Com a palavra inclusão estampada em seu DNA, é comum no competitivo do VALORANT encontrar histórias de representatividade e diversidade em locais de protagonismo. Porém, uma discussão sobre a falta de inclusão de homens trans no cenário foi levantada por Theodor Lupin e gerou debate na comunidade.
- s1mple se aventura no VALORANT em duelo contra cNed
- Saadhak ensina truque no VALORANT para Coringa
- Riot cria arte em homenagem ao Nuuh
O regulamento do circuito, principal do cenário inclusivo, é citado no primeiro artigo, que aborda as regras de elegibilidade dos participantes, o seguinte parágrafo: “cada atleta deve se identificar como Mulher cis, Mulher trans ou Não Binário“, não contendo nada sobre participação de homens trans.
Isso levou Theodor a levantar um questionamento: “A gente tem o cenário inclusivo para incluir aqueles que já são excluídos diariamente e a gente tem os homens trans que atualmente não são incluídos nem em um lado, nem no outro. E isso é um pouco irônico“, disse em entrevista ao VALORANT Zone.
Homens trans deveriam participar do cenário inclusivo!#esports #transmasculine #transboy #valorant #leagueoflegends #wildrift pic.twitter.com/NGTwWM2tvM
— Red ?️⚧️♿️ (@theredmake) December 19, 2022
Importância da inclusão
Theodor atualmente é gerente do Babi Challenge, campeonato amador idealizado pela caster Babi Micheletto, visando dar visibilidade a times novos no cenário e gerar oportunidades a novos casters. Além disso trabalha como Staff na RedCat, produtora audiovisual do meio dos esports.
A existência de um cenário inclusivo nos esports é importante para que pessoas LGBTQIA+ e mulheres, que muitas vezes são alvos de discriminação e assédio dentro de jogos online, se sintam bem-vindas e capazes de competir de forma justa.
Sabendo disso, Theo explica um dos motivos da importância da inserção de homens trans no cenário: “Até os meus 20 anos eu fui lido e tratado como uma mulher cis. Eu já passei por situações onde fui xingado em jogos, gritaram comigo, me mandaram lavar a louça e coisas piores. Todas as questões que levam uma mulher cis a terem um cenário que elas são incluídas, podem ser aplicadas no meu caso também.“
Como o tema não é abertamente debatido e não se tem alguém com grande influência dando voz a essa pauta, a comunidade dos games, em geral, não está habituada a essas discussões. Com isso em mente, Theodor entende que, se colocando em um local onde pode explicar para as pessoas o que é o homem trans e por que ele deve ser incluído, as pessoas vão enxergar a importância de existir um espaço para tal.
“Eu acredito que todo esse debate deve ser pautado inicialmente na explicação, ensinando. Eu me coloco nesse lugar de educador porque eu acredito ser necessário. Meu foco é abrir portas e prevenir, para que outras pessoas trans não sofram preconceito“, explicou.
O autor da publicação ainda ressalta um dos motivos, na sua opinião, de não existir esta oportunidade: “Eu percebo que a falta de um espaço para pessoas como eu no cenário inclusivo é porque essa pauta nunca foi realmente levantada. E a partir do momento que tem alguém falando sobre o assunto, aparece a necessidade da inclusão. É como diz aquele ditado “quem não é visto não é lembrado.”
“Pessoas trans no geral são marginalizadas e os homens trans dentro da categoria ‘trans’ são invisibilizados, então a galera esquece que a gente existe“, diz Theodore, que complementa: “Quando mostramos que existimos e que estamos aqui, a galera começa a pensar no assunto.“
Posicionamento da Riot
O VALORANT Zone entrou em contato com a Riot Games Brasil em busca de obter um posicionamento em relação à pauta, mas por conta do período festivo não obteve respostas. Sendo assim, atualizaremos a matéria caso a desenvolvedora retorne o contato.
Quer ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do VALORANT? Então, siga o VALORANT Zone nas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.