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Especial

As melhores no Brasil em 2021 – Diana “mittens” Trevisan (8)

Após pausa no cenário competitivo de esport, jogadora retornou ao VALORANT em grande estilo na temporada

Diana era uma Deusa da mitologia romana que representava a força da figura feminina. Não é coincidência que a DC Comics tenha escolhido tal alcunha para uma das principais heroínas que conhecemos, a Mulher Maravilha. “Aquela que ilumina” é outro significado dado ao nome, o que realmente é verdade tendo em vista o tanto que Diana “mittens” Trevisan abrilhantou o cenário brasileiro nesta temporada.

Do município de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, mittens é uma jovem de 22 anos que teve o primeiro contato com o competitivo dos esportes eletrônicos em 2014 e passou por outros dois jogos até chegar ao VALORANT, no qual, hoje, se destaca vestindo a camisa da Liberty e termina 2021 ocupando a 8ª colocação na lista do VALORANT Zone das melhores jogadoras no Brasil.

INÍCIO DA RELAÇÃO

Quando pequena, mittens teve o primeiro contato com os jogos eletrônicos pelo Counter-Strike, que jogava com o pai e o irmão apenas por diversão. Somente em 2014 que a gaúcha começou a entender sobre o cenário competitivo, quando seguiu os passos do irmão rumo ao League of Legends. No ano seguinte, começou a competir.

“Em 2015 eu conheci o CS e me apaixonei pelo jogo e pelo estilo dele (FPS). Eu comecei a jogar e a fazer stream, completamente impulsionada pelo meu irmão. Ele sempre foi muito fã de games e tudo mais, mas eu não era. Foi aí que eu comecei a me tornar também. Isso foi algo que até nos aproximo como irmãos”, relata.

VISIBILIDADE E OPORTUNIDADE

Naquela época, Diana jogava e fazia stream ao mesmo tempo. Isso foi a porta de entrada para a jogadora ingressar no cenário competitivo de CS:GO, que na época não era muito grande. “A partir da stream, umas meninas me viram jogando e me chamaram para um time”, comenta. O primeiro time de Mittens foi o MK3, em 2016.

Na sequência, a jogadora foi chamada para atuar pela Brave, onde teve a oportunidade de disputar o primeiro campeonato presencial da carreira, a g3x Cup 2016 Female. Depois, a partir de 2017, mittens começou a jogar pela Team oNe, onde viveu momentos de glória até 2019. Em 2020, Diana encerrou a carreira no Counter-Strike.

Stéfanie Nueman/DRAFT5

MIGRANDO E SE ADAPTANDO

Não existe nenhuma dúvida sobre a paixão de mittens por competir. A jogadora se dedicou ao máximo até o último momento no CS:GO, modalidade na qual teve que lutar para conciliar o esport com os estudos. Em 2020, Diana resolveu se matricular na Universidade, porém, a pandemia manteve a jogadora mais tempo em casa e o interesse pelos jogos eletrônicos voltou a aparecer.

“A pandemia facilitou bastante. Quando eu saí do CS, eu ia voltar para faculdade, já tinha me matriculado e tudo mais, mas acabou tendo a pandemia e eu voltei a me interessar pelos games. Eu voltei a jogar League of Legends só para me divertir, nunca pensei em ser profissional”, conta.

Nessa época, a jogadora já conhecia o VALORANT, mas a princípio não se identificou muito com o FPS da Riot. “Eu já tinha ouvido falar do jogo, já tinha jogado três partidas e eu odiei na época. Ai eu resolvi voltar a jogar League of Legends mesmo”.

Se no início a influência para entrar no competitivo veio da família, dessa vez foi um amigo de mittens que começou a ter contato com mais um jogo. “Eu estava fazendo stream e veio um amigo meu no chat e ficou enchendo o meu saco para eu baixar o VALORANT. Eu não estava fazendo nada e resolvi baixar para ver como que era. Ai eu gostei muito do jogo”.

Por já ter uma certa familiaridade com jogos de FPS, mittens pegou muito rápido o jeito de jogar e a vontade de migrar para o competitivo do jogo apareceu. “Por ter vindo do alto nível do CS, eu peguei o jogo muito rápido. Em duas semanas fazendo live e jogando, eu peguei Imortal. Em um mês, um mês e meio eu peguei radiante. Foi algo que me fez pensar bastante em migrar para o competitivo do VALORANT”, relata.

