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Especial

As melhores no Brasil em 2021 – Beatriz “biazik” Begnossi (6)

Revelação da Keyd é estudiosa e conseguiu masterizar o Sova ao longo de 2021

O que é necessário para ser zika no VALORANT? É deitar 30 bonecos por partida? É vencer todos os clutches? Beatriz “biazik” Begnossi entende qual é o verdadeiro sentido da palavra e leva isso a sério. Assim como o significado do próprio nome, biazik trouxe a felicidade para todos aqueles que a acompanham competindo.

Arteira nas ruas da Zona Leste de São Paulo, biazik vem aprontando nos mapas do FPS da Riot Games desde que decidiu competir na modalidade. E foi assim que a jogadora conseguiu fechar 2021 ocupando a 6ª colocação na lista do VALORANT Zone das melhores no Brasil.

DA ZONA LESTE PARA O MUNDO

A pequena Beatriz demorou para sonhar em ser uma competidora. A história da atleta começa com a proximidade com o primo Bruno. Filha única, ela colou nele e aprontaram muito na zona leste de São Paulo.

Tudo que ele fazia eu gostava de fazer com ele. A gente jogada video game, jogava bola, essas coisas. Depois que a gente cresceu um pouco ele comprou um computador e baixou o Counter-Strike. Ele me mostrou o jogo, me interessei e roubei o PC. Eu ficava jogando o dia inteiro”, comentou sobre sua infância.

A partir daquele momento, a cabeça de biazik começou a mudar. Apesar de não imaginar ainda em uma carreira profissional, afinal só tinha 15 anos, Bia já transformou o CS num hobby. 

Somente com 17 anos e já com um computador em casa, ela decidiu procurar outras jogadoras para compartilhar experiências. Foi neste momento que a cabeça da atleta explodiu ao ver que existia um mundo profissional e existiam mulheres ativas.

Na época eu conheci as meninas que eram da Vivo Keyd. Aí eu vi que elas jogavam profissionalmente. Depois disso que eu fui indo atrás e melhorando”, relembrou.

Um ano depois surgiu a oportunidade de jogar profissionalmente pela primeira vez. Mesmo sem experiência, completou para um time com grandes nomes do cenário feminino como Natalia “Natii” Ferraz (ex-mibr Girls) e Letícia “lett” Pereira. Apesar de não ter competido contra os principais times da época, Bia considera a experiência positiva para sua carreira.

Não era bem uma organização, era um fake que o nome era ‘Nem nome Tem’. Essas meninas foram muito importantes pra minha evolução, porque eu não sabia muito do competitivo, então elas me ensinaram tudo”, recordou.

Isso, unido aos estudos em cima de grandes players, como Bruna “Bizinha” Marvila, que Bia é muito fã. Foram horas assistindo streams e vídeos no YouTube. Absorvendo uma quantidade enorme de informações seu jogo desenvolveu rapidamente.

Matheus Estevan/Vivo Keyd

DO DIREITO PARA O VALORANT

Enquanto dava os primeiros passos nos esportes eletrônicos, biazik também cursava a faculdade de direito. Ela confessou que não gostava do curso, mas seguiu por três semestres. A pandemia chegou para mudar isso.

Com as universidades paradas e não trabalhando mais, biazik decidiu focar no VALORANT. A jogadora foi desenvolvendo o próprio game e decidiu jogar partidas no antigo hub da FACEIT. Foi lá que ela conheceu Antônia “antG” Garcia, que viria ser companheira e amiga.

A dupla foi responsável por montar a equipe que deu origem a Vivo Keyd Athenas, antes conhecida como Dream Team. Depois de alguns fracassos ao tentar formar um time, encaixou com Daniela “Dani“ Cristini e Julia “Jules“.

