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Especial

“Nós já éramos a equipe a ser batida, o título só confirmou isso” diz treinador da Shopify Rebellion

Effys conversou com o VZone sobre mudanças na carreira, mundial inclusivo, dança das cadeiras e mais

Após se aventurar pelos servidores como jogador, Loic “effys” Sauvageau resolveu mudar de função e atuar como treinador em 2023. Campeão mundial no cenário inclusivo com a Shopify Rebellion, o canadense conversou com o VZone sobre a mudança de função, mercado de transferências e o mundial inclusivo, vencido pela Shopify Rebellion.

De jogador para treinador

Desde que migrou para o VALORANT, em 2020, effys soma passagem por Gen.G e Version1 como jogador. O canadense viveu seu auge na carreira profissional em 2021, quando participou do Masters Reykjavík e seguiu na V1 como jogador até o fim de 2022, quando resolveu virar treinador. Questionado sobre a mudança, effys explica:

Na verdade, eu fui meio que forçado a mudar. Eu tentei me manter como jogador e procurei por oportunidades entre novembro e dezembro de 2022 para um time no Challengers que estive interessado em mim. Foi quando o Jake, diretor-geral da Version1, me mandou uma mensagem dizendo que eles estavam montando um super elenco para o cenário inclusivo e elas precisavam de um treinador“.

Effys como jogador da Version1 (Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games)

O Jake me conhecia muito bem pelo tempo que eu estava na organização, conhecia as garotas, Ele me apresentou a elas e disse: “você deveria tentar”. Eu recebi outras propostas para atuar como treinador, mas essa (Version1) foi a que decidi aceitar porque eu senti que esse time me daria mais liberdade e seria mais adaptável ao meu conhecimento dentro do jogo” disse o canadense.

“Elas são muito calmas”

Experiente, o treinador foi questionado sobre conversas e conselhos com as atletas Nicole “Noia” Tierce, Sarah “sarah” Simpson e Ava “florescent” Eugene, que nunca haviam jogado uma partida em LAN em suas carreiras no VALORANT. O canadense respondeu:

Sinceramente, não. Essas três jogadoras não são do tipo de ficar nervosas, elas são muito calmas e eu já sabia disso quando fomos jogar. O fator torcida da LAN não me preocupava tanto, mas meu principal medo eram as câmeras, que poderiam acabar causando distrações. Eu sabia que elas poderiam suportar a pressão da torcida e do jogo em si, então toda a nossa preparação foi voltada para o trabalho com a mídia. E foi nesse ponto que a lyka (manager da equipe) entrou e preparou elas. Ainda bem que no fim tudo deu certo“.

Da esquerda para direita: effys, alexis, Noia, sarah e florescent (Foto: Adela Sznajder/Riot Games)

Desfalque na grande final e duelo contra a Team Liquid

Horas antes da grande final contra a Team Liquid, a Shopify Rebellion recebeu um duro golpe. Com teste positivo para COVID-19, a capitã Melanie “meL” Capone não poderia estar presente na arena com suas companheiras. O treinador comentou sobre sua reação ao receber a notícia:

Não vou mentir, foi trágico. Eu estava com uma grande confiança para a final contra a Team Liquid, achava que seria uma boa partida para nós. Eu sabia que nós precisávamos que a meL estivesse viva e se sentindo bem, porque ela é uma peça muito importante do time. Eu fiquei muito nervoso quando soube que ela teria que jogar isolada. Nós sabíamos que o jogo seria muito mais complicado quando recebemos a notícia“.

meL, capitã da Shopify Rebellion (Foto: Bruno Alvares/Riot Games)

O canadense também comentou sobre o confronto contra a equipe brasileira e o sentimento de bater a equipe da casa na grande final: “Sinceramente, o sentimento foi surreal. Eu passei algumas horas sem conseguir acreditar no que tinha acabado de acontecer. Eu estava feliz, foi uma grande final. Sinto que algumas partidas no mundial foram muito favoráveis para um lado, principalmente nos nossos jogos. A única partida que perdemos antes da final foi muito favorável a adversária e depois nós dominamos os outros dois mapas contra a G2 Gozen“.

Jogadoras de Team Liquid e Shopify Rebellion se cumprimentam momentos antes da grande final (Foto: dela Sznajder/Riot Games)

Eu fiquei muito contente de poder jogar uma grande final diante de uma bela torcida. Mesmo que não seja a partida mais bonita da história do VALORANT, eu acredito que foi um grande show. Se tem uma final que eu quero ganhar, é essa. Seria triste se a grande final fosse um atropelo para qualquer um dos lados” disse o treinador.

Mudanças nos elencos inclusivos ao redor do mundo

Com o fim da temporada 2023, a natural dança das cadeiras começa a dar as caras em todas as regiões. O treinador comentou o que pensa sobre as mudanças para a temporada 2024: “Eu acho que a saída da Glance da G2 foi que mais me surpreendeu. Eu acho que ela era ótima para a equipe, claro que não estamos vivendo o dia a dia com elas, mas olhando de fora, ela me parecia bem. Não me surpreende mudanças como as da LOUD no Brasil”.

Glance disputou as últimas duas temporadas pela G2 Gozen e deixou a equipe em dezembro (Foto: Bruno Alvares/Riot Games)

Com o grande número de organizações deixando o cenário, temos muitas jogadoras sem contrato e sem restrições, o que permite que as equipes possam montar seus novos elencos do jeito que querem. Acredito que, devido a nossa grande performance na temporada, os times vão tentar ao máximo “copiar” o que fizemos em suas respectivas regiões. Acho que é natural que a LOUD e a G2, por exemplo, estejam em busca de montar super times” comentou effys.

O treinador também confirmou que a Shopify Rebellion não fará mudanças em seu elenco para a temporada 2024.

“Nós já éramos a equipe a ser batida, o título só confirmou isso”

Questionado sobre a pressão de ser o time a ser batido, o treinador canadense respondeu: “Honestamente, eu acho que nós já éramos a equipe a ser batida, o título só confirmou isso. Acho que todos os analistas das transmissões internacionais nos colocaram como a equipe campeã do Championship. Nós já estávamos nos acostumando com a pressão de ser o time a ser batido”.

Nós passamos por muitas coisas esse ano como um time, e eu acho que isso definitivamente nos ajudou. Se nós perdemos, nós perdemos e seguimos em frente. Não somos um time que coloca pressão em nós mesmos. Estamos apenas nos divertindo” o treinador comentou.

Elenco da Shopify Rebellion, campeãs do mundo em 2023 (Foto: Adela Sznajder/Riot Games)

“Se tivermos apenas 250 pessoas na arena, que seja no Brasil”

Por fim, o treinador contou sobre sua experiência no Brasil: “Foi a minha primeira vez no Brasil e eu me diverti muito, foi incrível. Eu adoraria voltar no futuro. A torcida foi definitivamente a melhor parte. Mesmo com poucas pessoas, parecia que aquilo estava cheio. Se tivermos apenas 250 pessoas na arena, que seja no Brasil. Caso contrário, não vale a pena“.

Torcida brasileira fez muito barulho e lotou a arena durante todo o evento (Foto: Bruno Alvares/Riot Games)

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