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Especial

“A gente deixou muita coisa para trás e conseguir chegar no Masters é um sonho realizado”, revela elenco da Havan Liberty

Jogadores e comissão técnica conversaram sobre treinos, primeiro torneio internacional, mudanças e mais

Depois de um jogo intenso contra a FURIA na final da chave superior do VALORANT Challengers Brasil 3 (VCB), a Havan Liberty cravou a vaga para a final e mais importante, para o VALORANT Masters que acontecerá em Berlim. A equipe foi a primeira a se classificação, em seguida foi a Vivo Keyd.

Os dois times, que serão os novos representantes do Brasil no torneio internacional, tiveram uma crescente desde as últimas etapas até a fase final, que era tudo ou nada. A HL, que passou por mudanças na line-up, precisou de tempo para se reestruturar internamente, enquanto o público apostava em uma Vikings ou Sharks novamente. Contudo, a Havan escalou até o topo e bateu de frente contra os favoritos.

Vaga no Masters

Em entrevista ao VALORANT Zone, o elenco da Havan Liberty contou sobre a conquista da vaga em Berlim, como foram os preparativos e que tiveram abrir mão de várias coisas para buscarem o sonho. “A gente deixou muita coisa para trás, familiares, amigos, namorada e conseguir chegar no Masters é um sonho realizado. Passamos por muitas coisas, várias trocas de line-up até chegarmos nessa e estamos felizes demais”, contou Marcelo “pleets” Leite.

O Masters de Berlim será o primeiro torneio internacional que o time irá representar a organização no VALORANT. Para o Gabriel “shion” Vilela, é um alívio ver o time no caminho certo após mudanças.

“No passado não tivemos resultados tão satisfatórios, isso mostra que o trabalho está sendo eficiente, mostra que estamos conseguindo chegar onde sempre quisemos. Antes quando estávamos com outras line-ups estávamos com dificuldades, em questões de team play e essa line de agora se encaixou muito bem e estamos muito feliz com o resultado que estamos tendo.”

Companheiros de equipe, Rodrigo “myssen” Myssen compartilha da mesma felicidade de poder realizar o sonho de competir em um mundial. O trio myssen, plets e shion são os jogadores mais antigos da line-up, que fez um ano no dia 7 de agosto. Morando juntos, myssen contou que a organização virou parte da família.

Visão do público

Apesar de terem conquistado a vaga, os jogadores comentaram que sempre dão o melhor dentro do servidor, mesmo a equipe não ter sido escolhida como uma das favoritas para ir para Berlim. Contudo, o time não importou se eram os favoritos ou não, a equipe conseguiu provar que não era um “time de apenas um jogador”, como alguns chamavam com a antiga line-up.

“Quem tá de fora não sabe o quanto a gente trabalha para a gente chegar onde chegamos, ver pessoas que assistem de fora falando essas coisas, querendo ou não atrapalha um pouco. Porque todo dia você está dando o seu máximo para o cara ir lá e falar que você é ruim, que é carregado, isso não é muito legal de se ouvir, mas com o tempo você começa a filtrar o que você vê e começa a ignorar. Um jogador só não ganha o jogo, quando você tem cinco cabeças pensantes no time, você consegue conquistar mais do que jogando apenas para uma pessoa só”, contou myssen.

Para o shion, ele acredita que o time teve que fazer um trabalho mais intenso sobre filtrarem o que o público falava do time individualmente. “Só de ser a Havan a galera meio que tem preconceito por causa do nome. Até pro player de Tier 1, a galera sempre meio que desdenhou da gente, então isso de “um time de apenas um jogador” foi só mais uma dessas coisas da galera não respeitar tanto a gente, mas continuamos trabalhando sem deixar isso abalar e agora a galera torce pela gente.”

O treinador estratégico, Saymon “Hiromi” de Souza, comentou que o público não teve culpa de não colocá-los como um dos times favoritos, porque a equipe não estava demonstrando bons resultados antes, mas que isso serviu para mostrar que não dá para descartar nenhum time da competição.

