A nova Ministra do Esporte do governo do Presidente Lula, Ana Moser, afirmou que pasta não pretende investir nos esportes eletrônicos. Em entrevista ao UOL, a ex-jogadora de vôlei apontou que o universo dos esports se encaixam na indústria de entretenimento e não na dos esportes tradicionais.
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Para estruturar sua argumentação, Ana Moser aponta que o simples fato dos pro players treinarem não seria o suficiente para classificar os esports como algo esportivo. Ela ainda faz um comparativo com a cantora Ivete Sangalo para reforçar seu ponto.
“A meu ver o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então você se diverte jogando videogame, você se divertiu. O atleta de esports treina, mas a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta, ela é uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível, ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, diferente do esporte”, afirma.
Ana foi incisiva em sua declaração e deixou claro que não só não haveria investimento do Ministério do Esporte no cenário, como houve um esforço por sua parte de que os textos de lei protegessem o que ela chamou de esporte raíz, onde não se encaixaria o cenário dos jogos eletrônicos com cenário competitivo.
“A gente lutou ano passado, eu na minha vida pregressa, a frente da Atletas pelo Brasil fizemos uma ação muito forte junto ao legislativo par ao texto da lei geral não ser aberto o suficiente para ter o encaixe dos esportes eletrônicos. O texto está lá protegendo o esporte raiz. A definição de esporte tinha sido dado uma abertura que poderia incluir esporte eletrônico, e a gente fechou essa definição para não correr esse risco”, contou.
O comentário da ex-jogadora de vôlei diz respeito ao Plano Nacional do Esporte (PNE) que foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2022, mas ainda tramita no Senado. A ação que Ana Moser diz ter feito parte impactou na alteração do texto que descrevia o que era classificado como esporte.
O PNE foi enviado com um texto que define a pratica esportiva como “forma de atividade predominantemente física que, de modo informal ou organizado, tenha por objetivo atividades recreativas, a promoção da saúde, o alto rendimento esportivo ou o entretenimento”. Dessa forma, por não ser predominantemente física, os esportes eletrônicos ficam de fora.
Mas, na prática, o que isso impacta? Sem se encaixar no que o PNE define como esporte, os jogadores profissionais de esportes eletrônicos ficariam impossibilitados de se inscrever em qualquer programa de auxílio esportivo do Governo Federal, tais como a Bolsa Atleta.
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