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Especial

Os melhores no Brasil em 2022 – Arthur “tuyz” Vieira (10)

Jovem jogador se consolidou na TBK e agora terá uma oportunidade na LOUD

Uma das coisas mais fantásticas do universo é a vida na terra. Todos os seres vivos passam por processos de transformações ricos e cheios de mistérios. Por exemplo, as frutas para amadurecerem graças a um gás chamado etileno. Ele desencadeia uma série de reações que levam as frutas a chegarem no estado perfeito para consumo. Mas é nós, seres humanos? Quem é nosso etileno? O que nos leva a amadurecer?

Este deve ser mais um dos mistérios da vida e cada um tem sua resposta. No caso de Arthur “tuyz” Vieira, cair não significou amadurecimento, mas sim, recomeçar o processo. Desta vez, pronto para desviar dos erros e deixar que as reações façam seu trabalho e o levem ao desenvolvimento. Por esse crescimento, tuyz é o 10º lugar no prêmio 10 Melhores do Ano de 2022 pelo VALORANT Zone.

A LOUD foi procurada por este que vos escreve a partir do momento em que a lista de melhores do ano foi definida pelo VALORANT Zone. Apesar da tentativa de falar com o jogador pelos caminhos formais, a organização não respondeu à solicitação de entrevista com tuyz para que ele pudesse falar mais sobre a temporada.

Os números do 10º

Duelista da equipe com maior tempo de trabalho, tuyz mostrou ao longo de 2022 porque um excelente teamplay leva um jogador a apresentações absurdas. Tanto de Jett, quanto de Chamber, tuyz sabia aplicar sua mira impecável nos momentos certos para ajudar a TBK a vencer os rounds. Seja em uma abertura de spike site ou para vencer um clutch.

Em números, fechou 2022 com um ACS de 211.8, segundo números do vlr.gg. Além disso, atingiu um dano médio por round de 133.1, quase uma eliminação – com escudo – por rodada. Seu KAST de 69% pode não parecer alto, mas não mostra o verdadeiro impacto que sua jogabilidade é capaz de trazer em uma rodada.

Arte/VALORANT Zone

De não gostar do VALORANT a entrar no competitivo

As pessoas mudaram completamente seus hábitos em março de 2020 com o início da pandemia do novo coronavírus. No caso de tuyz, com apenas 17 anos, as aulas online deixaram mais tempo livre para jogar online. Ao mesmo tempo, o lançamento de VALORANT – ainda na fase beta – chamava atenção do mundo inteiro.

Tudo começou bem no iniciozinho do VALORANT, no beta lá, onde tinha que dropar as keys aí, né? Pegar lá na Twitch e jogar no NA. Primeira vez que eu joguei eu não curti, achei um jogo bem mais ou menos“, revelou o jogador em entrevista a TBK Esports.

Como boa parte dos jogadores casuais de Counter-Strike: Global Offensive, tuyz não gostou do FPS da Riot Games. Entretanto, com seus amigos focados no VALORANT, ele não tinha companhia para o competitivo do CS:GO, sendo obrigado a jogar um vavá.

A medida que ia jogando, o preconceito foi caindo e viciando no jogo. Além de jogar acompanhava streams e virou fã do Tyson “TenZ” Ngo. 

Eu lembro que eu jogava só de Viper no início, jogava muito de Viper. Assistia muito o TenZ, ele jogava de Viper no início e eu jogava também. Daí quando ele migrou pra Jett, troquei também“, contou.

Após jogar muito na fase beta e no lançamento oficial em junho de 2020, tuyz atingiu o Radiante. Com isso, Sergio “Txddy1” Oliveira o chamou para jogar um campeonato valendo VALORANT Points (VPs) e daí não parou mais.

Primeira base de sucesso

Inicialmente, tuyz não queria competir, mas com a insistência e o poder de convencimento, Txddy1 o levou. Então formaram a equipe, que além dos dois, tinha João “Biscoit1n” Vieira, Kayke “Evilkyk” Arrais e Vanuse

Eu lembro que esse primeiro camp que a gente jogou, a gente ganhou… era o time do Sacy, acho que era Badarants, sei lá, VIM DO LOL. A gente ganhou deles e eu fiquei muito feliz por ter ganhado, não esperava que ia ganhar nem ferrando“, contou.

Porém, o time não durou muito, com preferindo ir jogar com Matheus “fra” de Almeida, que também era jogador de CS. Tuyz chamou atenção do in-game leader por conta de um grande desempenho jogando a KombatKlub League, onde foi escolhido um dos melhores jogadores.

Sob a tag da VINCIT Gaming nada deu certo. O quinteto formado por fra, rsT, palozera, jow e o próprio tuyz passou por várias mudanças de função. E sem a classificação para o Gamers Club Ultimate, o time foi se desfazendo.

O fra me botou para jogar de Cypher e eu era horrível de Cypher, meu Deus. Sei lá, teve um jogo que eu fiquei uns 4/15, muito ruim! Fra também jogava de Jett, não era bom de Jett nem fodendo“, comentou.

A volta por cima com antigos companheiros

Com a VINCIT acabando, tuyz voltou a estar livre no mercado e chamou atenção de antigos companheiros. Biscoit1n convidou o duelista para reviver os bons momentos no início do jogo. Então, voltaram com Txddy1, Evilkyk e desta vez rsT, que jogou com tuyz na antiga organização.

O quinteto mostrava uma teamplay absurda e os resultados começaram a aparecer. Primeiro, perderam a final da Spike Series em uma série inacreditável. Venciam a Fusion Fraggers no último mapa por 10 a 2. Mas, o ataque na Haven não funcionou e sofreram uma virada histórica.

Depois disso ainda vieram mais dois vices em 2020: VALORÃO Cup e Copa brMalls, deixando um pouco de frustração no quinteto. Apesar disso, eles conseguiram um resultado importante: novamente bateram o time de Sacy e companhia e se classificaram para o First Strike, primeiro torneio presencial organizado pela Riot Games.

Isso foi importante para a carreira de tuyz. Com apenas 17 anos, ir para um torneio presencial prometia ser transformador na carreira. Além disso, ganhava credibilidade, após fechar com a Imperial Esports.

A série contra a paiN Gaming foi uma das mais equilibradas do torneio, terminando apenas após três mapas. Novamente, nos detalhes, a equipe acabou perdendo uma Split por 13 a 4.

tuyz em ação durante o First Strike (Bruno Alvares/Riot Games)

2021 em queda livre e recomeço

O ano de 2021 prometia ser mágico para tuyz, mas uma série de mudanças acabou minando isso. Primeiro, seu amigo txddy deixou a Imperial e foi para a FURIA Esports. Mesmo assim, o time seguiu e trouxe o promissor Gustavo “gustt1nha” Gabriel.

Mas, a primeira competição marcou o problema que vinha de 2020 na equipe: conquistar títulos. Na Ultimasters AOC, novamente perderam a final, desta vez para a recém-formada Team Vikings

Com o circuito oficial de competições da Riot começando, a Imperial focou nela e se classificou para o primeiro Masters. E novamente por detalhes, a equipe foi eliminada na primeira rodada. Uma dura derrota para a FURIA Esports, novo time de txddy. 

Depois disso, as coisas começaram a se desmanchar para a Imperial. A classificação para a segunda etapa do Challengers não aconteceu, jogadores saíram e a organização acabou.

Eu continuei jogando o jogo, só jogando mesmo. Eu não pensava em entrar num time agora. Só pensava em jogar, ficar jogando, ficar jogando umas ranqueadas, conversando com os amigos, não estava pensando em jogar naquela hora“, contou.

Mas, um convite de Matheus “matheuzin” Brito mudou sua trajetória. Um novo time com os ex-jogadores da paiN animou tuyz que aceitou o projeto e começaram a NO ORG 2.0.

A nova equipe com Vitor “kon4n” Hugo, Lucas “lukzera” Soares e Leon “ryotzz” Felipe iniciou a trajetória durante a terceira etapa do Challengers e mostrou uma grande evolução. Terminando novamente uma temporada em alta.

2022 como grande nome do cenário

O ano de 2022 começou ainda melhor e com mais esperança para tuyz e seus companheiros. Fechando o contrato da TBK Esports, garantiram uma estrutura para desenvolver a equipe focando nos torneios oficiais da Riot.

No primeiro classificatório fechado para o Challengers Brasil, a equipe foi surpreendida pelo Botafogo eSports. Mas, com o alerta ligado para não cometer erros, avançaram a competição no segundo classificatório.

Voltando aos estúdios da Riot após mais de um ano, não sentiu a pressão de jogar uma LAN. Estreou com uma grande vitória sobre a Gamelanders Blue com tuyz sendo o grande destaque da série com 58 eliminações e virando destaque da semana.

Já na rodada seguinte um susto. Sem se encontrar, perderam de 13 a 0 para a LOUD. A derrota chegou a ser sentida pelo quinteto, mas mostraram resiliência já nas rodadas seguintes, vencendo os jogos restantes e se classificando para as finais.

Nos playoffs do Challengers, a TBK se mostrou muito irregular, alternando bons e ruins halfs durante as séries, perdendo para FURIA e Vivo Keyd.

O bom desempenho, apesar da precoce eliminação, gerou expectativa para a segunda etapa do Challengers. A equipe era a mais longeva do cenário e com experiência de presencial, analistas apontavam a TBK como favorita a desbancar a poderosa LOUD. 

Porém, inexplicavelmente a equipe teve uma queda de desempenho. Saindo de três vitórias e uma derrota no Challengers 1 para apenas uma vitória e três derrotas no 2. Isso colocou em cheque a qualidade dos jogadores, incluindo tuyz.

tuyz durante o Challengers Brasil 2 (Bruno Alvares/Riot Games)

A última chance de se provar

A precoce eliminação gerou grande desconfiança na comunidade, até pensando em mudanças na formação. Entretanto, acreditando que o projeto a longo prazo geraria resultados positivos, a TBK se manteve.

Na última competição da temporada, a equipe precisaria se provar para chegar ao Champions 2022. E para aumentar ainda mais a desconfiança, teriam que superar os grandes favoritos da KRÜ Esports na estreia.

Porém, o confronto contra os chilenos, a TBK e principalmente tuyz, mostraram que o time é capaz. A série só foi decidida na prorrogação do terceiro mapa, com  vitória para a KRU. Entretanto, as 50 eliminações e 18 first kills de tuyz mostraram a disposição do time para conquistar a vaga.

Na chave inferior, eliminou LAZER e 9z para chegar no Ginásio do Ibirapuera para um grande confronto contra a Vivo Keyd. 

A série contra a VK foi uma das mais emocionantes para os jogadores, principalmente tuyz, pela primeira vez diante de um público. Mas parece que eles não sentiram o peso, encararam os favoritos e saíram com a vitória.

tuyz novamente foi destaque, ultrapassando 50 abates, sendo vinte somente no último mapa, Fracture. Por isso, foi escolhido MVP da partida e colocou a TBK a uma vitória do mundial.

Mas, no jogo decisivo contra a FURIA, as jogadas não encaixaram. tuyz não repetiu o bom desempenho do dia anterior, principalmente perdendo o bom aproveitamento de primeiros duelos, fundamental para o jogo da TBK. Ao final, uma derrota por 3 a 0 e o fim do sonho, momentaneamente.

tuyz contra a Vivo Keyd no LCQ 2022 (Bruno Alvares/Riot Games)

A chance de conquistar o mundo em 2023

Apesar de não terminar o ano de 2022 com conquistas, individualmente foi positivo. Ele se firmou no cenário, deixando de ser um jovem promissor para ser um atleta com grande futuro.

E o futuro de tuyz é ainda mais aguardado, agora que é jogador da LOUD. Porém, ao mesmo tempo, vem grandes responsabilidades. Ele deixará de ser duelista, para assumir o papel de controlador. E mais ainda, assumirá a função do campeão mundial Bryan “pANcada” Luna e para muitos, o melhor do mundo na posição.

Porém, tuyz tem uma personalidade forte e não aceita a derrota. Esse seu espírito competidor será fundamental para se adaptar a nova função e superar todos os obstáculos que virão em 2023.

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