Campeã mundial em 2022 e uma das melhores jogadoras do cenário inclusivo, Anastasia “Glance” Anisimova deixou a G2 Gozen em dezembro. Em entrevista exclusiva ao VALORANT Zone, a russa comentou sobre a saída da organização, Game Changers e seu futuro no cenário competitivo.
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Cenário brasileiro e desempenho da Team Liquid
Questionada sobre as boas campanhas da Team Liquid nos torneios internacionais, Glance respondeu: “Elas são um time muito bom e muito organizado. Eu acho que elas têm um staff incrível, o trabalho do palestra é ótimo e eu respeito muito o do time como um todo. Se elas manterem esse nível, com certeza tem grandes chances de conquistar o mundial no próximo ano“.
A jogadora russa também comentou sobre o nível do servidor brasileiro, em especial no cenário inclusivo: “Eu não sei muito sobre o cenário brasileiro em geral, pois estava mais focada nos times do Game Changers. A única equipe brasileira que enfrentei até agora foi a Team Liquid, mas já vi muito sobre a LOUD e elas sempre tiveram jogos pegados (contra a TL), além de terem uma bela estrutura“.
“Eu acho que essas equipes são super fortes e eu vejo o cenário brasileiro com bons olhos. Até mesmo nas ranqueadas, as pessoas têm muita mira e eu não esperava por isso quando joguei pela primeira vez. Achei que seria mais fácil” comentou.
Jogar no Brasil: possibilidade ou loucura?
Durante a conversa, Glance foi perguntada se, no futuro, estaria disposta a mudar de região e atuar no Brasil. A jogadora russa comentou que: “No momento não estou pensando nessa possibilidade porque o Brasil é muito longe da Rússia e da Europa no geral. No futuro, eu acho que seria possível, eu não me importaria em fazer toda a mudança (de região). Tem muitas jogadoras incríveis no Brasil e eu estou ansiosa para ver o futuro da região“.
Torcida brasileira
Em seu segundo mundial inclusivo, Glance comentou sobre a energia da torcida brasileira, que lotou a arena durante todo o torneio: “Eles foram muito gentis com a gente. Claro que nas partidas contra a Team Liquid, a torcida estava completamente para elas, mas nas partidas contra a Shopify Rebellion e Team SMG, muitas pessoas estavam nos apoiando e foi muito legal. Parece que no Brasil, as pessoas vivem o jogo. Eles comemoram e gritam tanto que eles ficam mais energizados que eu, que estou jogando“.
“No começo de 2023, eu estava assistindo o LOCK//IN na minha casa e eu fiquei em choque com a torcida, eu respeito muito os fãs brasileiros. Acho que no Brasil o barulho da torcida foi muito mais alto que em Berlim. Dava para ouvir tudo que a torcida gritava, eles foram muito mais barulhentos que o público na Alemanha” disse a jogadora.
Nível do cenário Game Changers internacional e Challengers
Uma das poucas jogadoras a disputar os dois mundiais inclusivos da história do VALORANT, Glance comentou sobre o nível do cenário internacional do Game Changers: “Eu acho que hoje, quatro times se sobressaem no nível, que são G2 Gozen, Shopify Rebellion, Team Liquid e Team SMG. Em geral, todas as equipes que estiveram no GC Championship são muito boas e sabem jogar o jogo. Talvez algumas equipes se destaquem em mínimos detalhes, como rotação, situação de retake e etc“.
A jogadora também comentou que acredita que mais equipes do cenário inclusivo podem alcançar voos mais altos nos próximos anos: “Acho que os times do Game Changers estão um pouco atrás das melhores equipes do cenário misto. Por exemplo, eu tenho certeza que a Shopify Rebellion conseguiria uma vaga no Challengers e ter um bom desempenho. Não ficaria surpresa se isso acontecesse. São pequenos detalhes que tem que ser corrigidos para elas chegarem lá”
“Falo por experiência própria, nós sempre estamos treinando contra times do cenário misto e algumas vezes contra times do inclusivo. Nós já temos uma breve experiência de jogar contra os times masculinos. Claro que quando enfrentamos times muito bons, às vezes nós somos atropeladas, mas não significa que nós não podemos corrigir os erros e jogar melhor na próxima vez.”
