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Especial

Os melhores no Brasil em 2022 – Alexandre “xand” Zizi (8)

O jogador foi um dos destaques durante a passagem pelo NIP em 2022

Um dos atletas mais experientes do cenário, Alexandre “xand” Zizi esbanja carisma, além de demonstrar um alto desempenho dentre dos servidores da Riot Games. Um ano que marcou a comunidade brasileira de VALORANT, contou com a presença do atleta em sua passagem pelo Ninjas in Pyjamas.

O jogador fez parte de um ano vitorioso para os brasileiros e agora segue para continuar essa trajetória junto da KRÜ Esports em 2023. Eternizado no CS:GO, o paulista quer repetir o feito no FPS da Riot. Apesar de muitas vezes citar a idade como um problema, xand mostra que a cada jogo que atua, que tem o talento e dedicação para continuar no topo. O atleta terminou 2022 na 8ª posição da lista do VALORANT Zone dos melhores jogadores. Pelo 3º ano consecutivo, o jogador está entre os 10 melhores na lista anual.

Infância influenciada pelos pais

Nascido em São Bernardo do Campo, xand teve uma relação com os jogos logo cedo em sua vida, isso graças aos pais. De acordo com o próprio atleta, a profissão do pai foi a porta de entrada para descobrir o que eram os jogos de computador.

“Desde pequeno o meu pai trabalhava com isso. Desde os quatro ou cinco anos eu tinha computador em casa. A nossa condição era apertada, mas meu pai era muito inteligente, era programador. Ele montava, garimpava e fazia algo legal. Desde os 12 anos eu nunca mais joguei console. Minha praia é totalmente computador”.

Apesar do pai não ter conseguido acompanhar a brilhante carreira do filho, por uma lástima que a vida nos prega, xand se tornou o homem e o jogador profissional com todos os ensinamentos que seu pai lhe deu. E não há duvidas, que ele sente orgulho de todos os passos dados pelo filho, que se consagrou como um dos maiores atletas do Brasil.

Ainda durante a infância, não demorou muito até que xand se tornasse parte da turma da lan house, onde encontrou uma de suas paixões: Coutner-Strike. Com apenas 8 anos, o pequeno Alexandre embarcou em um caminho sem volta, que logo se tornaria grande parte de sua vida, repleto de amizades, despedidas, troféus e oportunidades.

Meus primeiros passos no mundo gamer foram dados bem cedo, por volta dos 5 anos, no videogame. Meu pai, desde cedo, tinha consoles e PC. Sempre tive contato com o CS, o qual joguei por quase 16 anos. Nos finais de semana ia para a lan house com meu primo já que meu pai nos dava dinheiro para passarmos o dia por lá“.

Para conciliar a paixão com os deveres, a família sempre deixava claro que xand poderia jogar, mas só se tivesse um bom desempenho escolar. Por mérito próprio, o atleta sempre foi estudioso e um exemplo dentro da sala de aula. Para a alegria dos pais, não tinham com o que se preocupar em relação a escola.

Minha família sempre me apoiou em tudo, com aquilo de ir bem na escola e na faculdade. Nunca tive esse problema. Fui um aluno muito bom, de verdade, apesar de ser um pouco preguiçoso. Me destacava e ia bem nas provas. Então, tinha uma certa liberdade, apesar dos meus pais terem sido rígidos com horário“.

Entre escola e lan house, xand teve outra influência que foi um de seus primos, que na época jogava CS Source pelo Golden Glory. Foi nesse momento, que xand deixou o lado casual de lado para se dedicar ao competitivo. A primeira parada foi no CS 1.6, quando tinha entre seus 14 a 15 anos. Mas não demorou muito até que fosse adiante para o CS Source e em seguida, o Counter-Strike: Global Offensive.

Mais de 10 anos de Counter-Strike

Em sua carreira que passou por várias etapas, xand chegou a defender a Authority ainda em 2010 pelo CS Source, mas em 2012 o cenário mudou com a chegada do Global Offensive, título que hoje reúne milhões de torcedores pelo mundo para gritarem e comemorarem com cada feito pelas equipes.

“Todo jogo que eu passei, tentei competir. Desde o Counter-Strike eu participo de competições. No 1.6 só brincava em lan houses, mas meu primo me levou para o Source (Counter-Strike) e já comecei em bons times. Mas, quando entrei, o Source já estava ruim. Disputei algumas vagas, bati na trave, assim como no VALORANT. Sempre indo longe, mas tropeçando. No CS:GO, não… Joguei Pro League, morei fora para competir e treinar”, comenta xand com orgulho do que construiu no FPS.

O jogador defendeu mais de 15 times durante sua passagem pelo FPS da Valve. Foi na reta final de sua carreira que xand dividiu time com Jaccob “yay” Whiteake, jogador da Cloud9 e vice-campeão do VALORANT Champions 2022 com a OpTic Gaming. Nessa carreira de idas e vindas, a dupla disputou duas seletivas para a ESL One: Cologne 2019.

