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Especial

Os melhores no Brasil em 2023 – Ilan “havoc” Eloy (6)

Com 17 anos, jogador fez parte da The Union que dominou o Brasil e chamou a atenção da FURIA

O que você conquistou aos 17 anos? O 2023 de Ilan “havoc” Eloy provavelmente o transformou no primo chato da família, utilizado pela sua mãe na hora de cobrar resultados. Isso porque o novo jogador da FURIA conseguiu dominar o cenário de VALORANT do Brasil ao lado dos então companheiros de The Union. Com apenas 17 anos.

E com muita honestidade, o próprio jogador admite que treinava e trabalhava para se tornar um jogador das franquias, mas não esperava que alcançaria o feito tão rápido. Ainda que trate a sua temporada com humildade, o VALORANT Zone reconhece o desempenho de havoc, que em sua primeira temporada já garantiu a 6º colocação na lista de melhores jogadores da temporada.

Influência dos irmãos o levou para o FPS, inclusive no nick

Por ser tão jovem, havoc tem uma jornada um pouco diferente da grande maioria de jogadores profissionais de VALORANT, ou seja, não começou no Counter-Strike. Ele conta que foram os irmãos que o levaram naturalmente para jogos FPS, mas também curtia um battle royale.

“Eu fui trazido para os esportes eletrônicos pelos meus irmãos, porque eu tinha uma influência muito grande deles. Aí eu assistia eles jogarem e aí ficou comum, porque eu gostava sempre de jogar FPS e um pouco de battle royale. O VALORANT foi o primeiro esport, comecei no beta. Foi fácil começar, porque já jogava outros FPS”

Mas a influência dos irmãos não para por aí. O jogador da FURIA conta que a razão do seu nick foi por conta de um dos familiares: “Roubei o nick do meu irmão. Ele usava Havoc, só que roubei dele, porque eu jogava e outras pessoas também me chamavam assim.”

Família não apoiou havoc desde o início

No início do texto, brincamos com a idade de havoc e o que a maioria das pessoas alcançou aos 17 anos. E, piadas à parte, o normal é que as pessoas não tenham conquistado algo nessa idade exatamente por não saber o que buscam profissionalmente. E se engana quem acha que havoc desde o início buscava ser profissional no VALORANT.

“Sendo sincero, eu era uma pessoa que não queria (jogar competitivamente), jogava só por hobby, só que aconteceu naturalmente, meio do nada. Então o que me levou a jogar competitivamente foi o decorrer do tempo, porque eu vi que eu estava um nível acima e poderia competir.”, conta.

Bruno Alvares/Riot Games

Entretanto, mesmo quando decidiu competir, um desafio se apresentou à havoc: conseguir o apoio da família. Imagine a dificuldade de um jovem de 16 anos convencer seus pais de que um ‘joguinho de computador’ é o seu futuro como profissional: “Eu não tinha o apoio da minha família porque ninguém pensava que isso era um modo de trabalho, então isso me dificultou bastante no processo. Essa foi a principal dificuldade que tive.”

Ainda que inicialmente a atitude dos pais possa parecer a de vilões da história, é importante dizer que essa é uma reação bem comum, afinal, os esports ainda reservam muitas incertezas e pré-concepções. E havoc deixa claro que assim que seus familiares entenderam que aquilo era uma profissão e, mais importante, o sonho do filho, as coisas mudaram.

“Quando eles viram que isso se tornou um trabalho para mim, eles me apoiaram muito. Entenderam que eu podia viver daquilo e que era meu futuro. Eu gosto muito de jogar e eles me apoiaram e me abraçaram, entenderam o que eu gosto de fazer.”

Silêncio e trabalho durante 2022

Lançado oficialmente em 2020, o VALORANT teve um primeiro ano embrionário em termos de competitividade. Mas, apesar dos 14 anos na época, havoc já se arriscava em campeonatos da comunidade.

Entretanto, foi em 2022 que as coisas ficaram mais sérias, quando ele foi contratado pela The Union. O objetivo da equipe era se colocar como um dos grandes nomes do cenário nacional no ano seguinte. E com um elenco de nomes experientes, a organização apostou em um jovem de 16 anos.

E a aposta da The Union se pagou rapidamente. No último semestre de 2022, a equipe conquistou alguns campeonatos de comunidade, como a Série A da Gamers Club. Além disso, o time de havoc garantiu seu objetivo sem dificuldades e conseguiu uma vaga para o Challengers do ano seguinte.

Um 2023 brilhante da The Union e de havoc

Hoje, em dezembro de 2023, é fácil pensar na The Union como uma das organizações conhecidas do VALORANT. Entretanto, isso não era a realidade do início do ano, quando o primeiro Challengers do Brasil foi disputado. Nomes mais conhecidos como Vivo Keyd Stars, RED Canids e ODDIK chamavam os holofotes.

Foto: Bruno Alvares/Riot Games

Entretanto, graças ao silêncio e trabalho de 2022, havoc e The Union conseguiram um primeiro split surpreendente e um título mais do que merecido. No segundo split, o domínio foi ainda maior e mais um título, mas com a ressalva de que havoc, por problemas pessoais, disputou apenas as primeiras rodadas da fase de grupo.

