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Especial

Os melhores no Brasil em 2022 – Gustavo“Sacy” Rossi (5)

Referência no cenário, conquistou almejado título internacional e se transferiu para a Sentinels

Recentemente, o mundo se dobrou aos talentos de Messi no futebol e vários torceram para que a Argentina ganhasse a Copa do Mundo. O principal argumento para muitos era o fato de que um jogador do porte do atleta do PSG, não podia finalizar sua carreira sem o maior troféu da modalidade. Guardadas às devidas proporções, Gustavo “Sacy” Rossi já tinha vivido situações similares.

Presente no cenário de VALORANT desde o início, o jogador da Sentinels apostou no FPS da Riot Games e, desde 2020, mostrou que tinha habilidade de sobra, mas batia na trave nos grandes campeonatos. A sensação constante era de que ele merecia mais por tudo que já tinha demonstrado dentro dos servidores. Contudo, em 2022 essa máxima caiu e a LOUD, com Sacy e companhia, fechou a temporada com o título do Champions de VALORANT.

Com título ou não, Sacy já é figurinha conhecida da lista de Melhores do Ano do VALORANT Zone, mas, em 2022, o atleta não figura na lista apenas pela sua performance individual, mas também pelos títulos que ajudou a LOUD a conquistar. Sacy pega o 5º lugar na lista de Melhores de 2022 do Vzone.

Desde que os nomes da lista deste ano foram definidos, tentamos contato com a Sentinels para uma entrevista com Sacy, mas não recebemos resposta até o momento de publicação desta matéria.

Os números de Sacy em 2022

Apesar de ter caído algumas posições em relação à lista de 2021, Sacy apresentou um jogo muito mais maduro, principalmente por ter composto uma line-up que contava com atletas jovens. O careca mais famoso dos esports foi referência técnica para nomes como Felipe “Less” Basso e Erick “aspas” Santos, que tinham menos experiência.

Em uma temporada recheada de títulos e partidas de altíssimo nível no cenário nacional, o Iniciador contou com suas performances sempre acima da média com Sova, que foi a escolha de Sacy em 160 oportunidades. Com o Agente, Sacy fechou o ano com um ACS de 242.6. Além disso, o ex-jogador da LOUD trouxe um rating de 1.46 em K/D, bem como um ADR de 157.5 e um KAST de 80%, segundo dados do vlr.gg.

Arte/VALORANT Zone

O ex-jogador de LOL que dominou o VALORANT

Talvez a história mais antiga do “livro” é a de que Sacy teve uma carreira profissional de sucesso no League of Legends, jogo MOBA também da Riot Games. Por lá, ele conseguiu inclusive ser campeão do CBLOL em 2017, quando defendia a RED Canids. Assim, neste ano, quando conseguiu os principais títulos nacionais pela LOUD, o assunto voltou à tona, uma vez que ele se tornou o primeiro brasileiro a conseguir este feito: ser campeão nacional em duas modalidades diferentes.

Aliás, ainda que seja uma estrela muito maior no VALORANT do que foi no LoL, Sacy já comentou sobre a importância de ambos títulos nacionais. E ele não escondeu que o CBLOL foi muito mais importante para ele, pelo momento que vivia.

O mundial foi realização de criança, sabe? Não tem como. O VCT BR eu tenho muita consideração, mas, assim, o CBLOL foi o que mudou minha vida. Agora, o mundial de VALORANT não dá”, comparou Sacy durante participação em podcast da LOUD.

Mesmo que saiba valorizar e respeitar sua história em outra modalidade, o jogador nunca escondeu que sua primeira paixão nos games sempre foi o gênero FPS, não à toa, ele já afirmou que teve que aprender o que era MOBA para jogar LOL.

O pai e a influência gamer

Ao olhar para o início da paixão de Sacy por games, fica claro que o careca estava realmente uma carreira em algum FPS era o destino natural para ele. Seu primeiro contato com esportes eletrônicos foi aos 9 anos e, com 11, já se arriscava em algumas competições de Counter-Strike: Source em LAN houses. Tudo isso possível graças à influência do pai.

Meu pai me levava bastante para as lan houses e comecei a jogar CS dalí. Mas meu pai é, meio, que viciado em games. Era o hobby dele. A gente jogava muito Team Fortress clássico. Teve uma época em que ele jogava Gunbound e eu Grande Chase. A gente foi bem do mundo dos games“, contou.

Apesar do início no game da Valve, em podcast da LOUD, Sacy ainda comentou que seu “destino” era virar jogador de VALORANT. Isso porque o jogador da Sentinels sempre teve uma preferência maior por jogos FPS, mas, além disso, desenvolveu uma confiança no trabalho da Riot Games.

“Eu não faço isso mais não (migrar). Eu sempre falo que foi destino. Eu tive que jogar LoL pra aprender MOBA. Aí fui pro VALORANT, juntou FPS com MOBA. Na hora que anunciaram o VALORANT eu já falei ‘cabou, agora vou só esperar lançar’. Na hora que eu vi que era da Riot eu sabia que ia ter um competitivo muito forte”, conta.

Sacy no palco do CBLOL

Poucas foram as dificuldades que Sacy passou ao migrar para o jogo porque, de acordo com o próprio, sempre nas férias da época em que competia no LoL acabava jogando outros FPS.

“Quando cheguei no VALORANT, a noção de CS que eu tinha, de clutch, movimentação, era meio que uma memória muscular. Não estava tão boa quanto hoje, por questão de prática, mas não foi difícil alcançar o ritmo de volta“, revelou.

Sempre marcando presença no topo nacional

Mesmo com um competitivo embrionário em 2020, Sacy apostou no VALORANT e esteve presente desde o nascimento do game. Se a comunidade se organizava para montar campeonatos para a modalidade, Sacy estaria ali com alguma line improvisada para disputar o troféu.

Dessa forma, ele se tornou quase que um embaixador do jogo, uma vez que era um dos nomes mais conhecidos a abraçar instantaneamente o cenário competitivo do VALORANT. Dessa forma, em outubro, a RED Canids viu a oportunidade de recomeçar uma parceria que já tinha sido vencedora e contratou uma line que seria estrelada por Sacy.

Entretanto, o reencontro dos dois não foi frutífero como a organização esperava e no fim de 2020, o vínculo foi encerrado. Contudo, mesmo em uma temporada sem títulos de expressaõ e que o jogo engatinhava no competitivo, Sacy mostrou que tinha bala para dar e trouxe números de respeito, como um ACS de 253, um ADR de 160 e um K/D Ratio de 1.34. Números bons o suficiente para ser o 5º melhor do ano e também para chamar a atenção da Vikings.

Defasagem internacional

Em 2021, a Riot Games começou a desenhar um circuito competitivo recheado de torneios internacionais. E foi neste contexto que a Team Vikings investiu pesado no cenário de VALORANT e trouxe uma line composta por nomes que se destacaram no ano de estreia do game, dentre eles, Sacy.

No cenário nacional, o time conseguiu vencer quase tudo que disputou, mas com muito suor para outras equipes brasileiras que também despontavam. O resultado foi a presença da VKS em todos campeonatos internacionais do ano. E foi aí que a coisa mudou um pouco de figura.

Ainda que nacionalmente os times apresentassem um nível alto de gameplay, os torneios internacionais, como Masters e Champions, passaram a dar um baque de realidade nas equipes, dentre elas a VKS. Apesar dos resultado excelentes no Brasil, os Europeus sempre pareciam estar um passo à frente nos internacionais.

Dessa forma, Sacy e a Team Vikings encerraram 2021 com sucesso regional e aprendizado para a temporada seguinte. O careca baludo terminou o ano com números impressionantes. ACS de 253.7, ADR de 168.3, K/D de 1.27 e performances assombrosas com Sova renderam para Sacy o prêmio de melhor jogador do ano no país.

Vamos por mais

O ano atual começou quente para Sacy e seu companheiro de VKS, Matias “Saadhak” Delipetro. Isso porque, ao lado de Aspas, Less e Bryan “pANcada” Luna, eles foram contratados para compor o quinteto da tão esperada line de VALORANT da LOUD. Desde o início, a análise do cenário era entusiasmada de que esses jogadores brincariam de jogar aqui no Brasil, agora que tinham uma organização com recursos de sobra por trás, bem como os dois nomes mais promissores do cenário (Aspas e Less). Sacy sabia que seria referência ténica do time e após o anúncio comentou sobre suas responsabilidades.

Sebastian Stigsby/Riot Games

“Sendo sincero, é muito fácil você chegar pra um jogador que não tem tanta experiência e compartilhar o conhecimento de macro, de jogo assim. O que é mais difícil mesmo é fora dele, você mostrar realmente como é ser um atleta profissional, questão de rotina, hábito, alimentação, tudo que influência dentro do jogo, aí é complicado porque depende só da pessoa. Então, dentro de jogo é a parte mais fácil, a parte de fora que é mais complicado”, afirmou.

Começou o VCT BR e a LOUD de Sacy mostrou que as expectativas da comunidade não estavam erradas. Comandados por um Saadhak extremamente afinado no posto de IGL e recebendo a tranquilidade de Sacy, que cada vez mais mostrava que aprendeu com cada experiência que teve, a LOUD atropelou a NIP nas finais por 3×0 e pegou a vaga para o Masters da Islândia.

No torneio internacional, a torcida sabia que veria o grande teste de fogo do time de Sacy. Será que a LOUD e aqueles jogadores finalmente estavam no nível de se igualar ao tão temido meta europeu? E foi neste campeonato que a sensação de “podermos mais” passou a imperar com a LOUD. De forma surpreendente para os europeus, os brasileiros conseguiram chegar à final contra a OpTic e perdeu em um grande jogo.

De volta ao Brasil, a diferença do time de Sacy  para as outras equipes nacionais ficou ainda gritante quando a LOUD venceu a segunda etapa do VCT BR sem perder sequer UM (!!!) mapa.

A decepção antes da glória

Colin Young-Wolff/Riot Games

Com o histórico apresentado por Sacy e companheiros, a expectativa para o Masters de Copenhaga estava altíssima. Entretanto, a LOUD passou por um apagão e foi eliminada rapidamente e o alerta vermelho se acendeu nos jogadores. Em entrevista pós derrota para a KRÜ, Sacy demonstrou que era hora de sentar e treinar mais.

“Eu acho que a gente teve muita derrota não só dentro do servidor, mas fora também. Acho que entramos bem mal, sendo sincero, não vou mentir não. Tem muita coisa para arrumar. A gente não joga nem metade do que a gente jogou hoje. Também não vou tirar o mérito deles. A KRÜ, querendo ou não, é um time bem forte e bem experiente também”, disse à época.

Se para alguns poderia parecer bravata de perdedor, a LOUD demorou alguns meses para mostrar que Sacy estava correto em dizer que eles não jogaram metade do que sabiam no Masters da Dinamarca. Isso porque o Champions de Istambul veio e contou com uma jornada sensacional do time brasileiro para sair com o título. Aliás, Sacy foi um dos destaques da equipe, mesmo estando com o pulso lesionado à época.

“Em Madrid, eu acabei lesionando o meu pulso na academia, eu botei o peso errado. E aí eu fiquei com uma dorzinha e achei que ia passar, tá ligado? Aí foi chegando na Turquia e não foi passando a dor. Foi o esquerdo. Ai eu parei de ir pra academia lá, fiquei com receio, obviamente. Quando cheguei na Turquia e a dor não estava passando, o Kenji (fisioterapeuta) me ajudou, não sei se vocês sabem quem é, mas ele fez uma video call comigo e fiquei colocando gelo três vezes por dia no pulso, pra aliviar a dor, pra conseguir jogar de boa. Só que a dor estava meio chata, eu tive que jogar com bastante dor no começo. Lá pela upper final e a final, a dor já estava tranquila, porque eu fui tratamento, fui fazendo uns alongamentos e exercícios“, comentou.

Mudanças, mudanças…

Após o título tão almejado e sonhado por Sacy, muita coisa mudou em sua vida. Para começar, o jogador fez jus ao que vários cantores sertanejos cantam por aí e sossegou com sua senhora, Sofia “Sophie” Moran. Mas, para os torcedores da LOUD, uma outra mudança seria a que realmente geraria debates. Sacy estava na mira da Sentinels. Após diversos rumores, a organização norte-americana anunciou a contratação não só do careca, mas também de pAncada. Apesar da divisão da comunidade, Sacy afirmou que estava vivendo um sonho.

“Foi uma coisa que me incomodou mais no comecinho (diferentes opiniões da torcida), eu não soube lidar muito bem, mas, agora, eu realmente entendo todos os lados. A única coisa que eu espero que é entendam o meu também. Como eu falei, estou seguindo meu sonho. Eu não tenho nenhum arrependimento. Sou muito grato à toda torcida. Isso não tem como negar. O foco agora é em mim, vou focar em mim e no meu time”, analisou.

Apesar do assunto ter sido polêmico com os torcedores, entre Sacy e LOUD, o tópico foi resolvido com aparente tranquilidade. Aliás, o jogador chegou a afirmar que ajudou sua antiga equipe com recomendações de bons nomes para substituir ele e também pAncada.

2023 pode ser brilhante

Depois de um 2022 extraordinário, chega a ser difícil imaginar uma temporada melhor do que a que Sacy teve. Limpando todos os títulos nacionais e fechando o ano com o Champions, o que se imagina é que Gustavo vá atrás da famosa “the one that got away”, ou seja, o Masters. Neste momento, é o único título de grande expressão internacional que Sacy não tem no currículo.

Entretanto, apesar de já ter feito seu nome em termos de conquistas, 2023 será uma temporada extremamente diferente da deste ano. Isso porque a Riot Games implementou o sistema de franquias e os torneios regionais prometem um nível competitivo nunca visto antes no VALORANT. Dessa forma, tendo visto a gana de Sacy por alçar vôos cada vez maiores, a Liga de Franquias não deve fugir da mira do seu poderoso Sova.

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