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“Objetivo é que não a gente não precise mais dele” diz Leo Faria sobre Game Changers

Executivo também explicou os motivos para o mundial ter acontecido no estúdio do CBLOL

Um dia após a grande final do VCT Game Changers Championship 2023, o diretor do esports do VALORANT, Leo Faria, participou do podcast MD3. Na conversa, o executivo comentou sobre o mundial inclusivo, próximos passos e o porquê o evento foi sediado nos estúdios do CBLOL.

Por que o estúdio do CBLOL e não outra sede para o mundial inclusivo?

Terceiro evento internacional sediado no Brasil em 2023, o Game Changers Championship é o principal torneio do cenário inclusivo. No início da temporada, o LOCK//IN foi sediado no Ginásio do Ibirapuera, que conta com uma capacidade superior a 10 mil lugares. Em julho, o Ascension Américas, evento que dá vaga ao VCT Américas, foi disputado no Pavilhão do Pacaembu, que pode suportar mais de cinco mil torcedores.

Apesar do sucesso dos dois eventos, a Riot Games escolheu a Arena CBLOL, dentro dos estúdios da desenvolvedora do VALORANT, como sede oficial do Game Changers Championship. O local tem capacidade média de 140 pessoas, número extremamente inferior aos outros torneios realizados no Brasil em 2023.

Perguntado sobre o porquê da escolha, Leo Faria disse que: “Tem vários motivos. Temos um dos melhores estúdios de esports do mundo, e a gente quer usar ele cada vez mais. Então, no futuro, provavelmente todos os eventos internacionais, inclusive do circuito principal e até mesmo no League of Legends serão no estúdio. Esse ano, o LOL já teve o play-in acontecendo nos estúdios da LCK (liga coreana“.

Os nossos estúdios são bons e é sempre um desafio, porque quando a gente vai pra um local maior, precisamos construir toda a estrutura. E o que acaba acontecendo é um “trade off” entre mais público, um palco maior e a transmissão. Por exemplo, o Ascension, que aconteceu no Brasil a alguns meses atrás, foi um evento para umas duas mil pessoas. Se você assiste ao show na transmissão, o que a maioria das pessoas está fazendo, um show no estúdio acaba sendo um show maior. É uma troca. A gente quer mais energia da galera, mais público, ou a gente quer um show maior? É sempre esse desafio entre a onde a gente quer investir e colocar recurso. No fim das contas, mais 500 pessoas presencialmente, não mexe a agulha, mas 50 mil online, acaba mexendo a agulha. Isso ajuda a chegar mais perto do nosso objetivo que é criar exposição pra essas jogadoras“.

“Era possível”

Obviamente a gente compartilha do desejo (de ter um local maior), ainda mais com um time tão popular quanto a Team Liquid chegando a final, eu tenho certeza que a gente conseguiria encher uma arena. Outro ponto é que, ano passado em Berlim, a gente não conseguiu vender todos os ingressos (200 lugares). Então assim, ficamos com aquele receio de ir pra um lugar maior e não encher. Então é melhor ficar no local menor e o pessoal reclamar que falta ingresso do que ficar com lugar vazio e ficar com espaço aberto para as pessoas reclamarem que ninguém se importa com o Game Changers” relatou Leo Faria.

“Objetivo é que não a gente não precise mais do Game Changers”

A nossa visão no futuro, é criar um esport onde todo mundo jogue junto. A proposta é uma outra consideração, que não é tão importante, porque vai levar tempo pra chegar lá, tipo cinco ou dez anos. A nossa ideia é criar o Game Changers como oportunidade para essas jogadoras se desenvolverem, serem vistas. Eventualmente, a gente não quer divergir ao ponto de que o Game Changers não seja tão grande quando um Masters ou Champions. A gente quer convergir, para que todo mundo jogue junto no Masters e no Champions“.

O objetivo é que a gente não precise mais dele (Game Changers). Talvez a gente decida continuar fazendo porque podemos. A ideia é que um dia ele não seja mais necessário. Criar essas competições para o cenário inclusivo, é metade do trabalho. A outra metade é tentar ao máximo abrir as portas para que elas tenham acesso ao Challengers e as ligas internacionais.

Começando em 2024, no terceiro ano oficial do Game Changers, a gente ta pensando em mobilidade. Vamos olhar todo o regulamento de todas as competições para tentar tirar todas as barreiras para que os times deem chances para essas jogadoras. Por exemplo, temos regras de importação. Todo time só pode ter no máximo dois jogadores de outra região em seu time. Se for uma jogadora do Game Changers, esse limite não existe. Os times das ligas internacionais não podem ter um time nas ligas regionais porque não temos academy, mas se for um time do Game Changers, pode“.

Para dar contexto, o host Schaeppi exemplificou: “É como se a Paper Rex contratasse cinco meninas jogando no Brasil“. O executivo continuou a explicação com um exemplo sobre a possibilidade de organizações terem duas equipes nas franquias: “Por exemplo, a LOUD não pode ter um time no VCT Américas e no Challengers Brasil, mas se a LOUD tiver um time inclusivo, que classifique no Challengers, pode. Se esse time ganhar o Ascension, a LOUD vai ter dois times no VCT Américas. Além disso, temos “roster lock”, ou seja, tem uma data fixa para anunciar a contratação de jogador. Em caso de jogadoras do Game Changers, isso não existe. Pode assinar o contrato hoje e jogar amanhã. Queremos abrir a porta e tirar qualquer restrição“.

Durante a conversa, Leo Faria também afirmou que a Riot Games não planeja lançar pacotes de skins especiais para o GC Championship, assim como é tradicional no VALORANT Champions. Vale lembrar que as organizações que disputam o mundial do cenário misto recebem parte das vendas para distribuírem como entenderem entre jogadores e pela própria equipe. Segundo o executivo, a decisão de não criar o conjunto especial é para incentivar as jogadoras do cenário inclusivo a atingirem o Champions.

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