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Especial

As melhores no Brasil em 2023 – Isaac “m4ndzin” Barreto (5)

Com a melhor atuação da grande final do GC BR Series 2, M4nd figura entre as 5 melhores jogadoras do cenário inclusivo em 2023

Por muitas vezes, estrelas não encontram oportunidades para demonstrar a sua qualidade e capacidade dentro de jogo. O acaso foi responsável por transformar uma simples coincidência em paixão, e Isaac “m4ndzin” Barreto deixou a carreira de streamer para se tornar uma das principais jogadoras do cenário Game Changers brasileiro em 2023.

A quinta melhor atleta do ano na lista do VALORANT Zone vê sua carreira decolar meteoricamente: criadora de conteúdo inicialmente, foi utilizada como substituta durante uma competição pela ODDIK Bright. Desde então, ganha cada vez mais destaque no cenário competitivo brasileiro, sendo contratada por uma das maiores organizações do Brasil, a LOUD.

M4nd aparece pela primeira vez na lista das 10 melhores jogadoras do ano feita pelo VALORANT Zone (Cesar Galeão e Dayane Cruz/Riot Games)

Apoio familiar e paixão natural pelos jogos

Em contato com os jogos desde os cinco anos, quando acompanhava seu irmão em uma lan house, M4nd sempre teve uma queda maior pelos jogos de tiro em primeira pessoa. A jogadora conta que sempre acompanhou diferentes cenários do esporte eletrônico, de jogos como o League of Legends e o Counter-Strike.

Além de espectadora, M4nd também arriscou como jogadora em outros games. No Counter-Strike, teve o primeiro contato com uma rotina competitiva, ainda que não jogasse profissionalmente. Pouco tempo depois, com o surgimento do VALORANT, também se dedicou ao jogo, ainda que trabalhasse e estudasse ao mesmo tempo.

A primeira oportunidade profissional de M4nd surgiu por acaso. A jogadora foi convidada a completar o time da ODDIK Bright em um torneio e viu sua vida mudar após a competição. As dificuldades surgiram, mas a família da atleta nunca deixou de prestar o apoio necessário, permitindo com que M4nd pudesse jogar cada vez mais, e melhor:

“Desde o início, eu sabia que não seria uma tarefa fácil jogar no inclusivo. O ódio disseminado por algumas pessoas poderia me afetar e ser bem estressante. Porém, sempre tive o apoio familiar, que me ajudou muito na transição para o profissional. A partir do momento em que notei que gostava de estar ali, o resto foi muito natural”, conta.

De streamer a jogadora profissional

Em fevereiro de 2022, M4nd foi anunciada pela ODDIK. Mas não como jogadora. Mesmo jogando alguns torneios de Counter-Strike e VALORANT por times que tinha com amigos, a atleta não tinha o interesse de jogar competitivamente na época. “Minha jornada na ODDIK começou com projeto ODKASA, já que eu era streamer deles. No início, inclusive, não tinha o interesse de competir”, explicou a jogadora.

Tudo mudou quando ODDIK Bright precisou que M4nd completasse o time durante as qualificatórias para o Protocolo: Gêneses de 2022. “Tive a oportunidade de completar o time durante uma competição e acabei me apaixonando pelo cenário competitivo“, relembra.

Desde então, M4nd coleciona boas performances no Game Changers brasileiro. Em seu primeiro torneio presencial, o Protocolo: Gêneses, M4nd teve o sexto melhor rating entre todas as jogadoras. Com a ODDIK, terminou o Game Changers Brasil Series 2 de 2022 na 3ª colocação, além de ter melhor rating do torneio.

Boa atuação se mantém em 2023

M4nd se destacou na ODDIK e despertou interesse de outras organizações do cenário (Dayane Cruz/Riot Games)

Em 2023, a ODDIK Bright passou por algumas mudanças, visando a melhora durante a nova temporada. A equipe trocou duas jogadoras, mantendo a base formada por M4nd, Elaine “mindle” Takahashi e Ana “Aninha” Martinho. A equipe se manteve entre as melhores do Brasil, mas encontrou dificuldades durante o Game Changers BR Series 1 de 2023, sendo eliminada logo nas primeiras rodadas do torneio.

Apesar de não ter tido os resultados esperados, M4nd se manteve entre as principais jogadoras do torneio, tendo a melhor atuação da sua equipe durante a fase presencial. A experiência foi importante para que a atleta evoluísse dentro do jogo, despertando interesse de outras organizações maiores do cenário. “Eu aprendi muito com esse momento e sei que tudo isso foi parte essencial da minha evolução durante o ano”, afirma a profissional, que agora defende a camisa da LOUD.