“Talvez hoje seja mais difícil, mas eu tenho certeza que, com uma boa preparação no futuro, Team Liquid, G2 Gozen e Shopify Rebellion vão estar no Challengers e vão brigar por vagas nas franquias. Talvez não no primeiro momento, porque é realmente muito difícil e tem muitos times bons no tier 2, mas pode ajudar a elevar o nível delas para o próximo mundial inclusivo, por exemplo” a russa respondeu.
As melhores do Game Changers, um super time e promessas do EMEA
Glance elegeu, na sua visão, as melhores jogadoras do Game Changers e montou um time que acredita que seria capaz de vencer o mundial inclusivo em 2024: “Individualmente, daiki, florescent e mimi para mim, são as melhores. Mas acho que se eu tivesse que montar um super time misturando as regiões do Game Changers, eu iria com a florescent de duelista, daiki como IGL, eu jogaria como controladora, Alexy, da Team SMG, como iniciadora e a roxi como sentinela. Meu treinador seria o Palestra, da Team Liquid“.
A jogadora também indicou algumas jogadoras do cenário Game Changers do EMEA que podem surpreender em 2024: “Tem uma jogadora que eu gosto e respeito muito que é a Miyori, ela acabou de sair da Natus Vincere e eu não sei como ela ainda não tem um time. Ela é muito talentosa e muito jovem. Também acho que a Toki, que estava na CASE, é muito talentosa e pode ser uma das melhores duelistas do cenário” disse a jogadora.
Mudanças no elenco após o mundial de 2022
Dias após conquistar o mundo, a G2 Gozen confirmou a saída da capitã Julia “juliano” Kiran, que retornou ao Counter-Strike. Glance comentou sobre a mudança e a recomendação que fez para Vivian “roxi” Schilling, já que jogaram juntas em 2021 pela Giuld X: “Logo depois do mundial, quando anunciaram que a juliano não ficaria no time, nós sentamos para discutir nomes. A minha primeira e única recomendação foi a roxi. Na época, não tínhamos muitas jogadoras boas sem contrato ou com data de rescisão próxima e eu sabia que ela era uma jogadora muito experiente e muito comunicativa“.
“Mesmo que ela não esteja tendo um bom dia ou não esteja tendo uma boa partida, ela não deixa de comunicar e se doar pelo time. Quando você precisa enfrentar grandes equipes, ela sempre aparece jogando muito bem. Ela é uma ótima âncora, não tem muitas sentinelas no mundo que conseguem passar a segurança que ela passa” comentou.
Glance revelou que tem uma grande amizade com a sentinela alemã e espera que, no futuro, possam voltar a competir na mesma equipe.
Saída da G2 Gozen
Na entrevista, Glance confirmou que não renovou com a G2 Gozen por problemas fora do servidor. Segundo a jogadora, a dificuldade de conseguir autorização com vistos para sair da Rússia, as altas taxas aplicadas sobre seu salário na Alemanha (onde está a sede da G2 Esports) e a dificuldade de estar presente nos bootcamps com a equipe foram as principais razões para a atleta chegar em um acordo mútuo e não renovar seu vínculo com a organização.
Expectativa para o futuro
Apesar de ainda ter seu futuro incerto, Glance relatou que: “Depende muito se eu assinar com alguma organização ou não. Eu sei que se eu assinar com alguma equipe, eu vou investir todo o meu tempo mais uma vez para ser a melhor possível e conquistar títulos. Hoje, não tem muitas organizações e investimento no Game Changers, o que tem afastado um pouco novas equipes. Sinceramente não tem nenhum dinheiro investido no Game Changers“
Se eu não assinar com ninguém, vou seguir fazendo lives, que eu sinceramente gosto muito, e evoluindo como jogadora. Talvez eu possa esperar uma hora melhor para me juntar a uma equipe ou seguir minha carreira como uma criadora de conteúdo” confirmou Glance.
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