Uma jogadora jovem, habilidosa e que evoluiu ao longo das últimas temporadas. Mesmo com uma carreira ainda curta, Letícia “joojina” Paiva vem se tornando uma das maiores atletas do cenário inclusivo brasileiro.
O bom desempenho individual da jogadora rendeu para Letícia a quarta colocação no prêmio ‘As Melhores no Brasil em 2023′, produzido pelo VALORANT Zone. Neste artigo, contamos um pouco da história da atleta e sobre seu ano.
Começo de tudo
O primeiro contato de Letícia com os jogos eletrônicos aconteceu bem cedo, quando a atleta ainda era criança. “Foi no PlayStation 2 jogando Rayman, Black e jogos do gênero. Acho que eu tinha uns 8 ou 10 anos na época”.
Já mais velha e mais ambientada com o mundo virtual, joojina percebeu que havia um cenário competitivo por trás dos jogos. Sendo assim, a jogadora optou por deixar a faculdade para seguir carreira profissional.
“(Antes) Eu fazia faculdade de Matemática e Física. (Me tornei profissional) Quando eu vi que tinha um cenário competitivo por trás e as pessoas recebiam um salário por isso”, explica Letícia sobre sua decisão de ser profissional.
Início de carreira
Como dito anteriormente, joojina sempre se identificou com jogos de ‘tiro’. Esse foi um dos principais motivos para a jogadora ter escolhido o VALORANT. “Eu sempre gostei de jogos de tiro e eu meu identifiquei muito com o VALORANT”.
Com isso, cerca de um anos após o lançamento do FPS da Riot Games, Letícia começou a competir no cenário. No início, a atleta disputou alguns campeonatos sem ainda representar uma organização profissional.
No final de 2021, entretanto, joojina vestiu a camisa do Cruzeiro Esports. A jogadora conseguiu se destacar individualmente e chamou a atenção de equipes e outras atletas do cenário brasileiro de VALORANT.
No início de 2022, Letícia se juntou a outras quatro jogadoras e formaram um elenco habilidoso e muito competitivo. As atletas se destacaram e, no final de janeiro, foram contratadas para representar a Gamelanders.
Joojina permaneceu na organização por cerca de 11 meses. Neste período, conquistou duas etapas do Esportsmaker Spike Ladies e uma etapa do Gaming Culture. Além disso, Letícia e suas companheiras ficaram em segundo lugar em dois classificatórios para o Game Changers Brasil.
2023
Com o bom desempenho individual no ano passado, Letícia chamou a atenção da Team Liquid, que fez uma grande reformulação no seu elenco para 2023. Com a nova equipe, a cavalaria dominou o primeiro semestre do ano e superou a desconfiança da torcida.
Em apenas três meses, joojina e suas novas companheiras conquistaram os três classificatórios para a primeira etapa do Game Changers Brasil 2023 e também levantaram o troféu da etapa principal do campeonato.
A partir do segundo semestre, no entanto, outras equipes do cenário inclusivo brasileiro evoluíram bastante, e a Team Liquid teve uma queda de desempenho. Nos três classificatórios para a segunda etapa do Game Changers Brasil, o melhor resultado da cavalaria foi uma segunda colocação.
Isso fez com que a maioria do cenário brasileiro colocasse em dúvida uma possível ida da equipe para o Mundial. Na etapa final do Game Changers Brasil, a Team Liquid precisaria retomar seu bom desempenho, caso contrário veria a LOUD representar o Brasil no Championship 2023.
Mesmo pressionadas, Letícia e suas companheiras deixaram a desconfiança para trás mais uma vez. Após uma campanha perfeita, a cavalaria derrotou a LOUD na grande final por 3 a 1 e garantiu vaga no Mundial do cenário inclusivo.
Para joojina, o apoio da staff atrelado ao bom clima entre as jogadoras fizeram a diferença para a Team Liquid cumprir seu principal objetivo. “Nós tivemos uma staff muito boa, que nos ajudou a superar as derrotas e a levar elas como combustível, além de todo clima bom e amigável que construímos durante o ano”.
Após ter cumprido seu objetivo no cenário brasileiro, era hora da Team Liquid virar a chave e focar no Game Changers Championship 2023. Em 2022, a organização ficou em terceiro lugar no campeonato Mundial. Em 2023, a Team Liquid queria mais.
O início do torneio foi conturbado para a equipe brasileira. Logo na primeira rodada, a Team Liquid perdeu para a G2 Gozen e caiu para a tabela lower da competição. Na sequência, a cavalaria despachou Evil Geniuses GC, BBL Queens e Team SMG para chegar até a final da tabela de baixo.
Nesta rodada, Letícia e suas companheiras mais uma vez estavam frente a frente com a G2 Gozen. As brasileiras, no entanto, não tomaram conhecimento das europeias, deram o troco ao vencer por 2 a 0 e as eliminaram do Mundial.
Na grande final do Game Changers Championship 2023, a Team Liquid enfrentou a Shopify Rebellion. A equipe brasileira lutou até o final, mas não consegui superar as norte-americanas, que fecharam o confronto por 3 a 2.
Mesmo sem o título Mundial, joojina destaca positivamente a campanha da sua equipe na competição. “Eu estava tão confortável com o ambiente e com as pessoas ao meu lado, que a ficha demorou pra cair que eu estava em um Mundial. Só caiu na grande final, depois que as pessoas falavam: ‘Você é Top 2 do mundo’. Mesmo que a gente não tenha ganhado, foi um orgulho ter levado essa MD5 até o último mapa”.
A Top 4 em 2023
Além do ano mágico em termos coletivos, Letícia também teve um grande desempenho individual em 2023. A jogadora fechou a temporada com 1.13 de KD e 191.5 de ACS (Pontuação Média de Combate). Para joojina, o crescimento individual se deve a dois fatores: “A staff da Liquid e as minhas teammates”.
Fazendo a função de controladora, Letícia tem como agentes mais utilizados o Omen, a Astras e o Brimstone. Para aumentar cada vez mais seu nível individual, a atleta pratica bastante fora dos servidores. “Eu faço duas tarefas do Aim Lab (uma de precisão e uma de reflexo + precisão) e jogo bastante DM”.
Como de costume, perguntamos para a jogadora qual atleta ela acha que vai estar na nossa lista do próximo ano. Letícia apontou jubs como uma forte candidata ao prêmio “As Melhores no Brasil em 2024”.
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