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Especial

As melhores no Brasil em 2022 – Isabele “isa1” Glym (10)

A jogadora foi pioneira no competitivo feminino e segue sendo destaque

Pioneira no cenário feminino de VALORANT, Isabele “isa1” Glym tem mostrado ser uma jogadora constante e de grande destaque no competitivo nos últimos anos. Enfrentando dificuldades e até mesmo tendo que utilizar o computador de seu trabalho para conseguir treinar no passado, hoje a jogadora faz parte de uma seleta lista das melhores atletas de VALORANT do Brasil.

Natural de Belém, no Pará, a atleta começou sua carreira no competitivo do Counter-Strike: Global Offensive, mas optou por dar uma pausa ao seu sonho para auxiliar a sua família, que estava passando por um momento difícil. No beta do VALORANT, a atleta começou a jogar o novo FPS sem expectativas de tornar-se profissional, conseguiu vencer um campeonato com um time de amigas. Após isso defendeu grandes organizações e hoje ocupa a 10º colocação na lista do VALORANT Zone das melhores jogadoras do cenário competitivo desta temporada.

Início nos games e suporte familiar

Isabele cresceu no meio de três irmãos mais velhos, onde sempre teve contato com videogames, em consoles ou computador. A jogadora conta que sua mãe sempre incentivou e levava ela para corujões na lan house, escondido do pai dela, que não gostava. Com o passar dos anos, a isa1 começou a jogar competitivamente, mas conta que não foi fácil por morar no Norte do país.

No CS:GO não tive muitas oportunidades porque morava em Belém – PA e quase todas as meninas moravam em São Paulo/Rio de Janeiro, era muito difícil jogar de lá, jogava com 110 de ping“, comentou a jogadora.

O irmão, além de ter sido um dos grandes apoiadores de isa1 desde o início, também esteve presente no primeiro time profissional da atleta. Apesar disso, com o tempo as coisas não saíram como o planejado e as responsabilidades da vida apareceram.

Eu iria entrar em um time grande na época, mas aconteceu que a minha vó veio a falecer. Eles queriam que eu me mudasse para São Paulo, só que não iria deixar minha família nesse momento e optei por parar de jogar e foi aí que comecei a trabalhar“, revelou.

isa1 com seus irmãos (Arquivo Pessoal/isa1)

Lançamento do VALORANT e a volta de um sonho

Durante sua pausa no competitivo do FPS, a atleta focou em seus estudos e trabalhou durante três anos como Designer Gráfica. Até que ocorreu o lançamento do VALORANT, onde Isabele começou a jogar e se interessar mais pelas novas oportunidades que estavam surgindo.

Comecei a jogar VALORANT no Beta e era apenas por diversão mesmo, ate que me convidaram pra jogar um campeonato como um time fake e nós ganhamos esse torneio, desde então minha carreira no VALORANT começou

O torneio em questão se tratava do Metrópole Women’s Cup, onde a jogadora, junto de suas companheiras de time Yasmin “hannabacon” Goetten, Mirella “mizi” Gomes, Luisa “BEAR” Mendonça e Natália “nat1” Menezes conquistaram o título em cima da Meta Gaming.

Após a vitória, as jogadoras conquistaram o primeiro objetivo para dar um passo maior em suas carreiras: um contrato com uma organização. A Team Vikings viu o potencial das meninas e investiu na line-up. Apesar disso, nem tudo eram flores e isa1 superou obstáculos, como a falta de um computador, para seguir seu sonho.

Eu ainda trabalhava quando comecei a jogar VALORANT, inclusive não tinha computador e utilizava o no do meu trabalho depois do expediente. Quando não podia jogar no trabalho tinha que dividir o computador com meu irmão mais novo pra poder conseguir treinar, depois de um ano comprei meu PC e as coisas ficaram um pouco mais fáceis.

Sua primeira equipe no VALORANT (Divulgação/Team Vikings)

O apoio da família é algo extremamente importante, mas Isabele conta que no início deste novo ciclo não contou com o apoio dos pais, apenas dos amigos e de sua namorada, nat1.

Nesse começo não tive apoio da família, só dos meus amigos e minha namorada, nat1. Só consegui conquistar o apoio da minha família após um ano e meio de competitivo, quando o cenário começou a evoluir e consegui me mudar para São Paulo devido ao meu trabalho.

Isabele contou com um grande apoio também dentro do cenário do VALORANT. Natália “nat1” Menezes, sua namorada, esteve sempre lá para incentivar e apoiar a parceira. A atleta nos conta que a história das duas foi um acaso do destino.

A gente se conheceu há dez anos, jogando LoL. Namoramos durante uns 9 meses, mas não deu muito certo o relacionamento a distância e acabou que ficamos uns 8 anos sem nos falar. Nos encontramos no VALORANT por acaso, estávamos jogando uma ranked e caímos no mesmo time, reconhecemos a voz uma da outra e desde então estamos juntas.

Meu primeiro time no VALORANT foi com ela e meu primeiro titulo também. Nossos nicks, inclusive, foi pura coincidência, quando jogava cs já usava o nick de isa1 e ela de nat1 também.

Grandes equipes na bagagem

Após conquistar a oportunidade dentro da Vikings, a line-up original se manteve junta até o fim de janeiro, quando nat1 deixou a equipe. O time não conseguiu manter bons resultados ao longo da qualificatória do Protocolo Gêneses e acabaram deixando a organização em abril de 2021, cinco meses após entrarem.

No entanto, isa1 não ficou sem uma camisa para defender e ingressou na Liberty Esports. A jogadora chegou para completar o elenco que estava desfalcado e no embalo para disputar a seletiva da Girl Power.

Durante o ano, as jogadoras disputaram grandes campeonatos, sendo o mais importante deles o Game Changers Series Brasil 2, onde a equipe alcançou a terceira colocação. Além disso, conquistaram alguns títulos como do Girl Power #3 e GIRLGAMER Challenge Latin America e alguns vice-campeonatos como o do Spike Ladies.

A Liberty anunciou uma pausa no competitivo do VALORANT em janeiro de 2022, se despedindo assim de isa1 e suas companheiras. A atleta logo estava de casa nova, a Stars Horizon, tendo praticamente todo o elenco da antiga organização competindo junto. Durante sua passagem de seis meses pelo clube mineiro, a jogadora conquistou o Girl Pwr #4 e ficou em 4º lugar no Game Changers Series 1 Brasil 2022.

Meu ano pela Stars Horizon foi bom, nós ficamos em 4 no primeiro main event e conseguimos ganhar alguns campeonatos durante o semestre. Depois disso deixamos a organização pois eles iriam investir em outra modalidade, ai meu time se separou

Isabele montou um time com algumas jogadoras para disputar o qualificatório do Game Changers Series 2, onde conseguiram uma entre as oito vagas disponíveis. Após isso, a line-up entrou para a DELIRA, sendo o primeiro elenco feminino da organização, mas dispensou as jogadoras após o fim do evento principal.

DELIRA às vésperas do Game Changers (Divulgação/DELIRA)

Ainda, durante toda a temporada de 2022 a jogadora alcançou uma média de pontuação de combate (ACS) de 213.9, 1.13 de KD, 137,9 de ADR e 67% de KAST, sendo uma das melhores performances dentro do cenário.

Arte/VALORANT Zone

O embalo para 2023

Após o fim do Mundial Feminino, a grande maioria das organizações encerraram os contratos e liberaram as jogadoras para ir em busca de novas propostas. Isa1 afirma que está otimista com o que está por vir: “2023 tem tudo para ser um ano muito bom, muitos times novos vão entrar e vai ficar bem mais competitivo do que foi este último ano, todas as jogadoras evoluíram muito.

Além disso, a atleta está esperançosa com a possibilidade de mais vagas para o Brasil em um próximo evento internacional. “Espero que tenha muitos campeonatos e mais vagas pro Brasil no próximo mundial. Seria interessante mais campeonatos internacionais, igual foi no misto (alguns Masters seria legal).

Tendo o Chamber como um dos principais agentes em seu jogo, Isabele comentou sobre como deve ser o estilo de jogo nos próximos campeonatos após as atualizações feitas no campeão e a retirada de dois mapas da rotação.

O meta vai mudar bastante, já da pra ver o pessoal pickando outros sentinelas e não mais o Chamber. Talvez dois duelistas volte a ser meta em alguns mapas, não tem como afirmar, mas realmente vai mudar muito e estou ansiosa pra saber como que vai ser

A jogadora também deixou sua opinião sobre quais jogadoras ela acredita que estarão, junto dela, entre as dez melhores do ano: “Acredito que sem dúvidas todas as meninas da Team Liquid. Elas bateram em todos os times daqui no Brasil e foram para o Mundial. A Jelly da B4 jogou muito bem também e a Joojina da Gamelanders.”

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