Um dos problemas que marcaram a fase beta de VALORANT, os ataques as mulheres que estão jogando o FPS da Riot Games voltaram a ser discutidos na primeira semana pós-lançamento do jogo após novos relatos serem feitos nas redes sociais.
Bastante conhecida no mundo do League o Legends, a comentarista Letícia Motta foi a primeira a falar sobre os ataques. A profissional relatou na quarta-feira (3) que, enquanto jogava o modo Disputa da Spike, um companheiro de equipe começou xingá-la e, quando soube que se tratava de uma mulher jogando, a mandou “voltar para a cozinha“.
O cara não falou uma única vez não, tá? Ele ficou enchendo o meu saco o resto do round, eu xinguei de volta porque me recuso a ficar quieta e perdi intencionalmente porque ele disse “fica afk mesmo tu é indiferente no game”
— Letícia Motta (@leticiaxmotta) June 3, 2020
Ataques estes que, de acordo com a comentarista, transcederam o jogo. Isso porque, supostamente, o jogador que a xingou e amigos fizeram uma série de comentários maldosos utilizando a ferramenta de doação para que não só Letícia, mas também todos os espectadores pudessem ler até que os alertas fossem desativados.
Nos dias posteriores ao relato de Letícia, foi vez da streamer Larissa Basgal revelar que também sofreu ataques. No Twitter, a profissional mostrou pelo o que passou postando os clipes e ainda afirmou que “além dos comentários e ações no jogo, foram na minha live falar merda no chat“.
E aqui sou eu carregando. A e girl brilhou pic.twitter.com/Vzkn28PODs
— Larissa Basgal (@laribasg) June 5, 2020
Rayna Bainy foi outra streamer que relatou ter sofrido ataques durante partidas de VALORANT jogadas após o lançamento. No Twitter, a profissionou postou clipes que a mostram sendo chamada de “cadela” por companheiros de equipe.
A streamer explicou que a situação aconteceu quando “joguei em squad aleatório“. “Passei a partida toda quieta. Não soube abrir a boca para falar nada e os caras só riam ou falavam mais merda junto. Mutei e reporter, mas fiquei super sem graça na live e me sentindo um lixo total“, completou.
Passei a partida toda quieta, não soube abrir a boca pra falar nada e os cara do squad só riam ou falavam mais merda junto. Mutei (isso dps de uns 3 round pq n sabia como mutava ate então) e reportei o cara, mas fiquei super sem graça na live e me sentindo um lixo total
— Rayana Bainy (@RayanaBainy) June 6, 2020
Quem também relatou ataques foi a streamer Tay Yukimi. Segundo ela, quando um companheiro de equipe descobriu que ela era uma mulher, o mesmo disse que não ia jogar sério. Além disso, ele proferiu xingamentos durante toda a partida.
“O garoto em cada palavra, cada risada, eu senti o gosto do que ele estava fazendo. Rindo com os amigos e se sentindo superior foi tão nogente para mim que me senti violada de certa forma. Na hora que ele falou sobre as parte genitais, pior ainda. Espero que, quando minha filha jogar, ela não tenha que passar por isso. Espero que a nova geração não deixe isso acontecer mais. Tomem consciência de suas ações e, principalmente, não deixem um amigo ser babaca com uma garota“, escreveu.
Postei cortado o vídeo, mas ta aqui um pouco do que passei na partida pic.twitter.com/2b4K9D1Lcd
— ? yukimi ? (@tayhuhu_) June 8, 2020
falou sobre as partes genitais pior ainda… Eu espero que quando minha filha jogar ela não tenha que passar por isso, eu espero que a nova geração não deixe isso acontecer mais.
— ? yukimi ? (@tayhuhu_) June 8, 2020
Tomem consciência de suas ações, e principalmente, não deixem um amigo ser babaca com uma garota,
O QUE DIZ A RIOT
Assim como na época dos relatos feitos durante o beta, o VALORANT Zone entrou em contato com a Riot Games solicitando um posicionamento sobre os ataques sofridos pelas jogadoras durante as partidas.
Desta vez a desenvolvedora respondeu dizendo que, “antes do lançamento do jogo publicamos ações que seriam tomadas a partir do dia 2 de junho – e já estão em vigor. Nessas ações, temos também um código de conduta e ferramentas de detecção automática de palavras-chave e análise automática de chat“.
A Riot também enviou à reportagem um posicionamento da produtora de VALORANT, Anna Donlon: “Em qualquer jogo competitivo, esperamos que os espíritos fiquem aflorados e as coisas, tensas – não vamos proibir algúem apenas porque se apaixonam por ganhar ou perder. Mas também sei que algumas experiências podem ir além do entusiasmos; às vezes eles se estendem ao assédio. É com isso que eu não estou bem“.
“A realidade é que, para os assediados, pode ser um desafio jogar um jogo de forma competitiva por que você precisa, primeiro, se proteger do assédio ‘convidativo’ e, assim, silenciar alguém porque ele está gritando insultos no microfone ou você se silenciar para manter a paz. Sabemos que esse é um problema difícil de resolver e levará tempo, mas eu me sentiria irresponsável aceitando isso como o status quo. É por isso que priorizamos o desenvolvimento de comunicações que não sejam de voz. Me responsabilizo por liderar um jogo em que qualquer um pode competir com segurança em todo seu potencial, sem medo de ser intimidado“, completou a executiva.
A desenvolvedora finalizou afirmando que, “sempre que alguém sofrer ou for testemunha de comportamentos inadequados dentro do jogo, a recomendação da Riot Games é que o caso seja reportado por meio do sistema interno de denúncias do VALORANT.