Para quem acredita que o alto nível só pode ser alcançado com muita experiência, Antônia “antG” Gacia está aqui para provar o contrário. A jovem, de apenas 20 anos, que começou no competitivo em 2021 no VALORANT e incomoda as adversárias dentro do servidor com sua mira e noção de jogo invejável.
Permanecendo na lista pelo segundo ano consecutivo, Antônia mostrou durante o ano uma grande resiliência, sabendo onde focar para manter o nível de seu time elevado e batendo de frente com as melhores do cenário. Não é atoa que antG foi indicada ao premio de Melhor Atleta Feminina de VALORANT de 2022. E como não seria diferente, a player também aparece na lista do VALORANT Zone ocupando o 6º lugar entre as Melhores do Ano.
A 6ª melhor do Brasil em 2022
A temporada competitiva de 2022 foi intensa e cheia de novos desafios para a jovem de 20 anos. antG se mantém no topo e conquista sua vaga nas melhores atletas de 2022 pela segunda vez, sendo sempre uma peça chave nas conquistas junto de sua equipe.
Quando olhado os números, antG se mostra uma jogadora constante e habilidosa. Tendo como os agentes mais usados a Reyna, Skye e Sage, a jogadora conquistou um ACS de 217.3, KD de 1.08, ADR de 136.6 e KAST de 75%.
Relação com os games e apoio da família
Antônia cresceu, diferente de muitas outras personalidades do cenário, rodeada de jogos e incentivada por seu pai, que por muitas vezes se tornava seu parceiro nos games. A jogadora cita que desde pequena já tinha olhos para jogos FPS.
“Bom eu sempre gostei de FPS, porque meu pai sempre gostou também. Desde mais nova eu jogava Half-Life, Point Blank e sempre foi uma paixão, mas o VALORANT surgiu do nada pra mim e hoje é tudo.“
No entanto, apesar da imersão nos jogos de tiro, antes do VALORANT, antG não teve nenhuma experiência competitiva. Ela conta que após demonstrar o interesse pelo cenário profissional, seus pais foram super compreensivos e apoio nunca esteve em falta.
“Não joguei competitivamente nenhum jogo antes, e como minha primeira experiência meus pais sempre compreenderam e apoiaram, sinto que é um privilégio e acredito que esse seja um dos motivos que me ajudou muito a continuar. Infelizmente sei que é um cenário comum muitas meninas não terem o apoio dos pais.“
A atleta explicou que o VALORANT caiu de paraquedas em sua vida e que no início não havia entendido muito bem como funcionava: “Conheci o jogo em uma brincadeira. Tinha entrado apenas para me divertir e no começo ainda não tinha entendido muito do jogo, depois comecei a gostar e acabou que hoje estou aqui.“
Mas nem tudo são flores e o fato de ser mulher no meio de um cenário predominantemente masculino trouxe obstáculos para a jogadora, que relatou ter que se impor para evitar situações inoportunas. “Já sofri vários xingamentos simplesmente por ser mulher, mas acho que me impondo eu consigo evitar que isso aconteça com as próximas. Mesmo com essa postura é possível perceber que existem muitas pessoas desagradáveis na comunidade, mas acho que aos poucos vamos evoluir e mostrar que somos mulheres capazes.“
2021 e o início de um sonho
No início de 2021 surgiu uma oportunidade gigante para antG conseguir realizar o seu sonho de defender a camisa de uma grande organização no competitivo de VALORANT. A jogadora se juntou com algumas outras atletas em um time chamado Dream Team para disputar o VK Girls Championship, onde a equipe campeã ganharia a chance de representar a Vivo Keyd. Apesar da pouca experiência, Antônia conseguiu se provar e conquistou a tão sonhada vaga.
No entanto, mesmo possuindo um grande potencial, o ano de 2021 manteve a Vivo Keyd Athenas no quase em diversas oportunidades, conquistando a terceira colocação em diversos campeonatos como Girl Power #3, GIRLGAMER Challenge e no SBT All Stars.
O elenco se desfez em novembro do mesmo ano após o término da segunda edição do Game Changers Series Brasil, na qual acabaram sendo eliminadas ainda nas rodadas iniciais e antG se despediu da organização após oito meses.
Temporada focada na evolução
O ano de 2022 para o competitivo do VALORANT foi sem dúvidas muito intenso e tumultuado para as jogadoras. Foram meses de muito treino e muita dedicação para conquistar a tão sonhada vaga para o Game Changers Championship, e para antG não foi diferente.
A jogadora ingressou na Gamelanders Purple no início do ano junto de suas companheiras Beatriz “biazik” Begnossi, Giulia “lissa” Lissa, Isabeli “isaa” Esser e Letícia “Joojina” Paiva, onde começaram com o pé direito e conquistaram o título do Spike Ladies 2 em cima da B4 Esports. Após isso, garantiram o terceiro lugar no Protocolo Gêneses, saíram com o bicampeonato do Spike Ladies em cima do MIBR e também conquistaram o título do Girl Power #5 em cima da B4.
Na primeira edição do Game Changers, a Gamelanders conseguiu a classificação, sendo de muita importância para antG e suas companheiras, visto ser o primeiro torneio feminino presencial de VALORANT. A equipe mostrou para o que veio e fez uma grande participação dentro do campeonato. Conquistando a segunda colocação, sendo derrotadas pela Team Liquid, que chegou invicta e dominando tudo.
Apesar disso, essa não seria a última partida decisiva em que a GL enfrentaria a Team Liquid. Durante a primeira e segunda qualificatórias do Game Changers S2 a equipe chegou as finais sempre contra a TL, sempre ficando a um passo de conquistar a vitória. Ao longo das disputas foi notório a evolução e o amadurecimento do elenco, que tinha Antônia como IGL.
A segunda edição do Game Changers não ocorreu como esperado e a equipe não conseguiu mostrar com resultados a longa jornada que tiveram durante o ano, eliminadas pelo MIBR na lower e ficando com o quinto lugar na competição, perdendo a possibilidade de conquistar a tão sonhada vaga para o Mundial.
“Acredito que sou bem mãe pras meninas e sempre cobrei muito e acho que evoluímos graças a isso. Passamos o ano trabalhando e nos dedicando demais, disputamos e ganhamos a maioria dos campeonatos. Mesmo que talvez não sigamos caminhos iguais, a Gamelanders vai ficar pra sempre marcada na minha caminhada até aqui.”
O que esperar da temporada de 2023
O cenário feminino de VALORANT em 2023 promete vir com grandes mudanças entre os times, com novas organizações ingressando e novos elencos se formando. Com a grande quantidade de atletas em busca de um time, as possibilidades são inúmeras e é até mesmo difícil saber o que esperar no competitivo. antG segue com sua vontade de vencer e de representar o Brasil para o mundo mais forte do que nunca.
“Acredito que o ano que vem vai ser insano. Prometo que vou dar 200% de mim e vou representar o Brasil lá fora. Também quero seguir sendo destaque na minha função e continuar feliz com o que tô fazendo.“
Antônia também se mostrou feliz com a volta da Split para a rotação de mapas e comentou sobre um possível novo meta: “Acredito que com a ”morte” do Chamber o meta vai mudar bastante novamente. Também tô feliz que a Split entrou novamente hehe.“
Quanto as jogadoras que antG acredita que se destacaram durante o ano, a atleta citou a companheira de time Letícia “Joojina” Paiva. Além dela também foram levantados os nomes de Bruna “bizinha” Márvila e Julia “Jelly” Iris.
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