Uma das principais reclamações da comunidade em 2023, o Challengers deixou de ser a principal liga de cada região para se tornar um “local de desenvolvimento de talentos“. Em entrevista ao podcast MD3, Leo Faria, Head de Esports do VALORANT, comentou sobre os desafios e os próximos passos do torneio.
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Questionado sobre a diferença da expectativa para a realidade da mudança para o sistema de franquias, Leo Faria respondeu: “Eu acho que um dos nossos maiores erros foi uma má gestão da expectativa, principalmente no Brasil. Das 23 ligas (regionais) ao redor do mundo, a única que a Riot prodiziu, foi no Brasil. O resto é tudo feito por parceiros. Pra ser sincero, eu me arrependo de chamar o tier 2 de Challengers. A galera vem de 2022 falando “O Challengers Brasil é o tier 1”, mas em 2023 ele não é mais o tier 1, ele é equivalente ao CBLOL Academy. É outro produto“.
Perguntado sobre a saída de diversas equipes do Challengers, o executivo respondeu: “Na Riot a gente não tem ego. A gente criou esse sistema, fez esse design do ecossistema. A gente acredita que ele funciona, e se ele não funcionar, nós vamos mudar. Eu vejo muita gente falando no twitter “você quer matar o tier 2”. Eu não tenho nenhum incentivo para matar o tier 2. Meu incentivo é fazer o esporte crescer, na Riot a gente quer que o negócio cresça. Se esse design não funcionar, a gente vai mudar“.
“O que a gente precisa no fim das contas é de uma conexão entre o cenário nacional, onde a gente gera talento, e o cenário principal. A conexão que criamos hoje é o Ascension. O que estamos ouvindo de muitos times é: “talvez não seja o suficiente”. E eu aceito esse feedback perfeitamente, primeiro porque é uma oportunidade limitada, é uma vez por ano. Segundo porque os times da América do Norte claramente tem uma vantagem, porque eles conseguem treinar com os times da franquia. E não tem solução perfeita para esse problema. Se a liga fosse no Brasil, o LATAM e o NA estariam em desvantagem“.
Por que não mudar a sede da liga toda temporada?
“O nosso sonho era fazer a liga rodar. A gente faz um split no NA, um no LATAM e um no Brasil. Claro que custaria uma fortuna, mas os times precisam se estabelecer. Precisam criar uma empresa e abrir uma entidade legal. Cada país tem leis trabalhistas diferentes, isso não é viável. Eu entendo que talvez, o Ascension não seja a solução. Eu ainda acho que é cedo, mas se não funcionar não tenha dúvida que a gente vai mudar. Não tem problema nenhum em matar a ideia de vaga de visitante nas ligas e criar uma nova solução“.
“Se você parar para pensar, fazer o Challengers e o Ascension foi a decisão mais dífícil que a gente poderia tomar. A decisão fácil era a gente ter criado um academy. A gente poderia ter um VCT Américas Academy, acontecendo em qualquer lugar, sem promoção e para por ai. A gente acredita em abrir a porta e criar o espaço para a galera subir. Se a gente quer ter um cenário sustentável, e eu acredito muito que ele possa ser, inclusive preciso esclarecer. Quando eu fiz aquela entrevista no Champions, eu disse o seguinte: “O objetivo do tier 2 não é estabilidade” e a galera foi a loucura. O que eu quis dizer com estabilidade é que a gente não quer que a galera chegue no Challengers e fique lá pra sempre. Se você ta a quatro, cinco anos no Challengers e não alcançou nada, a gente quer que você dê o espaço para um novo talento” explicou Leo Faria.
Audiência e calendário
“A gente quer que a liga seja sustentável. O jeito de fazer a liga ser sustentável? Ter audiência. A gente estabeleceu há meia hora que para o esporte ter sucesso, ele precisa ter audiência. O que estamos fazendo pro ano que vem é fazer várias mudanças para que as ligas regionais tenham mais audiência. O que eu acho que aconteceu esse ano que doeu eu todo mundo, inclusive na gente, é que o principal problema é que a liga acabou muito cedo. A gente tem uma filosofia de anunciar a próxima competição antes do atual campeonato terminar. E a gente não fez isso no Challengers. E ficou todo mundo no “e agora?” Foi um grande erro. E os times saíram e passou uma ideia de que o cenário morreu. O cenário não morreu“.
“Falo com bastante segurança, em 2024 nós vamos ter times e jogadores. Quando se cria um vácuo, sempre tem alguém novo para ocupar aquele espaço. Eu acho que estamos fazendo várias mudanças importantes para a liga ter audiência. A gente ta mudando o calendário, que vai durar o ano todo, não vai mais ter esse buraco de seis meses sem jogo. A gente vai implementar o Premier, que vai começar a promover times a cada dois meses para o Challengers. O Ascension agora vai acontecer depois do Champions. Estamos criando um sistema de afiliação. Por exemplo, a LOUD pode se afiliar com um time no Brasil e isso criará muito benefícios. Eles podem trocar jogadores, a gente espera que os times dividam os recursos com o tier 2. Estamos fazendo mudanças para a liga ter audiência. Se tem audiência, tem negócio” disse o executivo.
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