Especial

Caminho ao First Strike: a história da INGAMING

VALORANTZone conta história, expectativas e amadurecimento que o time da INGAMING teve até chegar ao First Strike.

O fim da temporada do ano de lançamento de VALORANT será coroado com a realização do First Strike. Primeiro torneio do FPS organizado pela Riot Games, ele acontecerá presencialmente, em São Paulo, entre os dias 3 a 6 de dezembro e contará com uma premiação de R$ 200 mil, a maior até agora no cenário brasileiro.

Dando continuidade à série especial preparada pelo VALORANTZone com os times classificados, a INGAMING chega com o título de underdog após conseguir surpreender e levar a melhor na classificação para terminar a seletiva do First Strike no seleto grupo de oito times classificados para o torneio presencial.

Por isso, um dos pilares do time, Pedro “dio” Cabral, se juntou à última adição da equipe, Leandro “Pernalonga” Guideli, para falar sobre os primeiros passos da equipe, expectativa e preparação para o principal torneio de VALORANT do ano.

O VELHO E O MOÇO

Pernalonga e dio formam uma dupla de opostos em relação à experiência no cenário competitivo. Assim como a música de Los Hermanos, onde os dois eu líricos apresentam personalidades diferentes, o mesmo se repete na história dos jogadores da INGAMING.

Entretanto, juntos, mostram que a equipe encontrou a sintonia perfeita para atuar lado a lado. Apesar de ainda ser novo, pernalonga carrega o peso da experiência no cenário competitivo em mais de uma modalidade do esporte eletrônico, como League of Legends e Fortnite.

“Conheci o League o Legends e comecei a jogar mais ou menos por uns nove anos. Joguei o competitivo, mas no Tier 3 e por pouco tempo. Como estava enjoando, fui para o Fortnite. Lá, fiquei mais ou menos um ano e meio, onde jogava em alto nível, mas nunca por uma grande organização”, disse.

Enquanto isso, dio é o retrato do cenário de VALORANT. Um jovem jogador talentoso que viu no FPS a chance de evoluir competitivamente. Além disso, uma curta trajetória no Overwatch serviu como bagagem para que ele não chegasse totalmente cru ao competitivo da Riot Games.

“Não tenho toda essa experiência que o perna tem. Só tenho 17 anos. O primeiro que joguei competitivamente foi Overwatch”, disse. Em seguida, confessou que a paixão por VALORANT não foi à primeira vista: “Inicialmente eu não tinha gostado do jogo. Cheguei a jogar o beta do NA e era muito ruim. Mas assim que lançou no Brasil, vi a oportunidade de crescer”.

UM PROJETO LEVADO A SÉRIO

Mesmo sem ter tido amor à primeira vista pelo VALORANT, dio revelou detalhes da história da base do time que estará presente no First Strike. Na época, sequer sonhava com INGAMING, mas já começava a levar o FPS mais a sério ao lado de alguns companheiros que estão com ele até hoje.

Definindo a história do time como “complicada”, ele afirmou que o pontapé do projeto aconteceu no Ato 1, quando jogava de Sova na ranqueada. Apesar de ser apenas o começo, isso não impediu que ele procurasse um time para crescer. E foi assim que bateu de frente com Daniel “ducKw0w” Silverio.

“Assim que começou o Ato 2 eu encontrei o ducK e tomei um pau pra ele. Então, eu e meu amigo convidamos ele e começamos ganhar. A gente não parava de ganhar e pegamos Radiante, mas o jogo já estava perdendo a graça”, disse dio.

Entretanto, foi justamente por conta disso que dio e ducK viram a oportunidade de montar um time e fazer com que o projeto fosse ainda mais longe. Além disso, explicou o motivo da criação da NeedMoreDM, primeiro nome que carregaram no cenário competitivo.

“Falei pra gente tentar achar um pessoal e formar um time ou algo do tipo. Na época, estávamos focado de fato no deathmatch. Então, sempre ficávamos nessa. As vezes a gente pinava e falamos que precisávamos de mais DM, e foi daí que veio o nome”, completou.

