Jogadores da XIT contam a história da equipe até a classificação para final da MEG 2023, contra a FURIA: “A gente é uma família”

Entre as principais equipes do Brasil atualmente, a XIT vem surpreendendo por conta do seu desempenho nos campeonatos de OFF//SEASON. A equipe foi campeã da Resistance Cup e chegou a final do torneio de VALORANT da Multiplatform Esports Games ao vencer o MIBR por 2 a 0. Em conversa exclusiva com o VALORANT Zone, treinador e jogadores da XIT falaram sobre a história da equipe, decepções, superação e a respeito do ótimo momento que a equipe tem vivido nos últimos meses. 

A XIT começou como uma brincadeira entre Igor “DrakoNz” Fernandes e Gabriel “Rich” Rosa. Durante a virada de ano, os jogadores decidiram formar um time para “brincar” sem muita pretensão. Juntos de Jean “skz” Lucas, outro conhecido das partidas ranqueadas, formaram o núcleo da XIT. 

• Mercado da Bala: confira as principais movimentações no cenário internacional de VALORANT
• Caster estrangeiro defende brasileiros da Sentinels após comentário xenofóbico
• Spacca afirma que “pressão fica gigante” sobre o MIBR após eliminação da MEG 2023

Com algumas mudanças, como a saída de Estevão “Askia” Ferreira para a The Union e a troca de Lucas “glym” Thadeu pelo atual duelista Vitor “gobera” César, a equipe chegou a formação atual, com João “Swag” Neto completando a equipe na posição de sentinela e Alexandre “NegaraL” Lopes, na função de coach. 

Amizade é o ponto forte da XIT

Um dos fatores mais importantes para o ótimo desempenho da XIT nos últimos campeonatos é a intimidade e amizade entre os jogadores. “Acho que fica muito claro que a gente é uma família. Nosso clima é muito leve. Independente se o jogo tá apertado, devido a esse clima leve a gente consegue resolver as coisas muito fácil”, explica SKZ. “Eu diria que um dos pontos mais fortes da XIT é o nosso companheirismo, que transparece muito no servidor”, completou o jogador. 

“Acho que isso é muito importante para um time. Não só levar como o trabalho, mas saber separar as coisas. Ter o momento de trabalho, mas também uma parceria, onde a gente pode brincar um com o outro. Acho muito importante”, acrescenta Gobera, integrante mais recente a compor a line-up da XIT.

“Tem muito time que não tem esse lado família. Acho que no final das contas você quer resolver um problema e acaba dificultando, porque você não tem muita intimidade com a pessoa”, finaliza SKZ.

Entrada de NegaraL marca novo momento da XIT

Mesmo sem um treinador, a XIT vinha dominando o Tier 2 do cenário brasileiro de VALORANT. A equipe conquistou a chance de disputar a série de promoção para o VCB 2024 e decidiu “profissionalizar” o time, com a contratação de um treinador.

“A gente viu que tinha que ter mais responsabilidade. Até este momento, a gente treinava para não chegar sem nada nos campeonatos. Agora, como teríamos a oportunidade de possivelmente jogar o VCB em 2024, a gente decidiu transformar a parada em algo mais profissional, contar com um coach, fazer táticos”, revelou Swag. 

Com NegaraL, a equipe teve uma melhora, principalmente na rotina e organização de treinamentos, funções que sobrecarregam os jogadores antes da chegada do novo coach. “Eles eram um time que já vinha ganhando tudo, então eu ficava com o pensamento de como conseguir ajudar eles”, conta NegaraL. “Por serem um time que não tinha coach, isso estava sobrecarregando eles. Swag tinha que marcar os treinos, focar no individual, ser o IGL na época. Eu tentei chegar tirando essa carga deles o máximo possível. Na época eu já assumi marcação de treino, criação de tático”, revelou o treinador.