Além disso, ter encontrado um novo time e, em seguida, uma organização para representar, foram cruciais para a escolha de Diana. “A gente montou o fake da Motoquinha Triciclo na época. A gente tinha um media kit, a gente apresentou para varias organizações. Era literalmente no começo do cenário competitivo de VALORANT. E aí a gente conseguiu uma organização para representar, que foi a Havan Liberty. Isso me fez ter certeza de que eu realmente queria migrar e continuar com esse sonho de ser jogadora profissional”.

ADAPTAÇÃO

A fase de adaptação a um novo jogo é fundamental para a sequência da carreira de um(a) jogador(a) profissional. Entretanto, quando os dois jogos (o anterior e o atual) são parecidos e a trajetória percorrida no passado é vitoriosa, essa adaptação se torna um pouco mais fácil.

Mittens veio do alto nível do cenário feminino de CS:GO e a experiência em outro FPS foi fundamental para ela se adaptar com mais facilidade ao VALORANT. “Eu peguei o jeito muito rápido do jogo, acredito que pela minha experiência no FPS”, conta. Entretanto, Diana precisou aprender algumas coisas que estava vendo pela primeira vez.

“Eu tive que me adaptar a muitas coisas. Quando eu comecei a jogar, eu jogava só de Reyna, que é um boneco completamente individual. Eu comecei a ter que aprender os agentes completos, como um todo, que existe uma composição e que existem funções. O que poderia acontecer com uma composição específica, o que eu poderia fazer contra uma composição específica”.

Além disso, mittens também teve que aprender alguns detalhes que não encontrara no Counter-Strike. “Eu tive que aprender skill, tive que aprender drone, como usar melhor as habilidades pra fazer uma entrada ou uma tática. Isso foi o mais difícil na minha adaptação“.

COMEÇANDO EM GRANDE ESTILO

Assim que mittens começou a jogar VALORANT e decidiu ingressar no cenário competitivo, a jogadora e a equipe na época foram contratadas pela Havan Liberty. Não poderia ser um início melhor do que representar uma das maiores e mais bem estruturadas organizações de esporte eletrônico no Brasil.

De lá para cá já são onze meses representando a Liberty, que passou por muitas mudanças desde então. As únicas remanescentes da primeira escalação são Mittens e a companheira Camila “sayuri” Obam.

SUPERAÇÃO

Todos sabem que Gamelanders Purple e B4 Angels foram as equipes mais vitoriosas do cenário feminino brasileiro em 2021. E foi justamente contra a B4 que mittens e Liberty tiveram o maior momento de superação da temporada. Na quarta seletiva do Protocolo Evolução, a equipe derrotou as Angels depois de muitas tentativas, tirando um peso das costas e consolidando a equipe como uma das principais do país.

“A B4 Angels era um time que a gente estava batendo de frente, mas sempre estávamos perdendo. Era um jogo muito pegado, mas a gente tinha um histórico de derrotas contra elas. A gente não aguentava mais perder e a gente teve esse jogo contra elas (no Protocolo: Evolução. Foi simplesmente surreal. A gente ganhou delas, nesse jogo, então meio que marcou a nossa virada contra elas”.

O momento vivido por mittens foi ainda mais especial por conta de que toda a equipe estava reunida no gaming office. “Nunca vou esquecer o momento que a gente teve lá no office que a gente tava. Acabando o jogo, a gente levantou da cadeira, se abraçou, gritou, pulou, chorou, todo mundo junto. Nunca vou esquecer disso. É um dos motivos que me fazem competir”.

Viviane Ramos/Liberty

TÍTULOS

Não é a toa que Diana aparece na lista das 10 melhores jogadoras no Brasil em 2021. A atleta ajudou a Liberty a conquistar três títulos, de nove finais disputadas. Porém, o primeiro grito de campeão só veio seis meses após mittens assinar o primeiro contrato no VALORANT.

A jogadora e Liberty, que já havia passado por uma reformulação nessa época, foram campeãs continentais ao vencer a GIRLGAMER Challenge Latin America após derrotar a Stars Horizon por 3 a 0 na grande final.

Além disso, a Liberty fechou a temporada com chave de ouro após a conquista do Girl Power #3. Na decisão, vitória sobre a B4. Além do título coletivo, mittens foi eleita pelo VALORANT Zone uma das melhores jogadoras da competição, por pouco não sendo a MVP.

Para mittens, por ter sido o último campeonato do ano, ele serve como motivação para a temporada de 2022. “Por ser o último do ano, a gente sentiu muita motivação pra entrar bem em 2022. Foi muito motivador e muito importante para nós como time. A gente conseguiu ter um feedback do nosso trabalho durante o ano todo. Foi meio um feedback de que talvez não estamos fazendo tudo da maneira correta, mas estamos treinando, estamos evoluindo e a gente vai conseguir melhorar muita coisa pro ano que vem”.

CampeonatoClassificação
Women’s Community Festival3º/4º Lugar
Women’s Community Festival MastersVice-campeã
Girl Power #24º Lugar
Protocolo Gêneses #23º/4º Lugar
Protocolo Gêneses #33º/4º Lugar
Rivals Women’s CupVice-campeã
Protocolo Gêneses #4Protocolo Gêneses #3
Game Changers Series Brasil #14º Lugar
GIRLGAMER Challenge Latin AmericaCampeã
PowerUp ShowdownCampeã
Spike LadiesVice-campeã
Protocolo Evolução #13º/4º Lugar
Girls On FireVice-campeã
Protocolo Evolução #23º/4º Lugar
SBT All Stars VALORANT3º/4º Lugar
Protocolo Evolução #33º/4º Lugar
Protocolo Evolução #4Vice-campeã
2ª etapa Copa Rakin 2021Vice-campeã
Game Changers Series Brasil #23º Lugar
Girl Power #3Campeã

A 8ª MELHOR NO BRASIL EM NÚMEROS

Ao longo da temporada de 2021, mittens e a Liberty participaram de 24 campeonatos. Destes, 22 contaram com listas de melhores jogadoras by VALORANT Zone. mittens apareceu em seis delas, somando 103,8 VZone Points. Na 2ª etapa da Copa Rakin 2021 e no Girl Power #3 a jogadora ficou bem próxima de ser eleita MVP.

mittens em 2021

  • Women’s Community Festival – EVP
  • Protocolo Geneses #1 – EVP
  • Protocolo Evolução #3 – EVP
  • Copa Rakin – EVP
  • Game Changers Series Brasil #2 – EVP
  • Girl Power #3 – EVP

Mittens finalizou a temporada com 1.15 de KD (média de mortes e abates) e 143.6 de ADR (média de dano causado por round). Além disso, a atleta teve uma espetacular marca de 214.3 de ACS (pontuação média de combate).

Os agentes mais utilizados pela jogadora foram Astra, Viper e Raze. Porém, mittens ressalta que pode fazer qualquer função: “Eu sou muito flex também, eu jogo com qualquer boneco. Inclusive, eu gosto muito de jogar com bonecos diferentes. Eu sou uma pessoa que se começar a estudar e a jogar com algum boneco, eu vou me apaixonar por ele”.

Reprodução: Vzone

PRÓXIMO ANO

A próxima temporada está quase começando e a grande novidade para o cenário feminino em 2022 é o mundial da Game Changers, anunciado pela Riot nesse mês. E é exatamente isso que motiva ainda mais Mittens para o próximo ano.

“Não vou falar que vou ser mais focada e mais dedicada, porque eu sempre fui muito focada e dedicada. Mas, acredito que vou ser uma Mittens muito mais evoluída, muito mais estudada, muito mais determinada. Com o mundial agora então, a minha meta é estar nesse mundial, é ganhar esse mundial. Eu acredito que ainda tenho muitos pontos na minha gameplay pra evoluir e vou buscar evoluir isso e acrescentar muito mais ao meu time”, afirmou.

Além disso, Mittens destacou três jogadoras que possuem potencial para se destacarem no próximo ano: Paula “bstrdd” Naguil, Melissa “meL” Millena e Letícia “let” Dias.

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