OS PASSOS NO COMPETITIVO DE VALORANT

Independente de toda experiência e trajetória que cada um dos dois carregavam no esporte eletrônico, a caminhada no cenário competitivo de VALORANT era algo que ambos teriam que trilhar do zero.

Para qualquer time iniciante, no entanto, dificilmente haverá uma maneira melhor de começar do que no First Strike. De acordo com pernalonga, o time chegou a disputar os campeonatos semanais da Gamers Club, mas o torneio da Riot Games é, de fato, a primeira grande experiência.

“A gente jogou no campeonato da Gamers Club. Não sei se chegar a ser um competitivo, mas igual ao First Strike é o primeiro. É o que consideramos que tem mais time bom”, confessou.

Para a sorte do time, o timing foi crucial para a dedicação. Ainda sem saber se seriam recompensados na época, dio revela que já sabia de toda a capacidade que o elenco tinha para conseguir chegar longe na competição, apesar de ainda considerar a ida para a LAN uma surpresa.

“A parte legal do First Strike, é que assim que encontramos os jogadores o torneio foi anunciado. Então a gente tentou… Acho que tínhamos capacidade de chegar no classificatório fechado. É o que tínhamos certeza. Mas se classificar para a LAN… Não que a gente não acredita, mas era uma possibilidade”, disse dio.

AS SELETIVAS E O AMADURECIMENTO

Hoje, a classificação da INGAMING para o First Strike é incontestável. Entretanto, quem abre a lista de times participantes do torneio pode não se atentar ao fato de que a equipe conquistou a ida para o classificatório fechado apenas na última oportunidade.

Isso porque eles passaram por três classificatórios abertos, mas acabaram ficando no meio do caminho. Entretanto, dio é extremamente otimista e diz que graças a esses confrontos perdidos que a equipe conseguiu amadurecer de forma rápida.

NeedMoreDM passou por Vivo Keyd e Falkol | Foto: Reprodução/Liquipedia

“A primeira classifica caímos contra a paiN Gaming no primeiro jogo. Para um time novo, com certeza foi um choque. Mas o nosso desempenho foi melhor do que o esperado. Fizemos um 10 a 13 contra eles, mas no meu ponto de vista foi bom”, disse.

Em seguida, dio define a segunda classificatória como um “problema”. O motivo para isso, ele explica na sequência, afirmando que ducK sofreu com problemas de conexão e, por isso, eles ficaram quatro dias sem treinar, chegando a cogitar um complete.

Sem sucesso, pela falta de treinamento necessário, eles chegaram na terceira classificatória, onde o jogador afirma que “foi a que mais amadureceu o time como um todo”.

“Ganhamos o primeiro, o segundo e o terceiro jogo. No quarto, caímos contra a Vivo Keyd. No desenrolar, vimos que o problema era o first blood”. Caindo pela terceira vez, voltaram para a quarta seletiva com a adição do pernalonga, onde dio diz que “o desempenho não foi igual que em nenhuma outra”.

NÃO TEM BOBO NA LAN

A INGAMING já conseguiu o incrível feito de se classificar para a LAN do First Strike. Entretanto, a equipe não terá vida fácil no primeiro confronto, enfrentando a Gamelanders. Contudo, tanto dio, quanto pernalonga, acreditam que o posto de underdog não facilitará a vida para eles.

Isso porque os dois jogadores acreditam que não terá nenhum time bobo na LAN. Ou seja, uma equipe não subestimará a outra por ser menos conhecida no recém-nascido cenário competitivo de VALORANT.

“Acho que chegou em um nível muito sério. Acho que não vai ter essa de subestimar. Cada jogo vai valer muito e todo mundo vai querer mostrar resultado. Penso que alguns times vão querer escolher tática em confronto fácil, mas se apertar o jogo, eles vão acabar soltando”, disse pernalonga.

Em seguida, dio vai ao encontra da opinião do companheiro de equipe. De acordo com ele, “são cinco grandes organizações, então não tem como eles não darem o melhor deles e perderem a oportunidade de mostrar o trabalho”.

PREPARAÇÃO CONTRA OS GRANDES

Querendo ou não, a INGAMING ainda possui uma arma na mão que times como a Gamelanders, primeiro adversário no First Strike, não terá a seu favor. Entre elas, a quantidade de material para estudar para o primeiro duelo na competição.