Mudanças de line-up

Desde o início da Havan Liberty no VALORANT, a equipe teve três mudanças no time, que foram as saídas dos jogadores Bruno “bNhardneja” Nóia, Pedro “pMdr1” Henrique e o mais recente, Olavo “heat” Marcelo, que foi para a Vivo Keyd. Depois das trocas, a equipe demorou um pouco para se reencontrar dentro do servidor.

O jogador mais novo a entrar no elenco foi Gustavo “krain” Melara, que chegou em junho. Apesar disso, krain comentou que estava consciente de que não iria fazer a mesma função que o antigo jogar tinha.

“Quando eu entrei no time, eu sempre soube que eu não ia conseguir exercer a mesma função que o heat fazia, de matar 40 todo mapa, conseguir levar o jogo nas costas, tanto que desde o início quando entrei no time eu dizia: “a gente vai precisar jogar como uma equipe unida e vai ganhar como uma”, sem ter uma estrela no time ou algo do tipo.”

Não foi de imediato que a Havan conseguiu se encontrar e encaixar as táticas com a line-up nova. O time precisou manter os pés no chão para conquistar a vaga do Masters. O jogador comentou que ficou muito feliz ao ver que a sua entrada fez a diferença.

“Ver tudo isso agora que conseguimos conquistar juntos, ver que a função que eu trouxe ajudou o time, é a melhor coisa para mim, porque eu achei que não ia ser capaz de conseguir erguer o time da mesma forma que ele erguia.”

O treinador Ricardo “rik” Furquim, comentou as mudanças na mentalidade da equipe além da troca de jogadores na line-up. “A primeira foi que paramos de jogar para um jogador, começamos a jogar mais para o time, tanto que as composições de três iniciadores mostra muito isso, é muito suporte e mesmo com essa mudança, ás vezes o liazzi sai com 40 eliminações, os outros com 20 assistências, a equipe ainda se sai muito bem. Toda hora alguém está fazendo um papel de suporte importante, então essa foi a primeira e principal mudança que tivemos.”

Treinos dentro e fora do Brasil

Um dos problemas que permeia o cenário competitivo de esports no Brasil, são os treinos. Times e grandes jogadores já reclamaram várias vezes publicamente da falta do compromisso de outras organização em relação ao treino. Desmarcar em cima da hora, não levar a sério, sair antes do fim do jogo, esses são alguns dos problemas que os clubes passam durante a jornada nos torneios.

“O nosso problema é fora do treino, porque os times desmarcam muito. Por exemplo, a gente está esperando um treino um treino as 15h e 14h30 a gente recebe a mensagem do cara desmarcando, sendo que esse horário é o mais difícil de encontrar treino. Dentro do servidor a gente nunca deu muita bola para que os outros fazem, os treinos sempre foram produtivos independente do que o adversário faça”, revelou rik.

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Para shion, o jogador acredita que o fato de não terem mostrado no campeonato algumas táticas que usavam nos treinos, algumas equipes tinham receio de treinar. “Tem alguns times que a gente não joga contra do Tier 1, que eu acho que nessa temporada toda não jogamos nenhuma vez contra, tem bastante time que nunca treinamos contra e eu acredito que um dos motivos é por causa disso. Porque a galera vê a gente treinando e não conseguia associar com o que a gente mostrava então eu acredito que agora as coisas mudem.”

Além disso, a equipe masculina da HL é uma das que treina contra os times femininos do VALORANT, algo que o treinador e os jogadores sentem orgulho de falar. “Os treinos contra as meninas é muito produtivo, elas tem uma disciplina tática, treinam certinho sabe? Então a gente consegue no meio do treino mudar um pouco a estratégia para testarmos outras coisas, o que acontece ás vezes contra os times masculinos a galera não leva muito a sério. Principalmente, contra nosso time“, comentou pleets.

Já os treinos internacionais, rik acredita que não será um problema porque o clube tem bastante contato com outros times. O treinador revelou que o time embarcará direto para a Alemanha nesse final de semana.

