O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ é celebrado em 28 de junho no mundo todo. Desde 1969, pessoas do mundo inteiro comemoram essa data e, reforçam, que a comunidade LGBTQIAPN+ não existe só em junho, uma maneira de conscientizar a população sobre os direitos de todas as pessoas. No Brasil, existe o Dia Nacional do Orgulho Gay, que é celebrado dia 25 de março.
Nesta data tão importante, o VALORANT Zone conversou com Julia “Jelly” Iris e Isaac “m4nd” Barreto, dupla da LOUD, e atletas que representam a comunidade LGBTQIAPN+ dentro do FPS da Riot. Com histórias distintas, elas se encontraram em um espaço que acolheu muitas jogadoras e jogadores.
Orgulho: O início
A história começa bem antes de 1969, mas é nesse ano, no dia 28 de junho que se iniciou uma série de manifestações que mudaram o rumo de uma comunidade que foi marginalizada por décadas. Nos Estados Unidos, na época, relações entre pessoas do mesmo sexo era consideradas ilegais, mas clubes, bares e boatos eram alguns dos lugares que serviam como ponto de encontro da comunidade LGBT. Durante uma inspeção agressiva da polícia de Nova York no bar Stonewall Inn, espaço frequentado por gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, as pessoas se revoltaram com a ação. A rebelião durou horas e foi o início de várias manifestações que aconteceram nos dias seguintes.
De lá pra cá inúmeras manifestações foram realizadas, palestras, ações por parte da comunidade LGBTQIAPN+ para acabar com o preconceito. O movimento também luta pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e pela liberdade de pais homossexuais adotarem crianças.
Representação e inspiração
Desde o início da história dos jogos digitais a comunidade LGBTQIAPN+ se fez presente. Atualmente, vivemos em um cenário que há representatividade e inclusão em alguns jogos. No VALORANT, FPS da Riot Games lançado em 2020, os fãs e jogadores vieram de vários outros títulos, CS:GO, Crossfire, Fortnite, PUBG e muitos outros. A Riot, que desenvolveu o League of Legends e há anos promove histórias com campeões homossexuais, também mostra apoio para a comunidade, trouxe essa luta para o VALORANT.
O FPS que nasceu no berço dos esports, não demorou para ter campeonatos inclusivos. E em pouco tempo, a Riot viu o sucesso do Game Changers para não apenas abraçar a cena feminina, mas a comunidade LGBTQIAPN+ que foi esquecida e marginalizada em outros jogos.
O primeiro ano oficial do jogo, que foi em 2021, o Game Changers mudou a vida de várias jogadoras e jogadores. Em pouco tempo, o cenário foi formado por pessoas que lutaram e lutam diariamente, mas que nunca deixaram os objetivos de lado. E após essas batalhas diárias, o esforço foi reconhecido.
Jelly e m4nd, que atualmente defendem a LOUD, são apenas dois exemplos de várias inspirações que o cenário inclusivo conta. Mas antes mesmo de começarem essa jornada no VALORANT, algumas dúvidas surgiram, como foi revelado por Jelly, atleta considerada uma revelação no cenário inclusivo.
“No início foi uma decisão que eu me questionava muito, “será que vou ser aceita?”, “ será que vou ter alguma chance?”, e, hoje em dia, sei que não deveria ter nenhum desses medos na minha cabeça, pois a diversidade do nosso cenário é muito grande, a maior que já tivemos. Quero que isso continue a crescer, para que ninguém tenha medo de ser você mesma e se mostrar para o mundo.”
Já m4nd, tinha consciência da sua importância e da sua vivência para o cenário. De streamer para jogador da LOUD, m4nd encontrou uma paixão e conforto na competição, principalmente pelas pessoas que apoiaram essa jornada.
“Eu era apenas um criador de conteúdo/streamer, mas sempre estive explícito como uma pessoa não-binária, defendendo e lutando pelos direitos das pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Em determinado momento, completei um campeonato para o time da ODDIK, e acabei me apaixonando não só pela competição, mas também pelas mensagens de apoio e de agradecimento, mostrando como era importante ter pessoas no cenário que inspirem as próximas.”
Depois da experiência inicial e das lutas diárias fora dos servidores, ambas se tornaram um símbolo para a cena nacional, principalmente com uma legião de fãs que apoia fielmente e incansavelmente todos os dias.
Mesmo com pouca idade, Jelly e m4nd são inspirações para fãs que um dia sonham em ocupar o lugar mais alto do pódio em uma competição. Talvez inspirações que, quando começaram, não existiam ainda.
“Hoje, sei que minha função é inspirar, trazer esse exemplo e esse acolhimento para as pessoas da comunidade, que querem não só viver do sonho, mas também, serem aceitas pelo que são. Fico muito feliz de saber que, diariamente, influencio e oriento pessoas em busca de um cenário mais inclusivo“, explicou m4nd.
“É uma sensação incrível saber que consigo inspirar pessoas a serem elas mesmas, felizes com quem elas são, e sem medo de se mostrarem. Quero poder ser, para muitas pessoas, a inspiração que eu precisava quando comecei a jogar”, finalizou Jelly.
Uma conquista do cenário inclusivo nacional é a grande representatividade de pessoas LGBTQIAPN+ presentes entre profissionais e streamers. Além da dupla da LOUD, Isabele “isa1” Glym, Natália “nat1” Meneses, Natália “daiki” Vilela, Isabeli “isaa” Esser, Brenner “erin” Cruz, Nicolas “srn” Niederauer, Lucas “Shuren” Silva e mais que representam e defendem suas bandeiras, prezando pelo respeito e diversidade.
Inclusão e papel da Riot
Com uma comunidade LGBTQIAPN+ forte e presente, a Riot sabia do dever que carregava como uma grande empresa por trás de um grande jogo. Todos os anos, no mês de junho, a desenvolvedora adiciona cards com as bandeiras da comunidade e de suas siglas para serem resgatadas gratuitamente pelos usuários.
Em outras ocasiões, a empresa promoveu o Desafio Pride, competição exclusiva para LGBTQIAPN+ e, desde 2021, a Gamers Club, parceira oficial da Riot Games, e plataforma líder, realiza a Pride Cup, que tem como objetivo abraçar a comunidade e oferecer visibilidade dentro de um ambiente seguro nos esportes eletrônicos. Além disso, o cenário conta com o Projeto Fierce, organização que incentiva coletivos de diversidade e inclusão dentro dos jogos eletrônicos.
Um esforço mútuo da Riot e, principalmente, por grande parte da comunidade tornou o cenário inclusivo e seguro para todes aqueles que um dia desejam jogar profissionalmente o VALORANT. Hoje, com vários exemplos que vão de atletas, coach e casters, podemos alçar voos maiores.
Além de comemorar o Dia do Orgulho, hoje é dia de ter orgulho de todas as conquistas. Não devemos jamais esquecer as lutas e batalhas diárias, mas também devemos comemorar as vitórias daqueles que lutam pela igualdade e que ocupam seus devidos espaços.
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