 173.9 de ADR e 1 de KPR.

2022 E PREVISÕES

Assim como com as outras jogadoras que integraram a lista de Melhores no Brasil em 2021, o VALORANT Zone perguntou à bstrdd quais atletas enxerga potencial para alcançar o Top 10 em 2022. A chilena citou duas: Giulia “Lisaa” Lissa e Letícia “Joojina” Paiva.

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