Ao serem questionados sobre esse ponto, ambos os jogadores confessaram que esse foi um fator importante no resultado positivo que eles tiveram contra a Vivo Keyd e a Falkol, onde souberam estudar e fazer uma boa leitura do que poderia acontecer durante a partida.

“No classificatório fechado nos preparamos mais, principalmente quando vimos que íamos pegar a Vivo Keyd e Falkol. Vimos que tínhamos essa vantagem, de ter o material deles, e eles não terem o nosso. Ficamos espertos no estilo que eles jogaram. Mas isso ajudou muito, principalmente ver que o qck picava bastante de AWP, e nos ajudou a prevenir contra isso”, disse pernalonga.

Para dio, o mesmo valeu contra a Falkol. Entretanto, o time parecia ter entendido que a INGAMING, mas não conseguiu fugir o suficiente para evitar a leitura adversária.

“Sem dúvida, ter estudado eles ajudou. Principalmente contra a Vivo Keyd, que aprendemos como eles jogaram. Mas contra a Falkol, o mch disse que eles tinham castar na manga. Por mais que eles tenham feito padrões diferentes, não foi muito fora do que havíamos estudado”, revelou.

EVOLUÇÃO DO CENÁRIO

Apesar do First Strike contar com organizações conhecidas de outras modalidades do esporte eletrônico, como Havan Liberty, Team oNe, B4, paiN Gaming, Vorax e Imperial, a participação da INGAMING mostra que times “fakes” ainda possuem o seu devido lugar.

Sobe esse assunto, pernalonga ressalta a importância de torneios com inscrições gratuitas para que outros times tenham a oportunidade de se destacar, assim como eles fizeram com a chegada no torneio mais importnate do ano.

“Acredito que é o jeito mais fácil do cenário evoluir. Chegamos no Top 8 da LAN. O dia que mais jogamos juntos é 4 horas por dia. A gente joga pouco, e deu pra chegar lá. Como a gente, com certeza tem outros times assim por aí. E sempre vem um fake bom, não tem jeito” ponderou.

LOGÍSTICA PARA O FIRST STRIKE

Apesar do First Strike estar batendo na porta, os jogadores da INGAMING revelaram que ainda podem haver mudanças até a chegada da competição. Isso porque, além de definir como o time fará com a logística para disputa do torneio, pode ser que eles cheguem representando uma organização diferente.

Recentemente, o VALORANTZone apurou que o quinteto chegou a negociar com a Soberano, Neverest e Cruzeiro. Entretanto, as conversas acabaram não avançaram do jeito que eles gostariam e, por isso, a busca por uma casa segue firme.

“A questão da logística não está acertada ainda, com ou sem contratação de organização. Estamos tentando resolver isso. Eu moro na capital, então se o time precisar vir aqui em casa para dormir ou treinar, está tudo certo”, revelou dio.

O mesmo, claro, é refletido na opinião de pernalonga sobre o assunto: “Estávamos vendo com algumas organizações, mas ainda temos chance de ir sem nenhum para o campeonato”, disse o jogador.

PÓS-FIRST STRIKE

Com o futuro recente ainda indefinido, o mesmo se reflete na INGAMING para um futuro mais distante. Ao serem perguntados sobre os próximos passos do time após a participação no First Strike, os jogadores mostram o desejo de permanecerem juntos, apesar de deixar o futuro em aberto.

“Vamos continuar juntos depois do First Strike. Acho que todo mundo pretende isso. Todo mundo do time é fundamental. Não tem quem trocar. Tem que continuar treinando… Se for mal ou se for bem, é só continuar treinando”, disse pernalonga.

Pioneiro da equipe, dio segue mais uma vez a opinião do companheiro de equipe. Além disso, ressalta que o entrosamento que o time conseguiu encontrar em tão pouco tempo é algo a ser visto com bons olhos para o futuro.

“Com certeza é capaz do time continuar por um bom tempo. Ainda mais pelo entrosamento que o time acaobu criando. Foi muito pouco tempo e, principalmente com a adição do pernalonga, nosso entrosamento aumentou de um jeito espetacular”, disse.

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