Chegando em um time que já vinha tendo bons resultados, NegaraL não viu necessidade de implementar uma nova filosofia de jogo, mas complementou a sua experiência com a qualidade dos jogadores:

“A gente se moldou, no formato deles. E deu muito certo. Eu já esperava que fosse um time bom de se trabalhar, porque os meninos sempre foram muito bons individualmente. Sem um staff, eles já faziam as coisas darem muito certo”, finalizou o coach. 

XIT “bateu na trave” em momentos decisivos

Para chegar até os resultados atuais, os jogadores da XIT precisaram ser bastante resilientes. Apesar dos bons resultados conquistados no início do ano, a equipe bateu “na trave” diversas vezes. 

Na série de promoção para o Challengers Brasil de 2024, a equipe chegou a vencer uma série contra a Liberty na rodada inicial, mas perdeu as duas partidas seguintes. Primeiro contra a MIXX, e depois para a Liberty, ficando de fora do campeonato nacional. 

Já na Etapa Radiante da Elite Cup 2023, a equipe foi eliminada logo na primeira série, em jogo contra a TBK Esport. Mesmo tendo vencido o primeiro mapa por 13 a 1, a XIT tomou a virada no placar, se despedindo do torneio. 

Apesar dos entraves, o momento serviu para unir ainda mais os jogadores:

“Quando a gente passou da Etapa Imortal para jogar o presencial, foi o primeiro contato de todos da XIT por vários dias seguidos. Mesmo a gente perdendo para a TBK, isso acabou unindo mais a gente. O contato entre todo mundo junto, treinando, conversando sobre o jogo. Foi o que fez a gente se fortalecer ainda mais como um time. A gente voltou até com mais garra”, revela NegaraL.

Preparo para a MEG 2023

Apesar dos tropeços anteriores, os jogadores da XIT vieram ainda mais focados para a MEG 2023. Com um convite para a fase final do torneio, a equipe demonstrou serviço e chegou até a final da competição com apenas uma derrota, para a FURIA. 

SKZ contou que a equipe teve um preparo ainda maior para o torneio, pois sabiam que alguns times do VCT Américas também jogariam a competição. A equipe entrou nos servidores com o objetivo de se provar cada vez mais, jogando muito bem contra times de “maior” nível. 

“A gente entrou no campeonato sabendo que gostamos de adversários assim. Fica mais fácil se doar contra times melhores. É bom para se provar, mostrar serviço. Foi um campeonato para provar que a gente tem nível para jogar contra esses caras, uma virada de chave muito forte para a gente”, disse o jogador. 

O IGL da equipe, DrakoNz, também conta que esse é um momento de provar a qualidade da XIT não apenas para o próprio time, mas também para a comunidade: “O melhor de tudo é que a gente provou para a comunidade. A gente não esperava a repercussão que isso tá tomando. O ex-coach da FNATIC [mini] estava vendo nosso jogo em live. O Sacy [jogador da Sentinels] estava fazendo uma revisão da VOD da nossa partida. Para a gente é algo surreal”, conta o atleta.

Expectativas da XIT para o futuro

Chegando à final da MEG após vencer o MIBR por 2 a 0 em duas ocasiões, a XIT pode ser considerada uma das melhores equipes do cenário brasileiro de VALORANT no momento. Até o momento da entrevista, a equipe não havia recebido propostas para compor uma organização e os jogadores ainda estudam qual caminho percorrer no futuro:

“Até o momento, não tem nada. A ideia é jogar o qualificatório aberto para o VCB 2024. Por conta da nossa participação na MEG, o nosso desempenho, a gente esperava que ia receber algum convite ou contato, mas até o momento nada. A gente já está se preparando 100%. Se vier alguma coisa é bônus, se não vier a gente continua”, explica DrakoNz.

“Infelizmente as organizações ainda estão com um pé atrás, com receio. E eu acredito que com razão, por conta do calendário e a maneira como vai ser executado o VCB no próximo ano. Mas o nosso foco é sempre trabalhar, fazer o nosso. Não acredito que isso vá atrapalhar a gente de alguma maneira”, finalizou o atleta.

Quer ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do VALORANT? Então, siga o VALORANT Zone nas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram