Especial

As melhores no Brasil em 2022 – Letícia “let” Dias (8)

Mesmo com as dificuldades, Letícia afirma querer estar no topo

Mulher, apaixonada em gatos, gamer e cheia de sonhos. Natural da capital de São Paulo, Letícia “let” Dias, como é conhecida no Brasil, não imaginava o que viria no futuro. Hoje com 23 anos, Letícia é vice-campeã do Game Changers Brazil e teve uma história deslumbrante no ano de 2022. 

Com um destaque muito rápido no cenário de VALORANT, a jogadora que hoje faz o papel de duelista é segura sobre a profissão e sobre o que escolheu. A pessoa que mais apoiou sua carreira foi o irmão, Paulo, que é como um melhor amigo, torce e grita pelo sucesso da irmã até o último segundo. Com esse apoio não só do irmão, mas da família, hoje ela é uma grande estrela de VALORANT. Ela ocupa 8ª colocação na lista do VALORANT Zone das melhores jogadoras do cenário competitivo desta temporada.

Vida rodeada de games 

O primeiro contato com jogos veio desde criança com o irmão. Mário e outros jogos de videogame foram comuns durante a infância, mas foi na loja dos pais, com 12 anos, em um computador de trabalho, que Letícia passou horas e dias jogando e se apaixonou pelo universo eletrônico. 

Por ser a única filha mulher e super amiga de Paulo, começou a frequentar as antigas lan houses para assistir o irmão jogar Counter Strike 1.6. Acostumada em estar em ambientes masculinos desde pequena, não teve muitos contatos com amizades femininas, o que mudou mais tarde com a sua migração para o cenário profissional do FPS da Riot.

Letícia sempre foi muito sorridente, apesar de afirmar ser mais fechada atualmente, ela adorava jogar com os amigos, principalmente League of Legends, onde surgiram amizades virtuais. Nesse momento os amigos a convenceram a jogar Counter Strike 1.6 e ela deixou de ser telespectadora para jogadora, principalmente pelas amizades profissionais no cenário. 

“Foi aí que entrei no FPS e vi que dava para viver com isso, porque fiz muitos amigos que jogavam profissionalmente e era uma coisa que eu gostava muito de fazer. Eu passava o dia inteiro jogando e embora meu sonho e plano A era ser médica veterinária foi um plano B. O meu sonho foi realmente viver disso porque eu via todos os meus amigos competindo vivendo profissionalmente”, contou Letícia.

Dayane Cruz/Riot Games

Oportunidade perfeita

Em 2019 ela se profissionalizou no cenário competitivo de Counter Strike: Global Offensive e conquistou o segundo lugar em sua primeira liga feminina. Mesmo com a paixão pelo jogo, Letícia não teve a melhor carreira no CS:GO. Ela decidiu dar um tempo do mundo gamer e focou em cursar medicina veterinária. 

O ano de 2020 trouxe várias surpresas, principalmente com a chegada de VALORANT. Letícia afirma que se interessou pelo jogo por saber a inclusão e a preocupação da Riot com a comunidade e o cenário competitivo. Além disso, ela decidiu trancar os estudos para retornar a carreira como jogadora.

“Achei muito legal e todo mundo falava como era bom o cenário e como a Riot se importa muito com a inclusão. Pensei que poderia ser bom. Passei um ano jogando brincando, porque estava fazendo faculdade e não tinha tanto tempo. E aí foi quando estourou a pandemia também e decidi que iria trancar a faculdade e me dedicar ao VALORANT”, comentou Let.

Com a determinação de voltar a competir, Let ingressou no time feminino Motoquinha Tricicolo em 2020, com as jogadoras Beatriz “bia” Terra, Camila “sayuri” Obam, Diana “mittens” Trevisan e Victoriah “blu” Ceniz. A oportunidade de jogar em uma grande organização surgiu meses depois, após uma proposta da Liberty para contratação da line-up no início de 2021. Pela Liberty, Let conquistou duas competições, o GIRLGAMER Challenge Latin America e o PowerUp Showdown.

Divulgação / Havan Liberty

Um passo a frente

Após se reencontrar e reafirmar os sonhos do passado, ela ansiava por mais. E, no começo de 2022 chegou para defender o time da B4 Angels. Durante sua passagem pela organização, Letícia teve a chance de jogar pela primeira vez nos estúdios da Riot Games. Foram onze meses representando o time das Angels com o time let conquistou o bicampeonato do Girls On Fire e chegou perto de garantir a vaga no Game Changers Championship, ficando a apenas um mapa da classificação.

Durante o Game Changers Brazil – 2ª Etapa o time da duelista perdeu na semifinal e foi direto para a lower. Com a derrota em somente um mapa, elas se recuperaram e foram à final contra a Team Liquid. Em um jogo super acirrado e com direito aos 5 mapas, a série entre Liquid e B4 foi extremamente disputada. A equipe liderada por Taynah “tayhuhu” Yukimi abriu 2 a 0 com vitórias sólidas nos mapas Icebox e Bind, porém a cavalaria não se deixou abalar, levou a melhor e fechou o confronto em 3 a 2, levantando o troféu da competição. Segundo Letícia, apesar da derrota, o confronto foi a maior experiência desde o início de sua carreira, “um mixer de sentimentos”.

“O final contra a Liquid foi um dia que teve muitos altos e baixos. A gente perdeu, mas o sentimento de que a gente quase conseguiu é o que mais dói óbvio, mas tenho uma lembrança muito clara da gente na salinha depois do jogo. Estávamos todo mundo se abraçando, chorando muito e era um mixer de felicidade com tristeza. Enquanto a gente estava triste por perder, eu ainda me sentia, grata. Ter vivido aquilo e estar ali com aquelas pessoas e com aquele time”.

Dayane Cruz/Riot Games

Desempenho brilhante

Ao longo da temporada de 2022, let participou de 14 campeonatos e se fez presente em seis como uma das melhores jogadoras by VALORANT Zone.

Let finalizou a temporada com 0.94 de KD (média de mortes e abates) e 140.9 de ADR (média de dano causado por round). Além disso, a atleta teve a marca de 220.9 de ACS (pontuação média de combate). O temperamento forte, faz as características de Letícia irem além do jogo. Os agentes mais utilizados pela jogadora foram Jett, Raze e Sage.

Arte/VALORANT Zone

“Quero ser a melhor”

No fim deste ano a jogadora deixou a B4 Angels e está aberta para novas oportunidades. Ela afirma querer continuar inserida no cenário e foi direta em relação às expectativas para 2023. “Espero que continue ascendendo porque em 2021 meu time foi top 3 no ano. Esse ano foi top 2 e no próximo ano busco o top 1 com um time forte que tenho certeza que dará tudo certo”. Além disso, a bravura e motivação dela a faz mais competitiva para a nova temporada. “Se a gente perdeu aquela final, vou querer voltar 300 vezes mais forte para na próxima vez.

A nova mulher de 2023 também espera ter um psicológico mais firme, afinal ela tem grandes sonhos e desafios pela frente. “Cogito mudar meu psicológico para não me deixar abalar com algumas coisas e principalmente me dedicar mais”, conclui Letícia. A 8ª colocada do ranking de melhores jogadoras afirmou que algumas organizações entraram em contato, mas afirma não ter um plano definido e deixou um recado para os leitores do VALORANT Zone.

“Passei por muitas dificuldades para chegar onde estou e eu não tô nem perto de onde quero chegar, mas nunca desisti. Foram anos tentando, passei 3 anos até conseguir. Acredito que tudo tem o seu tempo e não desista se aquilo é o que você quer”.

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