Ainda assim, mesmo participando apenas de metade do segundo split, o próprio havoc fala que os resultados do time no semestre foram uma boa surpresa.

“Minhas expectativas no início da temporada não eram de que eu iria ganhar tudo no Brasil. Só que trabalhei muito, me esforcei, dediquei bastante para alcançar isso. Eu não esperava o sucesso. Eu sabia que eu ia aprender muito, mas eu não esperava que viria tão rápido (vitória). Então foi uma surpresa.”

Divulgação/FURIA

Além dos títulos, o potencial de um jovem de 17 anos em alto nível em sua primeira temporada completa como profissional chamou a atenção da FURIA. Pouco mais de um ano após ser contratado pela The Union, havoc se tornou um jogador de franquia, cumprindo uma meta que o mesmo achou que demoraria mais: “Foi muito gratificante pra mim, eu queria alcançar isso quando eu entrei na The Union. Eu sempre assisti eles no VCT Americas e eu queria participar disso.”

Novas experiências, primeiras dificuldades

Apesar de ter se profissionalizado de vez em 2022, quando foi contratado pela The Union, os primeiros grandes desafios da carreira de havoc apareceram em 2023. Os Challengers do Brasil foram disputados presencialmente, logo ele precisou sair de Fortaleza, no Ceará, e se mudar para a cidade de São Paulo.

E uma mudança tão grande para um jovem de 16 anos, na época, cobram seu preço. Para havoc, o mais difícil foi se afastar dos familiares e se adaptar em uma casa com outras pessoas: “Adaptação de ficar longe da família foi o mais difícil. Eu nunca tinha passado por uma GH (Gaming House), de conviver com outras pessoas. Então foi tudo muito novo pra mim e foi um desafio.”

Além da parte pessoal, houve desafios profissionais. Ele iria jogar pelo principal campeonato do país em um time de alto rendimento, o que também impõe suas dificuldades: “Se adaptar dentro do jogo, entender o que você tem ou não tem que fazer. Esse foi outro desafio que teve nessa caminhada, mas deu tudo certo.”

Vale dizer que o jogador não revelou se estas foram os motivos do seu afastamento da The Union em maio de 2023. Na época, a organização anunciou que havoc, por motivos pessoais, seria substituído por Estevão “Askia” Ferreira.

Título logo no início com a FURIA e mudança de função

Como time franqueado, a FURIA se movimentou no mercado após o fim do calendário de 2023 do VCT Americas. Sem torneios das franquias para disputar, os Panteras resolveram estrear o elenco no MEG 2023 e o resultado foi um título logo de cara para o novo elenco.

Além deste torneio, a FURIA se aventurou no Superdome 2023, realizado na Colombia, onde saiu com o vice-campeonato. Já no Convergence 2023, disputado na Índia. Nesta ocasião, o resultado não foi positivo e a FURIA foi eliminada com duas derrotas e nenhuma vitória. Entretanto, como o time é recente, é normal um período de adaptação.

Aliás, por falar em adaptação, o próprio havoc demonstra que terá que lidar com mudanças em seu estilo de jogo na nova casa. Isso porque na The Union, ele, majoritariamente, jogava de duelista. Contudo, no seu início de jornada na FURIA, o jogador tem alternado na função com Leonardo “mwzera” Serrati, onde havoc, vez ou outra, atua como iniciador. Vale dizer que o time também apresentou a composição de dois duelistas em algumas ocasiões.

havoc teve números excelentes em 2023

Com títulos na bagagem durante 2023, havoc mostra que consegue converter seus números em impacto positivo no game. Como dito acima, no período em que atuou pela The Union, o jogador executou a função de duelista, mas agora flexiona com iniciador.

Nesse contexto, os agentes favoritos de havoc foram Raze, Jett e Skye, nesta ordem. No ano, o jogador conseguiu belos 1.16 de rating. Além disso, o seu ACS (Average Combat Score) foi de 238.8. Finalmente, o KAST de havoc foi de 75.41%.

Arte/VALORANT Zone

havoc não está confortável com o que conquistou e quer mais

Logo em seu primeiro ano completo como profissional, havoc conseguiu feitos que outros profissionais de VALORANT mais velhos ainda buscam. Aliás, seus resultados e uma boa confiança jovial fizeram com que ele não temesse o seu futuro mesmo após deixar a The Union em junho deste ano.

“Sendo bem sincero, eu nunca tive medo, porque eu tinha certeza do que eu tinha feito no Brasil. Eu sabia que eu ia ser contratado pelas franquias por tudo que fiz no Brasil. Eu já estava recebendo sondagens, então fiquei muito feliz com isso. É um sonho estar aqui.”

Por fim, havoc deixa claro que não está confortável apenas com o sucesso que teve em seu primeiro ano de carreira. Ele deixa até mesmo um recado para quem acompanha sua jovem carreira: “Me sinto muito feliz, mas eu ainda não alcancei todas as expectativas que eu tenho, minhas metas. Ainda podem esperar muito de mim. Não estou confortável e quero buscar mais.”

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