Chegada na LOUD

m4nd
M4nd ficou muito próxima de jogar o mundial inclusivo de VALORANT em 2023 (Bruno Alvares/Riot Games)

Mesmo sendo uma das melhores jogadoras do cenário inclusivo brasileiro, M4nd não tinha planos para mudar de time até poucos dias antes de sua chegada na LOUD. A jogadora vinha treinando como duelista após a primeira etapa do Game Changers, antes de ficar sabendo que jogaria pela equipe de Taynah “tayhuhu” Yukimi.

“Quando entrei na LOUD, achei que ia ser duelista, mas acabei me adaptando novamente ao flex dentro do jogo“, explica. Ainda que tenha passado pela mudança de times, a jogadora se manteve focada, garantindo a continuidade do seu bom momento como atleta: “No fim, não tive nervosismo em momento algum e pensei nisso tudo como uma oportunidade para novos aprendizados”, completa.

Com novas companheiras de equipe, M4nd conseguiu chegar ainda mais longe no Game Changers Brasil. A atleta foi campeã do primeiro qualificatório do Series 2 e vice-campeã nas duas etapas seguintes. Durante o torneio presencial, perdeu apenas duas séries, ambas contra a Team Liquid Brazil, terminando o campeonato na vice-colocação.

“Ficou um gostinho de quero mais, sem dúvida. Fico feliz pela conquista da Liquid, e sei que ano que vem estaremos dando o nosso melhor para mostrar um nível superior ao que mostramos nesse split do Game Changers. Fiquei muito feliz com minha atuação, mas isso mostra que sempre temos mais a aprender e evoluir. Antes das séries contra Legacy e Liquid, eu achei que estava no meu ápice, mas consegui demonstrar que a cada partida conseguimos evoluir”, revela a jogadora.

Melhor jogadora da grande final

M4nd foi definitivamente uma das jogadoras que mais desejou a vaga para o mundial do Game Changers. Foi um das melhores atletas da final da chave inferior do Series 2, contra a Legacy, sendo fundamental para a vitória da LOUD naquela partida. Entretanto, foi na grande final que M4nd se destacou, tendo a melhor atuação da série.

Com mais de 80 abates, M4nd teve um ACS de 263 e Rating de 1,30 durante a série. No último mapa, perdido pela LOUD por 13 a 11, a atleta chegou a matar mais de 30 adversárias, demonstrando seu foco na tentativa de conquistar o título do Series 2.

Jogando principalmente com os agentes KAY/O e Breach, M4nd teve um ACS de 232,2 durante todo o ano. Além disso, teve um K/D médio de 1,13 e o 4º melhor dano médio por rodada do ano entre as jogadoras da lista do VALORANT Zone: 148,2.

Arte/VALORANT Zone

Aprendizados na LOUD e expectativa para o futuro

Concluindo a entrevista, M4nd revela estar bem agradecida pelo ano de 2023. “Consegui aprender muitas coisas, como ser uma profissional ou como lidar com novas pessoas no ambiente de trabalho”, inicia. A LOUD, sua nova equipe, também proporcionou que a atleta tivesse mais visibilidade para falar de sua identidade e de outros assuntos que considera relevantes para o cenário inclusivo:

A LOUD também acabou trazendo uma relevância maior para toda a nossa luta, tanto com relação às pautas trans e não-binária, quanto às pautas do inclusivo”, completa M4nd.

Em 2024, a atleta pretende aplicar tudo que aprendeu em 2023, melhorando ainda mais a sua jogabilidade: “Um dos meus principais planos para o próximo ano é conseguir mostrar que o limite de habilidade não existe. Estamos sempre passíveis de evolução e melhoras”, afirma a atleta. A próxima temporada não será dedicada apenas às glórias pessoais. M4nd também quer ver o cenário inclusivo evoluindo e crescendo:

Espero conseguir demonstrar a força do cenário inclusivo e sua importância. Foco total, não somente para chegar ao mundial, mas para mostrar um jogo de alto nível, fazendo com que Riot, torcedores, espectadores e todos que acompanham o Game Changers de alguma maneira, entendam que precisamos não somente de mais vagas para o Brasil [no GC Championship], mas também mais vagas para os times em geral” finaliza a jogadora.

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