Enquanto regiões como América do Norte e Europa caminham em passos largos rumo a um cenário competitivo próspero com torneios VALORANT Ignition Series, o Brasil ainda conta com torneios de menor escalão, mas que já foram responsáveis por apresentar grandes times como a Gamelanders, Team oNe e Terror.net.
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Durante o Spike Plant, programa especial do VALORANT Zone transmitido na Twitch, especialistas e comentaristas do cenário falaram sobre a falta de investimento no cenário brasileiro do FPS da Riot Games. Apesar das opiniões se misturarem, um ponto foi consenso entre os participantes: a necessidade de uma grande organização no jogo.
Contudo, Letícia Motta ressalta que o momento vivido durante a pandemia não é dos melhores e indica a instabilidade econômica do Brasil como um dos principais fatores para afastar os investidores que poderiam apostar no VALORANT.
“Estamos no meio de uma pandemia. Somos um dos países mais afetados e nossa economia está lá embaixo”, disse. Em seguida, apontou um fator importante que possui envolvimento com a própria Riot Games, que é o sistema de franquias em League of Legends no Brasil.
“Do que eu sei, grande parte das organizações brasileiras que estão no LoL estão economizando dinheiro não só por causa da pandemia, mas porque muita gente quer investir na franquia do CBLoL”.
Indo ao encontro de Letícia, a colunista do VALORANT Zone, Elly, acredita que a pandemia é um fator dificultador para que as empresas firmem um investimento em um esporte eletrônico, que recém vem sendo visto com bons olhos.
“Toda a questão da crise por causa do coronavírus faz com que muitas organizações mundialmente conhecidas fiquem receosas de começar um investimento muito cedo. Dá sensação de insegurança para quem quer investir no jogo e nos times, sem saber ao certo quão seguro seria esse investimento”, disse Elly.
COM A PALAVRA, OS JOGADORES
Apesar das análises feitas pelos especialistas, Gustavo “Krain” Melara, jogador da Fusion Fraggers, e Matheus “fraSAN” de Almeida falaram com uma perspectiva diferente dos demais. Vivendo na pele a falta de investimento no cenário brasileiro, se mostraram compreensíveis com o atual momento, além de reiterar a importância dos campeonatos nacionais.
Para fraSAN, além da falta de investimento ser algo “entendível”, isso é algo com que os brasileiros estão acostumados a lidar. Isso porque, por aqui, “as coisas sempre chegam um pouco atrasadas”, disse o jogador. Contudo, os players do Brasil surpreendem com um grande poder de fogo e dedicação.
“A gente sempre dá um jeitinho de dar a volta por cima. Vejo em qualquer FPS que, quando vamos jogar lá fora, damos o sangue mais que outro país. Essa falta de investimento é coberta pela força de vontade. Fico triste como player por ter um campeonato e não saber quando será a data do próximo”.
Concordando com o último ponto destacado por fraSAN, Krain afirmou que enquanto o investimento no cenário brasileiro não chegar, eles “estarão aqui sofrendo”. Contudo, aposta em uma visão positiva sobre o cenário competitivo e diz achar “legal a aparição de novas organização”, mas ressalta que as maiores ainda fazem falta.
“Eu vejo as organizações não contratando jogadores como investimento. E outras não entram porque não tem muito campeonato. Eles querem fazer a aposta no time certo, nos jogadores certos. Eles querem que os times se destaquem para que os jogadores sejam Top 1”.