OPORTUNIDADE NA VIVO KEYD

O quinteto já estava disputando campeonatos juntas e já mostrava uma sintonia, dando trabalho para a Gamelanders Purple durante o Women’s Community Festival. Então, veio a grande oportunidade no Vivo Keyd Girls Championship. A competição prometia um contrato com a organização, além de uma premiação em dinheiro. Apesar disso, biazik revelou que o time já passava por problemas e não se preparou para o torneio.

A gente não tava muito confiante. A gente já estava com uns problemas no time e pensamos ‘até o terceiro lugar ganha uma grana, vamos jogar e ver né’. Nem estávamos mais treinando, tava meio bagunçado, mas acabou que deu certo e ganhamos o campeonato”, revelou.

A entrada da Vivo Keyd foi como um sonho para Bia. Anos antes acompanhava a organização bem representada por mulheres no CS:GO e agora, com 21 anos, ganhou a oportunidade no mesmo lugar.

SEMESTRE DE EVOLUÇÃO E APRENDIZADOS

Ao mesmo tempo que realizava o próprio sonho, Bia e as companheiras já realizam compromissos defendendo a tag da Vivo Keyd. Mesmo com o time chegando longe nas competições, a avaliação do desempenho não era boa. As coisas melhoraram ao irem realizar um bootcamp nas instalações da organização, em São Paulo

Na época era muito complicado. Eu e a antG, por exemplo, tínhamos uns computadores muito ruins e monitor 60Hz. Era muito difícil para trocar tiro com uma menina jogando em 240Hz. Aí a gente foi fazer o bootcamp. Quando a gente sentou ali, PC bom, 240Hz, é agora”, explicou a paulistana.

O primeiro campeonato na casa da Vivo Keyd foi o Game Changers Series Brasil 1. Mesmo caindo na quinta colocação, o desempenho agradou a boa parte da comunidade e jogadoras. Partidas sólidas contra Gamelanders Purple e Stars Horizon mostraram que o time tinha margem para evolução e poderia chegar longe. Além disso, Bia se provou individualmente para os fãs. Mesmo com a eliminação precoce, figurou entre as melhores jogadoras, mesmo atuando de Sova.

Logo após o Game Changers, uma série de resultados abaixo do esperado pela equipe acabou minando o entendimento do time. Cobranças por resultado, dificuldade para achar um treinador e ainda resolver problemas internos, acabou custando muito caro para a Vivo Keyd e biazik

Eu fui para o banco porque deu uma briga geral no time. Eu estava me sentindo muito mal com aquilo e não ia conseguir aguentar. Já tava me estressando com coisa que não era para me estressar. E eu pensei que se eu continuasse iria acabar prejudicando todo mundo”, contou

Matheus Estevan/Vivo Keyd

RETORNANDO COM ESTILO

No banco da Vivo Keyd e aberta a propostas, Bia aproveitou o tempo para desenvolver o próprio jogo. Foram três meses aperfeiçoando o Sova e masterizando outros agentes. 

Mesmo na reserva, a Vivo Keyd convidou Bia para acompanhar o bootcamp em preparação para o Game Changers 2. Apesar de receosa, aceitou o convite e foi até o centro de treinamento. Ela ainda aproveitou para conversar com as companheiras e pedir desculpas pelos erros e desentendimentos. 

Ao mesmo tempo, Daniela “Dani” Cristini decidiu deixar o time para focar na faculdade, abrindo uma vaga para biazik. Entretanto, ela teria que assumir a função de duelista. Bia abraçou a causa e mais do que isso, mostrou um desempenho absurdo de Jett.

Na volta oficial, na terceira seletiva para o Game Changers, biazik ajudou a Athenas a chegar a final, superando a favorita Gamelanders. Abusando da própria habilidade, ela fez mais de 40 eliminações, sendo 13 first kill, fundamental para garantir rounds. Apesar da derrota na final, uma nova Bia surgiu. Novamente apareceu entre as melhores jogadoras da competição, mostrando bons números e desempenho in-game positivo.

Nos torneios seguintes, a jogadora repetiu os bons números e comandou a Keyd nas partidas. Neste período, ela figurou na lista de melhores jogadoras também do quarto classificatório para o Game Changers e para a 2ª etapa da Copa Rakin 2021.

Com isso, as expectativas da Vivo Keyd para o Game Changers 2 eram altas. Porém, não acabou se concretizando. Novamente contra a Stars Horizon, o time não encaixou seu jogo, perdeu seu mapa de confiança, Fracture, e acabou eliminada precocemente.

Aparentemente o ano acabou ali para a Vivo Keyd. Tanto é que no meio do Girl Power 3, várias companheiras de Bia anunciaram estarem liberadas do contrato. Mesmo assim, disputaram o campeonato de forma séria e conquistaram o terceiro lugar, encerrando o ano de 2021.

CampeonatoColocação
Vivo Keyd Girls ChampionshipCampeã
Women’s Community Festival Masters3º/4º Lugar
Protocolo Geneses #43º/4º Lugar
GIRLGAMER Challenge Latin America3º Lugar
VALORÃO Summer CupVice-campeã
Protocolo Evolução3º/4º Lugar
Copa Rakin4º Lugar
Girl Power #33º Lugar

A 6ª MELHOR NO BRASIL EM NÚMEROS

Por conta da pausa quando foi para a reserva da Athenas, biazik não chegou a disputar todas as competições femininas realizadas no Brasil nesta temporada. Mas o período em que atuou foi bem aproveitado já que a atleta se fez presente em oito das listagens de melhores jogadoras produzidas pelo VALORANT Zone, somando 147,7 VZone Points.

biazik em 2021

  • Vivo Keyd Girls Championship – MVP
  • WCF Masters – EVP
  • Game Changers Series Brasil 1 – EVP
  • VALORÃO Summer Cup – EVP
  • Protocolo Evolução #3 – EVP
  • Protocolo Evolução #4 – EVP
  • Copa Rakin – EVP
  • Girl Power #3 – EVP

Uma boa definição para biazik seria “o Sacy do cenário feminino”. In-game é avassaladora, letal na trocações, mas não deixa de dar suporte a equipe. Seu Sova ajuda demais a equipe em outras funções. Tanto é que estatisticamente ela tinha mais first kills que seu entry fraggers.

Claro que os números de Jett seriam maiores, mas ela tem valores impressionantes de Sova. As estatísticas do thespike apontam que ela fez 32 mapas de Sova ao longo do ano, marcando um ACS de 230. O dano médio por round de 156.4 é uma prova que ela é, sim, uma máquina de matar. De Jett, os números aumentam. Em 28 mapas, o ACS subiu 281 e o ADR para 178.

As características de biazik vão além do jogo. Com temperamento forte, sempre buscou colocar as colegas pra cima em momentos difíceis. Esse espírito também se transformou em liderança em alguns momentos. Sempre fez o papel de second caller e às vezes in-game leader.

Arte/VALORANT Zone

MELHORES JOGADORAS DE 2021 E PREVISÕES

Biazik traz sua leitura de jogo para fora dele. A jogadora cravou a própria posição no ranque de melhores jogadoras de 2021.

Acho que tem bastarda, daiki, isaa, shyz, mittens, eu e isa1”, afirmou.

Ela também revelou as apostas que têm para 2022. A principal é Romina “romi” Álvarez. A chilena defende a Stars Horizon desde julho e pode ser muito destaque na próxima temporada.

Ela entrou recentemente na Stars e os resultados começaram a vir mais para o fim do ano. Então eu acho que ano que vem vai ser um pouco diferente. Ela vai entrar em algum time bom, ainda não sei se vai continuar na Stars. E aí ela vai se destacar mais ao longo do ano”, comentou.

Além de romi, Bia citou sua xará Beatriz “bia” Terra, ex-Breakout, Letícia “Joojina” Paiva, ex-Cruzeiro Esports e Melissa “meL” Millena, da Liberty.

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