Especial

saadhak confirma que foi atrás de nozwerr e fala sobre carinho da torcida da LOUD

Atleta falou sobre a escolha de continuar a competir no Brasil

Matias “Saadhak” Delipetro sempre foi muito próximo da cultura brasileira. O ex-jogador de Paladins se tornou uma das vozes ativas do cenário. Com um grande carisma, conquistou o carinho do público e, não satisfeito, demonstrou alto nível de conhecimento do VALORANT. Com bagagem nas costas, Saadhak o desafio de ser o capitão da LOUD.

Montagem do elenco e estreia

Ao lado de Gustavo “Sacy” Rossi, a dupla montou uma line-up nova para 2022. Em entrevista ao VALORANT Zone, o argentino comentou como foi a pensado e criado o time, as negociações com a LOUD e mais.

Em 2021, Saadhak e Sacy jogaram juntos pela Team Vikings, no qual disputaram dois torneios internacionais, o Masters Reykjavík e VALORANT Champions. O time, contudo, não passou da fase de grupos, mas individualmente, a dupla mostrou a força e o potencial que a região tem. Para 2022, os jogadores decidiram continuar juntos, assim convocaram uma equipe que seria forte dentro e fora dos servidores.

“Eu acho que foi uma coisa mais natural (criação do time). O aspas, chamamos porque é o aspas, o cara dá muita bala, toma as decisões muito rápido. A gente falou: a única coisa que ele precisa é conhecimento do jogo e a gente pode dar isso para ele. O pANcada também foi muito óbvio, pelo fato de que primeiramente não tem controlador no Brasil e não tem controlador que tenha muita mira, na nossa opinião pelo menos. E o pANcada tem tudo, o cara é muito inteligente também.”

Foto: Marcos Almeida/LOUD

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Os jogadores queriam chamar o argentino Agustin “Nozwerr” Ibarra da FURIA, mas como o atleta ainda tinha contrato, as conversas não avançaram. Sendo assim, a escolha foi Felipe “Less” Basso, um dos jovens prodígios do cenário.

“O Less foi um pouco mais a surpresa. Era um risco porque não conhecíamos muito ele, só tem 16 anos, ele poderia ser muito bom ou muito ruim, uma bomba relógio, sabe? Mas terminou bem, está dando certo, ele está jogando de Sentinela e eu de Flex.”

A última peça do elenco, chegou mais tarde. Matheus “bzkA” Tarasconi foi o escolhido para comandar a line-up, segundo Saadhak, os atletas optaram pelo ex-treinador da Vikings por terem trabalhado juntos e já sabiam que o coach poderia acrescentar.

“Decidimos o bzkA pelo fato de que já conhecíamos o trabalho dele, sabemos que tipo de pessoa ele é, que tipo de atitudes ele tem e sabíamos que ia encaixar muito bem no time. Então, a gente falou, tem que ser o bzkA, não tinha outro em nossa mente. Foi uma escolha clara.”

Com apenas cinco dias de treino, pANcada e Amigos fizeram a estreia na seletiva aberta do VALORANT Challengers Brasil (VCB). O time que ainda não estava ainda preparado, passou invicto pela primeira etapa e pela segunda seletiva fechada.

Reprodução/Twitter/saadhakgg

“A gente só treinou um mapa, uma vez na semana. Tipo, um dia Breeze, um dia Haven e assim, falamos: Seja o que Deus quiser. Foi basicamente isso, o bom é que temos uma boa improvisação, pelo fato que eu tenho muita experiência como IGL, sei como improvisar e também temos jogadores que dão bala na cara. Todo mundo tem muita mira, estávamos tranquilos para essa seletiva, mas foi muito estresse, muitos jogos.”

Na segunda etapa, a equipe venceu a Stars Horizon por 2 a 0 e depois enfrentou o MIBR. Em um jogo acirrado e vencido no detalhe, pANcada e Amigos levaram por 2 a 1, conseguindo a classificação para o evento principal do VCB. Apesar de estarem pouco tempo juntos, Saadhak sempre teve expectativa alta para a equipe que montou.

“Eu tenho expectativas altas pro meu time, porém, não significa que poderíamos ter demorado para ter dado esse pulo (de desempenho), porque obviamente é um processo, é um time, a gente demora pra encaixar e tudo mais. Eu estou muito feliz, esperava que a gente se saísse bem, foi uma surpresa ter ido tão bem em tão pouco tempo. Foi um alívio muito grande, pudemos descansar e começar treinar bem.”