Entre os anos, os títulos são incontáveis, mas o maior feito foi a conquista da vaga para a StarLadder Berlin Major 2019 junto do INTZ. Com a vaga conquistada vindo do Minor – antigo formato do RMR – xand já tinha eternizado o nome no CS:GO. Um adesivo com a assinatura dentro do FPS foi a coroa para celebrar a carreira que foi repleta de desafios e escolhas.

Igor Bezborodov / StarLadder

Por outro lado, xand foi sincero ao revelar que uma parte da carreira foi um desperdício. “Por mais que tenha conquistado bastante coisas no CS, ter classificado para o último Major, disputado diversas DreamHacks e viajado o mundo competindo, acredito que minha carreira foi um despercício em certo ponto. Tomei decisões precipitadas e que me atrasaram no início“.

Início no VALORANT

A chegada do VALORANT foi a primeira oportunidade de muitos nos esports, para xand foi a chance de continuar fazendo o que amava: competir. Pouco tempo depois do lançamento do primeiro FPS da Riot Games, o paulista foi anunciado pela TERROR.NET junto de Wellington “akemy” Martins, Bryan “pANcada” Luna, Vinicius “v1nNy” Gonçalves e Leandro “frz” Gomes. Esses que o atleta ainda mantém contato e continua com as amizades mesmo em caminhos distintos.

Com o time, xand conquistou a Rivals Contenders 2020, o 3º lugar da EVOlution Open e no First Strike Brazil. Mostrando que veio para ficar e fazer seu nome, o atleta foi anunciado na FURIA em 2021. Sempre entre os melhores colocados, as panteras se classificaram para o 1º Masters, que foi regional. No campeonato, a equipe ficou em 3º para fechar o pódio.

A FURIA bateu na trave várias vezes, mas no Last Chance Qualifier da América do Sul, não deixaram a chance escapar. Com uma campanha perfeita, as panteras venceram a Australs na final e conquistaram a vaga para o Champions 2021. A classificação fez xand atingir outro feito inédito em sua carreira, primeiro brasileiro a jogar um Major de CS e um mundial de VALORANT.

Bruno Alvares & Cesar Galeão/Riot Games

Disputa pelo topo em 2022

O ano de 2022 foi diferente de todos os outros. Com a saída das panteras, xand se transferiu para os Ninjas in Pyjamas, uma das maiores organizações do mundo, uma tag lendária no Counter-Strike. O jogador se juntou à Walney “Jonn” Reis, Cauan “cauanzin” Pereira, Gabriel Luiz “bezn1” da Costa e o capitão, Benjamin “bnj” Rabinovich.

Uma equipe forte não só no papel, os resultados chegaram mais rápido do que todos esperavam. Pouco tempo de treino, o NIP garantiu a vaga no VALORANT Challengers Brasil 2022 (VCB) por meio das seletivas. Durante a campanha na 1ª etapa, apenas dois times bateram os ninjas, FURIA e LOUD. As panteras venceram na estreia e a LOUD foi na luta pelo título. Com dois encontros, na chave superior e na grande final, o NIP foi batido duas vezes por 3 a 0.

No formato revelado pela Riot, o 2º lugar do Brasil disputa a vaga direta para o Masters contra o vice-campeão do LATAM Challengers. Em um jogo com sentimento de final, xand brilhou e o NIP bateu a Leviatán por 3 a 0. A vitória marcou a classificação para o primeiro internacional do quinteto.

Bruno Alvares/Riot Games

O Masters Reykjavík 2022 foi onde xand conseguiu mostrar realmente o seu potencial. Em um grupo difícil com DRX, FNATIC e ZETA DIVISION, os brasileiros estrearam com vitória pra cima da FNATIC. Na chave dos vencedores, a equipe caiu para os sul-coreanos. Na partida que valia a permanência no campeonato, o NIP terminou com um amargo.

A derrota por 2 a 1 para a ZETA de virada foi cruel. No terceiro mapa, que faltava apenas um round para sacramentar a vitória e a classificação para os playoffs. Porém, não foi como o esperado e os japoneses empataram a partida. Na prorrogação, vitória da ZETA por 14 a 12.

De volta ao Brasil para a 2ª etapa, o NIP fez alterações e trouxe Gabriel “v1xen” Martins para o lugar de bnj. Já na comissão técnica, o ex-Vivo Keyd, Jonathan “JhoW” Glória assumiu a vaga de head coach. Com o esquadrão completo por brasileiros, os ninjas foram quase imbatíveis. A única equipe que conseguiu parar o quinteto no Brasil foi a LOUD, bicampeã do VCB.

Em outro embate, o NIP ficou com o vice novamente, mas na partida do VCT, para definir o 2º classificado das duas regiões, o rival foi outro, KRÜ Esports. Em um jogo meio apático dos brasileiros, a equipe chilena venceu por 3 a 0 e foi para o Masters Copenhagen 2022. Para os ninjas, restaram o Last Chance Qualifier, o último suspiro para conseguir uma vaga no Champions 2022.

