Especial

Os melhores do Brasil em 2020 – Walney “Jonn” Reis (3)

Jogador foi eleito o terceiro melhor jogador de VALORANT no Brasil em 2020

Atraindo jogadores de todos os gêneros, o VALORANT juntou diversos universos em um só. Proveniente do Point Blank, mas com bagagem em Counter-Strike e Zula, Walney “Jonn” Reis foi mais um desses.

Como grande parte da cena competitiva, o atleta participa do grupo seleto que jogou FPS nas lanhouses. Com 14 anos, jogava Counter-Strike após ser levado pelo seu primo. Posteriormente, migrou ao Point Blank para tentar conquistar o mundo. Hoje, Jonn é considerado um dos 10 melhores jogadores do ano pelo VALORANT Zone.

ONDE TUDO COMEÇOU

Conhecendo o mundo dos videogames em 2008 por meio de seu primo, Jonn começou no Counter-Strike. Jogando o título da Valve por quase três anos, conheceu o cenário competitivo de Point Blank e, vendo a dimensão, optou por conhecer melhor o jogo.

Antes de se dedicar inteiramente ao jogo da Ongame, disputou alguns classificatórios da WCG no CS, mas sem obter sucesso, ganhando apenas experiência.

Jonn, segundo da direita para a esquerda, sob o manto da 2k no Point Blank. Divulgação/Facebook

Já no Point Blank, Jonn chegou ambicioso, visando o mundial. Depois de 2 anos foi à Indonesia jogar o PBIC – Point Blank International Championship (Mundial de Point Blank). Hoje, o jogador de 26 anos ainda considera o PBIC como “o maior campeonato” que já jogou.

Entretanto, assim como no FPS da Valve, o problema por lá era o mesmo: ausência da publisher na fomentação do cenário competitivo. Fator diferencial do VALORANT.

QUEBRA DE PADRÕES E PROFISSIONALIZAÇÃO

Atualmente, os esports já rompem barreiras inimagináveis. Contudo, há dez anos, as coisas eram completamente diferentes. Jonn revelou que a mãe “sempre deu suporte“, mas a desconfiança do pai ainda era presente.

Indo jogar o mundial citado acima, revelou que seu pai finalmente percebeu que era coisa séria e, por isso, começou a apoiar a profissionalização do jogador. Agora, dá suporte ao Jonn de 26 anos nesta nova etapa.

“VALORANT FOI PAIXÃO”

A princípio, Jonn explicou que os trabalhos foram iniciados no beta europeu, ainda mais conhecendo o método de trabalho da desenvolvedora.

Por saber como a Riot é, já começamos a treinar. Já tínhamos ideia de como seria, pensamos em composições e por isso entrei no VALORANT focado no competitivo, e não apenas para brincar. Desde lá, seguimos essa rotina. Acorda, treina, treina, treina e vai dormir“, disse.

Jonn levantou sete troféus pela Gamelanders em 2020. Reprodução/Liquipedia

Se dedicando como jamais fez antes, Jonn classifica VALORANT como “paixão“. O agora multicampeão brasileiro citou que nunca treinou o quanto treina hoje e, sem dúvidas, fica claro que ama o que faz.

Contudo, a adaptação não foi tão simples. Apesar de instaurar uma hegemonia no Brasil, Jonn disse “não estar bem” nos primeiros dois meses, mas que focou em evoluir. Chegando após passagem no Zula, outro FPS, o profissional disse que a única barreira encontrada no VALORANT foi lidar com os poderes.

CONSTRUÇÃO DA GAMELANDERS

Em primeiro lugar, toda equipe que visa o domínio nacional precisa de um elenco recheado de bons profissionais. E a GL soube fazer isso de forma majestosa.

Além dos cinco excepcionais jogadores que já vinham brilhando no Brasil, foram atrás de Felipe “Katraka” Carvajal para assumir a função de treinador e Iara “Iara” Rodrigo, analista.

Juntando o útil ao agradável, o hepteto foi formado. Por isso, Jonn avalia a dupla como fulcral nesta etapa final: “A comissão técnica foi de extrema importância nos últimos três campeonatos“.

Esquadrão da Gamelanders levantando a taça do First Strike nacional. Foto: Bruno Alvares/Riot Games

Posterior ao título do First Strike, Iara anunciou a não-renovação com a Gamelanders para seguir novos desafios. Em contrapartida, o clube anunciou no último dia 22 a renovação com os jogadores por mais um ano.

CRESCENTE INDIVIDUAL

Depois de um início não-satisfatório em aspectos individuais, Jonn alegou se espelhar no melhor: Leonardo “mwzera” Serrati.

Quando eu via o mw treinando 3 ou 4 horas por dia, eu ia lá e treinava 5 ou 6. Queria chegar perto dele, acompanhar ele“, afirmou.

Após o termino do First Strike, sentou com Katraka para ver a evolução individual. Estatisticamente falando, viu que seus números “pareciam uma escada“, além da constância, o que prova que o trabalho foi bem feito.

Jonn, seguido de mwzera, foi o segundo melhor jogador no torneio brasileiro. Foto: Bruno Alvares/Riot Games

Outra prova é que, de acordo com os números, Jonn ficou apenas atrás de mwzera no FS nacional, somando 256.8 de ACS e 1.45 de K/D, o segundo maior do torneio.

Sem dúvidas, Jonn foi gigante no First Strike.

RIVALIDADE INTERNACIONAL

Ainda sem torneios internacionais por conta do Covid-19, muito é falado sobre a possibilidade do Brasil estar na frente das outras regiões.

O heptacampeão vê os brasucas na frente, mas não coloca a Gamelanders como o melhor time do mundo.

Vejo Brasil na frente da América do Norte e Europa, mas não somos o melhor time. Além de ter que tomar cuidado com a Vision Strikers, os caras tão ganhando tudo“, finalizou.

DENTRO DO SERVIDOR

Assim como Tayler “Drone” Johnson na TSM, Jonn também é versátil em território nacional.

Segundo dados recolhidos pelo vlr.gg, o jogador acumula partidas de Breach, Jett, Raze, Reyna, Sage e Phoenix.

Todavia, os agentes mais utilizados são os três últimos, com 17 aparições. Falando sobre desempenho individual, entre os três, a Reyna é mais quem mais providencia estatísticas ao jogador, com 1.50 de K/D e 259.9 de ACS.

De acordo com o thespike.gg, Jonn detém média de 248 de ACS, além de 1.28 de K/D. Até aqui são 814 abates e apenas 637 baixas, seguido de 0.89 de KPR. A média de ADR, por sua vez, é 152.2.

A nível de curiosidade, a melhor partida registrada de Jonn em 2020 foi contra a Imperial Esports, na Copa brMalls. Jogando de Jett, somou 398 de ACS.

Em contrapartida, por mais difícil que seja, a pior exibição do jogador foi no classificatório do First Strike, ficando com apenas 89 de ACS na derrota contra a Tagless por 2 a 13.

EXPECTATIVA PARA 2021

Com um possível término da pandemia que assombra o mundo inteiro, a expectativa que fica é para um 2021 melhor. Fora isso, a ida do esquadrão brasileiro ao exterior também pode tornar-se realidade.

Por fim, o desejo de todo brasileiro é que a Gamelanders vá para fora e represente o Brasil no mais alto nível. Agora, resta esperar para que o mesmo seja realizado.

Shares: