Especial

Treinador da Liquid, Palestra rechaça pressão e afirma: “Não existe zona de conforto”

Equipe feminina da Team Liquid é a representante da organização no cenário brasileiro de VALORANT no Brasil

Estrutura de primeira, profissionalismo e a possibilidade de realizar um bootcamp em uma das regiões mais fortes do cenário competitivo de VALORANT. Esta é a realidade que o quinteto feminino da Team Liquid encontra atualmente. Com acesso a tudo que é possível e muito mais, o elenco se preparou na Europa no decorrer de duas semanas no Velho Continente para a temporada brasileira.

Agora, as meninas que defendem a Cavalaria no Brasil têm a missão de mostrar que podem fazer de todo esse aporte um time imbatível no decorrer do ano se não se deixarem levar por tanta pressão antes mesmo de entrar no servidor. Em entrevista ao VALORANT Zone, André “Palestra” Gomes, treinador da Team Liquid, revelou que o objetivo é fazer todo este aprendizado se tornar em resultados sem se importar com opiniões.

“Tudo isso é sobre trabalhar para merecer voltar para a Europa, para conseguir transformar essa experiência em resultados e melhorar a performance. Nunca foi sobre ir, mas sobre merecer voltar. Independentemente da opinião dos outros, temos que entender que esse período foi muito produtivo e, então, mostrar na prática o quão importante foi. Serve para que outras organizações entendam que esse investimento faz diferença”.

O primeiro passo para isso, entretanto, é fazer com que o time não entre na zona de conforto e entenda que todas as conquistas passadas ficaram para trás. Em uma nova temporada, o elenco que varreu o Brasil ainda como Gamelanders Purple faz com que seja necessário virar a chave e começar uma nova trajetória de triunfos e conquistas. Por isso, Palestra destaca a importância de seguir com o elenco que fez sucesso.

Reprodução/Twitter/Daiki

“Manter um elenco vitorioso é sempre importante. Já ter teamplay e sinergia contruídos representa começar um passo à frente. Mas é importante ressaltar, também, que se houve uma preparação boa, a próxima fase deve ser sempre ainda mais rígida e completa do que a anterior. Não existe zona de conforto. Se você faz uma preparação dura para ser campeão, a próxima precisa ser mais dura ainda”.

SUPORTE DA TEAM LIQUID

Hoje, o quinteto formado pro Ana “naxy” Beatriz, Paola “drn” Caroline, Paula “bstrdd” Naguil, Natália “daiki” Vilela e Natália “nat1” Meneses pode se orgulhar de ter uma das melhores estruturas de uma equipe de VALORANT no Brasil, tanto no cenário feminino quanto misto. Para Palestra, “não há nada que falte” na Team Liquid.

“Em questão de estrutura, não há nada que falte na Team Liquid. Tudo o que solicitamos é prontamente atendido. Já em questão de profissionalismo, é tudo preto no branco. Digo isso em relação à logística, ao bem-estar geral do time, a nos proporcionar sempre e no sentido de cobrar postura e comprometimento”, disse Palestra ao rasgar elogios para a organização.

Somado a isso, a Team Liquid levou o elenco para um período de treinamento na Europa. Entretanto, nem mesmo entrar com a tag de uma das maiores organizações do mundo no servidor facilitou a vida das jogadoras. Isso porque, segundo o treinador, eles tiveram problemas para marcar treinos nos primeiros dias no Velho Continente, mas conseguiram normalizar a situação em seguida.

“Foi um processo muito importante tanto em questões pessoais quanto de jogo. E um período muito produtivo. No início, tivemos um pouco de dificuldade para marcar os treinos, mas a partir do terceiro dia conseguimos treinar diariamente com equipes interessantes. Aprendemos muito”.

QUEM BATE DE FRENTE?

Até mesmo um elenco com tanta pompa precisa tomar cuidado para não se perder no favoritismo. Em relação a isso, Palestra parece estar bem consciente e reconhece diversas qualidades encontradas em outras equipes do cenário competitivo brasileiro. Para ele, Stars Horizon, B4 e Gamelanders Purple chegam como grandes concorrentes para este ano.

“Stars Horizon por ter mantido o elenco e estarem trabalhando em sintonia; B4 por ter mantido a base e feito novas adições com treinador de VCT e outras promessas; e Gamelanders por ter pego uma das melhores jogadoras do ano passado (Isa) e mixar com bons nomes e promessas, além de um treinador de VCT. Também vale destacar Breakout, TRY e Oddik, que vieram com uma base no ano passado com investimento maior nesta temporada”.

Foto: Divulgação/Team Liquid

Para evitar qualquer surpresa no meio do caminho e fazer com que os times supracitados se tornem uma pedra no sapato maior do que poderia ser, Palestra afirma que uma das grandes receitas da Team Liquid para não precisar “pegar no tranco” no decorrer do ano é o planejamento.

“É claro que tem coisas que fogem do controle, mas é preciso entender o tempo que se tem para trabalhar e quais objetivos devem ser concluídos até lá. As meninas têm um perfil de nunca estarem satisfeitas, nunca acharem que está bom o suficiente. Para um treinador, isso ajuda a propor coisas novas e pensar fora da caixa. Este ano, a gente pretende não jogar tantos campeonatos e prezar pelo maior nível de performance possível”.

“Acho que estamos dando um passo adiante com o “fator Team Liquid”. Talvez as pessoas que acompanham a gente não saibam disso, mas somos o time brasileiro de VALORANT e não só uma escalação feminina. Pelo menos para mim, é a grande diferença entre as duas equipes. Agora, com a estrutura de uma das maiores organizações do mundo, vamos trabalhar para buscar o top 1 não apenas no feminino, mas também no misto”, disse Daiki.

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