Apesar da equipe ter se consagrado como a 2ª melhor do Brasil até então, os ninjas tiveram muitas dificuldades no LCQ Sul-americano. Com uma derrota na estreia para a 9z Team, o NIP foi para a chave inferior. Conseguiu a redenção contra a FUSION, mas no embate com a VK, os adversários levaram a melhor. A derrota por 2 a 1 sacramentou a eliminação do time e o fim da temporada para 2022.

Colin Young-Wolff/Riot Games

Para xand, o alto desempenho do time foi uma faca de dois gumes, apesar dos bons resultados no Brasil, a equipe não conseguiu vencer a LOUD e sonhar com o primeiro lugar.

“Os pontos altos foram sempre estarem perto das vagas, sempre disputando o Top 1 ou 2 ali com a LOUD, sendo que mantemos o Top 2, a LOUD claramente dominou o cenário. E ao mesmo tempo que foi o ponto alto, também foi o baixo, porque a gente não conseguiu romper essa barreira do Top 2. Claro, consecutivamente o ponto baixo foi o NIP ter ficado fora da franquia.”

Franquias para 2023

Após o Champions 2022 com o triunfo da LOUD, que colocou o Brasil no topo do mundo. A Riot Games revelou as organizações aprovadas para o sistema de franquias, novo formato competitivo que foi implementado. Os times se tornaram parceiros da Riot e das ligas internacionais, Américas, EMEA e Ásia-Pacífico.

O NIP, como dito anteriormente, uma das maiores organizações do cenário, estava na corrida para conseguir uma das três vagas destinadas ao Brasil para a liga das Américas. Na reta final, os aprovados foram LOUD, FURIA e MIBR. Ninjas in Pyjamas ficaram de fora. O baque foi mútuo, tanto dos jogadores quanto dos diretores, já que era quase certo a presença do clube.

“No final das contas, consegui um time muito bom, que estou me dando bem, estou muito feliz com tudo o que aconteceu pra mim, mas muito triste pros meninos. Também estou feliz com a evolução que eu tive, principalmente agora depois do campeonato do Red Bull. De mono Jett pra flex, estou fazendo algumas funções legais e ajudando bastante o time. É um ponto positivo pra mim, pro meu individual“, afirmou xand sobre a transferência para a KRÜ.

Fora do novo campeonato de elite da Riot Games, a organização liberou o quinteto e a comissão técnica para receberem propostas e seguirem caminhos diferentes. Em pouco tempo, xand foi anunciado pela KRÜ, a mesma organização que tirou o NIP do Masters da Dinamarca. Com uma equipe reformulada, o clube fundado por Sergio Agüero, ex-jogador da Seleção da Argentina, foi uma das aceitas para se tornar parceira da desenvolvedora do FPS para 2023.

xand e Klaus. Foto: Joe Brady/Red Bull Content Pool

Números no ano

Mesmo o NIP batendo na trave esse ano, xand foi o elemento que uniu a equipe mesmo após as mudanças. Nos campeonatos oficiais da Riot Games, o atleta teve seis EVP e dois MVPs (jogador mais valioso), que foram nas rodadas 2 e 5 no VALORANT Challengers Brasil 2.

O desempenho do atleta foi regado com bons números. Em 2022, xand teve 243.0 de ACS, KD 1.11, ADR de 151.4 e KAST de 71%. Tudo isso com os seus três agentes mais usados, que foram Jett, Raze e KAY/O.

Foto: Arte por VZone

Expectativas e bold prediction

O ano de 2023 será diferente de todos os outros. O novo formato implementado pela Riot vai mudar o ecossistema do jogo, para alguns foi a melhor decisão, para outros, nem tanto. Junto da KRÜ, xand terá a difícil missão de manter o cenário da América do Sul no topo. Com todas as mudanças, o atleta vê com bons olhos o que está por vir.

“Acredito que vai ser uma franquia muito f###, também tive uma experiência de passar pelo Red Bull e jogar contra a Cloud9 e 100 Thieves, que são adversários direto (nas franquias) e contra alguns times da Europa e tenho certeza que vai ser um nível muito parelho, muito bom. Vai ser um campeonato insano, só posso esperar pelas melhores coisas nessa franquia e muito ansioso por esse torneio que vai acontecer no Brasil (VCT LOCK IN). Tenho muito contato com os gringos que vão jogar esse campeonato e eles também estão felizes que vão poder jogar. Minhas expectativas são sempre as melhores.”

Sem citar nomes, xand fez seu bold prediction para o próximo ano, o atleta acredita que o quinteto da LOUD – que inclui os jogadores que foram para a Sentinels – vai estar presente no Melhores no Brasil junto de Olavo “heat” Marcelo e Leonardo “mwzera” Serrati, que antes estavam na Vivo Keyd Stars e agora defendem o MIBR e FURIA, ambos nas franquias.

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