Saúde mental e física

A Havan Liberty conta com uma estrutura de centro de treinamento totalmente moderno com equipamentos que permitem os jogadores não só de VALORANT, mas de outras modalidades, a se exercitarem. Caso precisarem tratar de uma lesão, a organização também conta com um profissional de fisioterapia e um departamento de saúde.

Sobre a rotina de exercícios, Felipe “liazzi” Galiazzi revelou que cuidar da saúde física ajudou o time dentro dos servidores. “Eu acho que funciona bastante, porque a gente tem um programa que o médico aqui usa mostra os MS e no começo estava bem baixo. Depois foi só subindo o gráfico e conseguimos mais vitórias, então foi uma coisa boa sim que atribuiu“.

A saúde mental dos atletas foi um dos assuntos mais falados durante a pandemia da COVID-19. Sem poder sair de casa, ver amigos ou parentes longe de casa, os torneios online se acumularam, os jogadores tiveram que atuar demasiadamente. Dessa maneira, alguns profissionais desenvolveram burnout, síndrome do esgotamento profissional.

“É uma atividade que a gente faz em grupo também, acredito que fortalece o nosso relacionamento, não só o exercício individual que faz você se sentir melhor, com a cabeça mais tranquila por causa do exercício, é bem benéfico para o grupo“, acrescentou shion.

Primeiro torneio internacional

A Havan Liberty vai disputar o Masters de Berlim que começa dia 10 de setembro. Contudo, esse será o primeiro internacional dos jogadores. Sem esconder a euforia, a equipe se mostrou bastante entusiasmada de jogar contra os melhores times do mundo.

Perguntado sobre qual time queriam enfrentar no Masters, sem pestanejar os jogadores responderam: Sentinels. Outra equipe que a HL queria enfrentar era a Team Liquid, por serem admiradores do Adil “ScreaM” Benrlitom desde a época em que atuava no CS:GO, mas a cavalaria não conseguiu se classificar para a competição. Ainda sem acreditar, os jogadores mostraram felicidade ao poder enfrentar grandes times e jogadores que já eternizaram seus nomes em outras modalidades.

“Temos um sentimento de curiosidade, porque a gente estuda bastante nos nossos táticos, a forma da gente jogar é influenciada por esses caras, então queremos saber de fato como é jogar contra eles. Porque a gente assiste eles jogando, a gente vê o que eles fazem, é bem diferente do que a gente vê no Brasil. A gente quer entrar no server e ver como esses caras jogam de fato, porque é algo que a gente não conhece. Só a gente vivenciando para ter uma opinião formada”, comentou shion sobre a expectativa para jogar no Masters.

Hiromi falou que os primeiros mapas vão ser um choque para jogar, porque vai ser o primeiro contato do time em um torneio internacional, mas que apesar disso, a Havan é time que cresce muito durante o campeonato e comentou que vão trabalhar o psicológico para conseguirem dar o máximo na competição.

Em relação a pressão, o time acredita que vai ter, mas vai ser diferente do que foi no Masters da Islândia, que foi a primeira apresentação do Brasil em um torneio internacional.

“Pressão sempre vai existir, ainda mais você representando um país, mas a gente nunca jogou um campeonato internacional, vamos dar o nosso melhor, se deu ok, se não, vamos melhorar para Los Angeles (Champions). Eu vou dar o meu melhor, mas se não der certo, eu vou aprender com os erros e focar para o próximo campeonato que é mais importante“, revelou myssen.

Sobre o formato do campeão, o treinador comentou que gostou, apesar de horas depois a Riot Games ter mudado o formato dos grupos e playoffs, rik citou que gosta das divisões de grupos, mas que só vai saber ao certo quando começarem a jogar.

O Masters de Berlim começará dia 10 de setembro, na sexta-feira. A Havan Liberty é uma das representantes do Brasil na competição. A equipe vai disputar o grande título contra outras 15 equipes e também a vaga direta para o VALORANT Champios que acontecerá no final do ano em Los Angeles.

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