LOUD e reconhecimento da torcida

Em dezembro, após o fim do contrato com a Vikings, o VZone revelou que o time liderado por Sacy e Saadhak, havia recebido proposta da LOUD. Semanas depois, o ge apurou que a equipe tinha fechado contrato, apesar de terem sido sondados por outros times como NIP, MIBR e Stars Horizon.

Saadhak revelou como foi as negociações com a organização, que apesar de ser um grande clube, os jogadores não assinaram o contrato apenas pelo nome e engajamento que a LOUD tem, mas porque foi a melhor opção.

“Quando a gente recebeu o convite, a gente pensou nele, falamos: Tá, a LOUD é uma organização grande, vamos ver direitinho se eles podem nos oferecer o que a gente está precisando, que é infraestrutura e tudo mais. Uma vez que vimos o CT, conhecemos os donos, foi diferente, a gente aceitou, mas cegamente não. Não aceitamos só pelo fato de ser a LOUD.”

Não demorou que a torcida soubesse das negociações e fosse atrás para conhecer o novo time. Uma das torcidas mais apaixonadas que existe nos esports, os números nas redes sociais dos atletas subiram com o “efeito LOUD”. Em uma transmissão na Twitch em janeiro, o argentino falou como conheceu o clube e durante a conversa com o VZone, revelou que foi sincero nas palavras.

“Eu fui sincero que eu não conhecia a LOUD, tipo, sempre falavam: a LOUD é muito grande, e eu pensava ‘que tão grande pode ser assim’. Quando começou todos os rumores, que minha live cresceu muito, começaram a fazer conteúdo de mim, eu fiquei chocado, muito bom, muito positivo. Mas ao mesmo tempo, dá um pouco de medo, porque onde tem muito amor tem muito ódio também. Porém, incrível, eu fico surpreso todos os dias, eu ligo a live e tipo, em toda a minha vida fiz stream com 10, 20 pessoas, foram cinco anos assim. Ano passado e esse ano, estourou, só pelo fato da LOUD. Então, uau né.”

Com um aumento drástico de público nas transmissões, Saadhak sabe que a torcida irá apoiar ao time. Apesar de existir a pressão, o argentino garante que já lida com isso há alguns anos e que quer trazer um título para a organização e aos torcedores.

Foto: Reprodução/Twitter/SaadhakGG

“Eu já estou competindo há mais de sete anos, então acho que sei lidar um pouco com a pressão, quero retribuir todo esse amor com um título. Primeiramente porque eu quero ganhar, segundamente porque a LOUD não tem um título assim de FPS, um título grande, que eu saiba né. Então gostaria de trazer um título pra eles.”

Na mesma transmissão passada, o atleta brincou que não faria tiktok, mas revelou que já teve que fazer um para a própria LOUD. Além disso, Saadhak garantiu que não vai parar com as lives, já que é algo que faz porque ama.

“Eu já fiz tiktok para a LOUD, porém, não vai ser meu foco. Não vou focar em criar conteúdo, eu faço live porque me faz bem no meu mental, me faz bem falar com a galera, com a minha comunidade, é uma coisa que vou continuar fazendo estando na LOUD, tendo cinco pessoas ou um milhão, vou continuar fazendo live.”

Desejo de jogar fora x morar no Brasil

Em dezembro, o Dexerto revelou que Saadhak, junto de Sacy, estudavam a possibilidade de migrar para a Europa. O argentino comentou que teve vontade de jogar fora do Brasil, mas revelou os motivos que o fizeram ficar.

“Eu tinha vontade sim (de competir fora do país), porém, eu não recebi propostas muito boas, tipo, eu recebi propostas boas, mas não era o que eu queria e ficar no Brasil era uma coisa que eu tinha em mente. Tenho minha namorada aqui, quero fazer minha vida aqui no Brasil, então a decisão foi óbvia. Eu gosto muito do Brasil.”

Na última segunda-feira, o argentino revelou por meio das redes sociais, que conseguiu a Carteira de Registro Nacional Migratório (CRNM), documento que legaliza a estadia de estrangeiros no país. Fora isso, Saadhak também recebeu Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), que é um registro de contribuintes mantidos pela Receita Federal do Brasil e comentou como foi a sensação de ter conseguido os documentos.

“Foi incrível, a galera não sabe, mas pra mim estava sendo difícil morar aqui, porque eu não tinha conta no banco, fazer os pagamentos era difícil. Por sorte, eu tenho uma namorada aqui, ela estava me ajudando com um monte de coisa. Porém, agora vou poder ser mais independente, isso me deixa bem mais tranquilo. Jogar aqui no Brasil tem sido uma boa escolha.”

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