Ex-LOUD e atualmente no MIBR, Daniel “fRoD” Montaner concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Thorin no programa Reflections. Durante o papo, o treinador comentou sobre sua passagem pela LOUD e contou bastidores do Champions 2022 e da temporada 2023.
- Leviatán vence KRÜ super clássico latino e garante topo do grupo Omega
- Saadhak ironiza críticas a LOUD: “Sabem que da visualização”
- Clove estreia oficialmente no circuito VCT
fRoD “trabalhou de graça” na LOUD durante o Champions 2022
Na entrevista, fRoD revelou que foi convidado por Matheus “bzkA” Tarasconi, na época treinador da LOUD, para trabalhar com a equipe durante o VALORANT Champions 2022: “Isso aconteceu um pouco depois do fim da Pioneers (antigo time de fRoD no VALORANT). Fiz algumas consultas com agências, pensava em ficar ou não nos e-sports. O bzkA me chamou e perguntou se eu gostaria de fazer um trabalho de analista durante o Champions 2022“.
“A organização não podia me pagar, mas eu disse para ele que não tinha problema porque pensei que fosse ser algo positivo para mim. Ele me enviou as vods dos times umas duas ou três semanas antes da estreia. Comecei analisando e corrigindo alguns erros, não muita coisa, só alguns pontos. Quando começou o Champions e eles virem o caminho deles, falaram que não precisavam focar em estudar um time como a ZETA Division porque tinham uma boa leitura contra eles“.
“Para todos os outros times, fizemos de tudo: pistols, eco, bonus, primeiro armado. Eu basicamente “mastigava” tudo que cada time fazia em cada mapa de cada adversário que a gente enfrentava. Dei a eles opções de pistols para fazer, cerca de quatro ou cinco por mapa, para cada lado em cada série. E isso era um problema da LOUD, eles não ganhavam pistols até eu aparecer.”
Quer ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do VALORANT? Então, siga o VALORANT Zone nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram e Spotify
Domínio da LOUD no VCT Américas
Durante a entrevista, fRoD foi questionado sobre a dominância da LOUD no VCT Americas em 2023. Em resposta, o treinador comentou: “Desde o primeiro dia que entrei no time, eu estava planejando isso (composições com Harbor e Viper). Muito do que acabei fazendo pelo time foi isso. Quando se jogava na liga, com um jogo na semana, o time recebia folga no dia seguinte da partida. Eu nunca tirei folga porque esse dia “off” era meu momento para fazer a parte anti-tática“.
“Vamos assumir que jogamos no domingo, na segunda todos estavam de folga e eu estava ali estudando todos os movimentos em todos os mapas do próximo oponente, cinco ou seis mapas. A partir daquele ponto, a gente fazia nosso “mock draft” dos mapas e treinávamos segundo o que achávamos que ia ser escolhido e no dia antes da partida, eu passava toda a parte tática de pistols, anti-ecos, etc“, disse o treinador.
“Não acho justo o treinador e capitão fazerem tudo”
Durante a conversa, fRoD foi questionado sobre o trabalho com Matias “saadhak” Delipetro, capitão da LOUD. Em resposta, o treinador comentou a experiência e citou alguns bastidores da equipe: “Ele é o tipo de cara que tem o talento e a capacidade de fazer qualquer coisa, mas ele é um cara que admite que não tem todo o tempo do mundo para competir“.
“O que falei para ele desde o primeiro dia foi que meu trabalho seria para estender sua carreira. Você me dá toda a parte do seu trabalho que você não quer fazer, que te deixa irritado ou entediado e eu faço. Eu fazia de tudo, mas não fazia completamente tudo. Estrategicamente falando, eu era o cara que faria as sugestões, mostrando nossas opções. Expliquei para os meninos e é uma das coisas que eu mais me orgulho. No fim do Champions 2023, começamos a fazer tudo juntos, vod reviews, anti-tático, virou uma coisa do time, não algo meu e do saadhak ou apenas meu. Esse era meu objetivo desde o primeiro dia.“
“Tudo bem que ali começou a minha “queda” porque eu os deixei independentes. A verdade é que foi assim que eu cresci. A gente não tinha um treinador, então todos os jogadores compartilhavam as tarefas do treinador. Não acho justo o treinador e o capitão fazerem tudo, dia e noite, fazendo as estratégias e alguns jogadores acordarem, lerem o que foi feito e irem jogar. Não dizendo que é algo ruim, mas eu não gosto desta forma porque, se todos estamos na mesma página, fazemos com que os outros (times) tenham dificuldade de estarem na mesma página que nós“, explicou fRoD sobre o trabalho com saadhak na LOUD.
Quer ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do VALORANT? Então, siga o VALORANT Zone nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram e Spotify
fRoD era desconhecido entre jogadores da LOUD e ensinou equipe a “jogar contra o EMEA”
“Eu falava para eles: ‘Vocês têm que jogar contra a OpTic desta maneira, se ganharem vão ter que mudar isso, isso e isso, se não vão perder no próximo jogo’, eu era muito direto. Eles não sabiam jogar contra times com jogo lento do EMEA“.
“Acho que essas foram as minhas maiores contribuições, não só no anti-tático, mas como íamos jogar e melhorar nossos conceitos de jogo. Eles acabaram usando tudo que falei e eu esperava que não fossem usar nada e acabaram ganhando o Champions. Acho que só o bzka e um outro jogador, talvez o pANcada, sabiam que eu era. Eles não faziam ideia de que eu era, Less, aspas, saadhak. Eles deviam achar que eu era um cara aleatório dos Estados Unidos que queria ajudar eles“, disse o treinador.
Mais para frente na conversa, fRoD explicou uma das vantagens que a LOUD teve no Champions 2022: “Acho que a grande ajuda que eu dei pra LOUD no Champions foi que eu não estava lá com eles. Eu estava em Miami e eles na Turquia. O fuso-horário foi um grande benefício para nós. O bkzA me falava que do que precisava, eu mandava um boa noite e dizia que estaria pronto quando ele acordasse. Então ali começava o meu dia. Você precisa achar o jeito de se preparar para um oponente quando você não tem a melhor situação para isso“.