Noticias

Especial Orgulho LGBTQIA+ com Ori, Lilly, isa1 e nat1

Conversamos com figuras importantes da comunidade LGBTQIA+ presentes no VALORANT

O mês de junho é mundialmente reconhecido por ser o Mês do Orgulho LGBTQIA+ desde 1969, ano marcado pela rebelião de Stonewall. Para celebrar essa importante data, o VALORANT Zone conversou com a Leo “Ori” Damasceno da Jaguares, a Natália “nat1” Meneses da Gamelanders Purple, a Isabelle “isa1” Glym da Havan Liberty e a criadora de conteúdo Lilly “LillyNB” Giriguél, todas LGBTQIA+ e também presentes no cenário de VALORANT.

De início, perguntamos para elas como é a comunidade de VALORANT, como se sentem e as diferenças das comunidades de outros games. As três jogadores profissionais comentam de todo o acolhimento da comunidade, enquanto Lilly comenta disse que não liga mais tanto, porém ainda tem problemas no chat de voz – algo que inclusive a nat1 também que existe no meio.

Ori: “A comunidade de VALORANT é a mais acolhedora que eu já pude presenciar, seja fazendo parte como jogadora ou como torcedora. É a primeira vez que o cenário dos jogos presencia essa tamanha valorização para os gêneros marginalizados dentro do mundo dos esports e a Riot Games traz isso de uma forma totalmente explícita através de todo esse investimento que tem sido feito não só no cenário dito como feminino, mas também na inclusão de pessoas LGBTQIA+ como parte da história desse jogo, coisa que não teve início através dos cards recentes, mas em todas as falas inclusivas que tivemos a oportunidade de ouvir da produtora executiva do jogo, a Anna Donlon.

LillyNB: “Sinceramente, em todos os jogos que já joguei é diferente ser uma pessoa LGBTQIA+, afinal aquele geralmente é o lugar de meninos/homens ocuparem e isso já me fez recuar na hora de falar no chat ou abrir o voice no VALORANT. Não dou mais tanta bola hoje em dia e falo quando eu quero, mas sempre que algum preconceituoso percebe o meu jeito de falar, eles acabam debochando e até menosprezando a mim durante as partidas.

isa1: “A comunidade de VALORANT é muito mais receptiva do que outros jogos de FPS que já joguei, me senti muito mais a vontade de poder ser quem eu sou e fui muito bem acolhida. Totalmente diferente de outros jogos que nunca vi uma representatividade.

nat1: “Sendo sincera, eu me senti super acolhida desde o primeiro dia jogando VALORANT, diferente de outros jogos onde já aconteceram episódios de preconceito e tudo mais. A comunidade LGBTQIA+ tem cada vez mais lutado pelo seu espaço e isso tem se refletido no cenário de VALORANT também, onde a comunidade já nasceu um pouco mais inclusiva ao meu ver. Ainda existe a parcela de pessoas de mente fechada com certeza, mas no geral eu vejo bastante melhora.

Quer ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do VALORANT? Então, siga o VALORANT Zone nas redes sociais: TwitterFacebook e Instagram.

Falando sobre o dia a dia no jogo, perguntamos se já ocorreu algum problema por ser LGBTQIA+. As jogadoras isa1 e nat1 comentaram que a comunidade sempre acolheu elas muito bem e não tiveram problemas relacionados.

Já Ori e LillyNB são não-binárias, pessoas com identidade de gênero não definidas pela binaridade, e já passaram por momentos de transfobia ou tratamento diferenciado. Ori já passou por momentos dentro e fora das partidas, ressaltando muito o apoio das pessoas em sua volta, já LillyNB relembrou de uma situação em que já encontrou apoio dentro do VALORANT.

https://twitter.com/orivlr/status/1399796022168231942

LillyNB: “Em ocasiões nada raras, sempre achei “comum” acabar sendo tratade inferior ou ser diminuído usando a minha bandeira contra mim, entre outros tipos de “incomodar” durante partidas. Durante uma partida, uma vez aconteceu de alguém ser muito homofóbico comigo e outro jogador se meteu e disse para que o cara parasse, mas é a única situação que eu lembre que houve reação dos outros jogadores.

Ori: “Sim. Já sofri transfobia de jogadores dentro e fora das partidas mas, por sorte, sempre tive pessoas que pudessem enfatizar junto à mim os argumentos que impedissem qualquer continuação das falas preconceituosas voltadas a quem eu sou no contexto gênero.

O Mês do Orgulho LGBTQIA+ é um marco importante na história por conta do acontecimento em Stonewall em 1969, em que a comunidade LGBTQIA+ enfrentou a força policial em combate às diferenças sofridas na época, já que a polícia realizava batidas no Stonewall Inn – um dos poucos locais dos EUA que aceitavam pessoas pobres e marginalizadas da comunidade LGBTQIA+. Após essa rebelião, que foi um marco na história, muitos fatores políticos e educacionais começaram a mudar e por isso em junho é comemorado o Mês do Orgulho LGBTQIA+.

Nesse mês importante, Riot Games implementou os Cards Pride em VALORANT, adicionando as bandeiras que representam as comunidades gay, transgênera, pansexual, não-binária, bissexual, assexual e lésbica. Conversamos com as convidadas e perguntamos o que cada uma acha da importância da criação dos banners no game e muito se fala do espaço e representatividade, que é necessária no meio.

Divulgação / Riot Games

nat1: “Acho que a importância foi a representatividade mesmo né? Assim como eu, muita gente se sentiu representada pelos cards e por essa campanha que a Riot proporcionou nesse mês tão importante pra nós. Além de ajudar a comunidade a se conscientizar ainda mais.

isa1: “Eu acho incrível toda essa campanha que a Riot fez em relação ao mês LGBTQIA+, além de trazer uma consciência pra comunidade, muitas pessoas se sentiram representadas – e os banners estão lindos né?!

Ori: “Definitivamente. Os banners vieram com uma ótima intenção de inclusão, apesar dos nomes não direcionados diretamente ao público que os representa (bissexuais, pessoas trans etc) e sim com nomes como ”algodão doce ou galáxia”, e trazem uma representatividade necessária em meio ao cenário que é tão preconceituoso. Além disso, muitas pessoas sequer sabiam o que significavam as bandeiras e, graças aos banners, foram atrás para entender melhor qual identidade de gênero ou sexualidade era representada por cada uma delas.

LillyNB: “Eu acredito que no mundo onde a gente vive, nada é mais justo do que todes serem reapresentados, mesmo que não ganhemos espaço no mundo hétero cis, a gente pode fazer por nós como comunidade, mas eu amei todos os banners e me senti representada <hahaha>. Acho que para outros players que não fazem parte da comunidade LGBTQIA+, pode ser até um gatilho para que eles achem injusto e tal, mas esses mesmos tbm podem adquirir os cosméticos pois ngm está os obrigando, e pode ser que se essas pessoas q não fazem parte da comunidade, acabe desconstruindo algum preconceito pq em algum momento pode vir a querer saber o que significa e tal.

Falando do cenário competitivo, houve um episódio em que a comunidade se uniu para que Ori participasse de um evento e ela comentou sobre o acontecido: “O meu maior medo quando entrei para o cenário competitivo era passar por situações como essa. Fui abraçada pelo cenário de uma forma que jamais imaginei, seja na situação citada ou por todas as minhas conquistas até agora, serei eternamente grata por tudo o que fizeram por mim até então, seja por cobrarem a minha participação nos torneios ou por simplesmente me defenderem abertamente quando necessário“.

Ori também ressalta toda a aproximação com a comunidade e todo o movimento que acontece para ter sempre mais inclusão no cenário.

As amizades e o ‘público’ que levo comigo agora são essenciais na minha vida, são pessoas com muita empatia, amor e carinho pra dar. E respondendo a segunda parte da pergunta, eu acredito que sim. Cada vez mais presenciamos falas de representatividade e inclusão no cenário dos esports, algo que deixou de vir apenas das jogadoras que fazem parte da comunidade LGBTQIA+ mas também pessoas que apenas dão o suporte e o auxílio necessário para que essa inclusão venha a acontecer e isso é muito bonito. Demorou para acontecer, mas está acontecendo e isso me deixa muito feliz.

Por fim, perguntamos para isa1 e nat1 como é se enfrentar nos campeonatos em que elas participam, já que são namoradas e ao mesmo tempo rivais de equipe, com nat1 na Gamelanders Purple e isa1 na Havan Liberty.

isa1: “No inicio foi meio difícil esse confronto, mas com o tempo a gente já foi se acostumando e hoje em dia é muito natural, a gente fica se zoando em dia de jogo e temos até uma brincadeira de que quem perde vai dormir no sofá! <kkkkk> Mas é muito natural e tranquilo esses confrontos hoje em dia.

nat1: “Hoje em dia é tranquilo até! No começo foi um pouco estranho ter ela do outro lado no servidor, mas depois de nos enfrentar varias vezes, acabou acostumando. E pra ser sincera, eu gosto muito de ganhar dela, minha competitividade aumenta bastante pra ganhar e zoar ela!

Acompanhe as redes sociais de: Leo “Ori” Damasceno (Twitter e Twitch), Natália “nat1” Meneses (Twitter e Twitch), Isabelle “isa1” Glym (Twitter e Twitch), e Lilly “LillyNB” Giriguél (Twitter e Twitch).

Shares: