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Especial

Os melhores no Brasil em 2022 – Matias “Saadhak” Delipetro (4)

O manito mais brasileiro que liderou um continente ao título Mundial de VALORANT

O ano de 2022 ficará marcado para sempre na história do VALORANT brasileiro e também para Matias “Saadhak” Delipetro. Além de ver a Argentina levantar o troféu de campeão da Copa do Mundo há alguns dias, Saadhak foi o líder de um continente na conquista do Mundial do FPS da Riot Games.

O “manito” exerceu o papel de capitão de forma primorosa, fazendo a LOUD dominar nos campeonatos regionais, bater na trave no primeiro evento internacional do ano e tudo culminar na campanha do título do VALORANT Champions. Assim como de costume, Saadhak não deixou a performance individual cair por ser o capitão e foi fundamental para o time ao longo da temporada. Por conta de tudo isso, ele ocupa a 4ª colocação na lista do VALORANT Zone dos melhores jogadores de 2022.

Obs: A LOUD foi procurada pela reportagem a partir do momento em que a lista de melhores do ano foi definida pelo VALORANT Zone. No entanto, a organização não conseguiu marcar entrevista a tempo da publicação desta matéria

Números de saadhak em 2022

O impacto do jogador na temporada fica explicito quando se olha as estatísticas. Apesar de não conseguir nenhum MVP, Saadhak teve grande consistência e somou oito EVPs – dado para os jogadores que se destacaram em determinada competição, mas que não receberam o prêmio de melhor jogador por ser, obviamente, uma premiação para um único player.

Considerado um dos melhores do mundo na função de iniciador, Saadhak teve preferência por três agentes ao longo do ano. KAY/O, Breach e Skye foram os personagens mais escolhidos.

O argentino terminou a temporada com uma média de pontuação de combate (ACS) em 209, o KD (Kills/mortes) de 1.06, quase 110 de ADR (dano médio por rodada) e 73% de KAST (kills, assistências, sobrevivência e trade), uma das estatísticas mais importantes em jogos de FPS.

Arte/VALORANT Zone

Formação no MOBA e FPS

Saadhak passou por muitos jogos e outros cenários competitivos antes de chegar no VALORANT, mas o começo da relação com os jogos foi quando um tio o levou para as lan houses na Argentina Posteriormente, o jovem ganhou um computador dos pais.

Aí que começou minha vida. Só jogava CS 1.5, depois joguei muito tempo League of Legends, depois CS:GO. Joguei Overwatch um tempo, gostava para cara*** do jogo.

Foi no FPS da Blizzard que ele tentou a primeira investida profissional, porém a falta de apoio da desenvolvedora na região fez com que não desse certo e acabou migrando para o Paladins. Saadhak defendeu a Nocturns Gaming, conseguiu o apoio dos pais na carreira e chegou no time brasileiro Spacestation, onde disputou as edições de 2019 e 2020 do Paladins World Championship, o mundial da modalidade. 

Apesar de não conquistar títulos no tempo de FPS, ele avalia como positivo os três anos no game, principalmente para o amadurecimento como pessoa, que viria a ser um dos trunfos de saadhak no VALORANT.

Eu consegui um monte de títulos no LATAM, teve um ano que não perdemos um jogo. Morei fora uns três, quatro meses, nos Estados Unidos, e foi uma grande experiência. Também aprendi outras línguas, conheci outras culturas como a americana e brasileira. Para mim foi uma vitória.

Saadhak
saadhak no Paladins | Foto: Skillshot Media

Migração e ascensão meteórica

Saadhak não perdeu tempo após o lançamento do Beta do VALORANT e migrou de modalidade logo no começo. Impactado pelo carinho que a desenvolvedora propôs para a região sul-americana, o jogador colocou a prova a experiência adquirida no Paladins e apostou as fichas no desconhecido.

O que acontecia no Paladins é que quando eu perdia um internacional, eu tinha que parar de jogar por três semanas, um mês. E com o VALORANT, eu sinto que tenho mais vontade de jogar depois que eu perco. Com dois dias eu quero jogar de novo, quero melhorar, quero ser melhor que era antes. Estou totalmente ligado com o jogo

O início no VALORANT foi melhor do que o esperado ainda antes de o FPS ser lançado. Ele conta que chamou o ex-companheiro Agustin “Nozwerr” Ibarra para jogarem CS:GO e pegarem os conceitos similares. A estratégia funcionou e rapidamente formaram a Estral Esports.

No cenário latino-americano, conquistaram praticamente todos os torneios que disputaram, inclusive o First Strike local. Faturaram o primeiro título apoiado oficialmente pela Riot Games e uma premiação de US$8 mil. Mesmo dominando o cenário LATAM e dando show nas competições, o contrato do time se expirou no final de 2020 e cada um optou por seguir seu caminho.

Vikings e o prelúdio do sucesso

Com a separação, Saadhak encontrou novamente respostas no país vizinho e contou com a ajuda de Gustavo “Sacy” Rossi. Os dois se conheceram nas ranqueadas e decidiram trilhar um caminho juntos. A Team Vikings abraçou o projeto, contratou o elenco e a resposta foi imediata com o título da Ultimasters AOC.

O sucesso mesmo aconteceu no VALORANT Masters Brasil, quando a Vikings derrotou a soberana GameLanders, que havia construído uma história recheada de conquistas no ano anterior, e perdendo apenas um mapa no campeonato.

Nessa época, os times tinham uma base tática muito simples. Ninguém pensava muito no jogo. Por isso que eu falo que a gente tinha uma vantagem. Nós colocamos algumas regras, bases boas e começamos a ganhar fazendo o básico. Então, as coisas que os outros times faziam eram fáceis de ler, com pouca rotação.

Saadhak
Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

A Vikings também proporcionou o primeiro evento internacional de VALORANT para Saadhak, Sacy e companhia, com o VALORANT Masters Reykjavík, na Islândia. Entretanto, a participação da equipe não foi boa, mas serviu como um divisor de águas na mentalidade do capitão, que viu as equipes brasileiras atrasadas no aspecto tático.

Ao voltarem para o solo brasileiro, a equipe passou por uma reconstrução, decidiram mudar completamente de composição, tiveram problemas no VCB, mas conseguiram uma vaga para a disputa do VALORANT Champions 2021.

A equipe chegou bem no mundial e conseguiu uma sólida vitória sobre a Crazy Raccoon na estreia. Mas, a derrota contra a Gambit, após ter sete oportunidades de fechar a partida, abalou o time, que foi eliminado na fase de grupos para a Team Secret.

Faz o L: LOUD domina o mundo

O ano de 2021 chegou ao fim e mais uma mudança aconteceu na carreira de Saadhak, que embarcou em um novo projeto ao lado de Sacy e o treinador Matheus “bzkA” Tarasconi. Com o objetivo de montar um time dos sonhos e com alta capacidade individual, os três profissionais se juntaram ao experiente Bryan “pANcada” Luna, e as jovens promessas Erick “aspas” Santos e Felipe “Less” Basso.

O esquadrão foi cobiçado por diversas organizações e chegaram a jogar com a tag pANcada e Amigos até serem anunciados oficialmente pela LOUD, primeira investida da organização no cenário de VALORANT. A equipe rapidamente criou entrosamento e mostrou e atropelou no primeiro VCB do ano, ganhando os sete jogos e perdendo apenas um mapa.

O título classificou a LOUD para o Masters Reykjavík 2022, onde mantiveram a alta performance e realizaram a melhor campanha brasileira em um evento internacional de VALORANT até então, ganhando de Team Liquid e G2, indo até a final e terminando com o vice-campeonato.

“Estou surpreso que estamos mandando bem em tão pouco tempo, estamos aqui para aprender. Quando voltarmos para o Brasil, vamos ter melhorado nossa rotina, melhorado a qualidade dos nossos treinos, eu realmente estou muito feliz“, foram as palavras do capitão durante o torneio.

Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Apesar da derrota, a LOUD retornou ao Brasil maior do que foi e continuou dominante no Brasil, garantindo o bicampeonato do VCB e sendo a representante brasileira no Masters de Copenhagen. Porém, o resultado ficou abaixo do esperando, eliminado na fase de grupos com derrota para a OpTic Gaming.

Com a queda precoce, mas com a classificação para o VALORANT Champions 2022, a LOUD ficou cerca de dois meses se preparando para o grande objetivo do ano. Os comandados de Saadhak terminaram a fase de grupos com duas vitórias e uma derrota, novamente para a algoz OpTic Gaming.

No mata-mata, a LOUD derrotou a Leviatan nas quartas de final, superou a ZETA Division na semifinal e deu o troco na OpTIc pela final da tabela superior. Os norte-americanos se recuperaram na repescagem e foram para a decisão contra LOUD, mas não foram páreos, perderam por 3 a 1 e viram a LOUD conquistar o mundo.

“Depois da nossa derrota em Berlim, no último Champions, nós estávamos tipo: tudo bem, sabemos jogar o jogo agora. Nós precisávamos dos jogadores certos conosco, precisávamos de disciplina e sabíamos que não tinha uma lacuna enorme de diferença entre o nosso time e as equipes internacionais, tínhamos que continuar a melhorar e conseguimos. Para mim foi bem cansativo, nós quase conseguimos na Islândia (Masters Reykjavík) e foi muito bom. Isso demonstrou que nós tínhamos potencial para competir internacionalmente, mas de alguma maneira estávamos devendo algo. Aí veio a Dinamarca, que foi muito ruim. Depois disso acho que melhoramos muito no nosso lado mental. Foi muito esforço, acho que foi por isso que nos emocionamos.”

Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Mudanças na LOUD, mas o mesmo desejo para 2023

Contudo, o futuro da equipe não será com os mesmos cinco jogadores, porque Sacy e pANcada optaram por outro projeto na carreira e aceitaram a transferência para a Sentinels, dos Estados Unidos. A LOUD já se movimentou no mercado e contratou Cauan “cauanzin” Pereira e Arthur “tuyz” Vieira.

“Se eu tivesse que comparar a LOUD antiga com essa LOUD de agora, a LOUD de agora está pior.. Isso obviamente é um fato. Mas, temos potencial para sermos muito melhor do que a gente era, porque aprendemos muito, temos o FroD que sabe muito sobre o conceito de FPS. Tenho muita fé no time”, comentou Saadhak em transmissão pessoal no canal da Twitch.

O jogador também revelou uma conversa que teve com Jean Ortega, um dos donos da LOUD, durante a remontagem do elenco para 2023. Segundo o argentino, o que mais o deixou contente foi o apoio a longo prtazo dado pela organização.

“Quando eu apresentei o projeto para a LOUD, eu disse: ‘Quero um time com gente jovem. Vai ser difícil’. Eles mesmos me apoiaram, falaram: ‘A gente não se importa em perder no começo’. O Jean me falou assim: ‘Eu prefiro um time que no começo seja um 5, pra depois virar um 9, do que ter no começo um time que seja um 7 ou 8, mas lá na frente comece a se desgastar e que vire um 6′.″

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