Original de Curitiba, no Paraná, Vitor “Kon4n” Hugo conheceu os esportes eletrônicos por meio do League of Legends, mas a carreira de jogador profissional nasceu no CS:GO. O atleta conseguiu certo renome no cenário nacional, mas o fim do projeto da Uppercut levou Kon4n para outros ares.
Apesar de pouco tempo no VALORANT, o jogador já alcançou incríveis feitos no FPS da Riot Games. O principal foi a conquista do segundo Ignition Series disputado no país, o Gamers Club Ultimate II, que culminou logo depois com o anúncio pela paiN Gaming. Hoje, Kon4n é considerado um dos 10 melhores jogadores do ano pelo VALORANT Zone.
ASCENSÃO NO CS:GO
Kon4n conheceu o Counter-Strike quando tinha apenas 12 anos por meio do primo, que apresentou o jogo. No entanto, Vitor Hugo não “ligava tanto até os 16 anos“.
De acordo com o jogador, foi nessa época que ele passou a se interessar mais por jogos eletrônicos e começou pelo League of Legends “por causa dos meu amigos“. A experiência no MOBA não foi levada a nível profissional, afinal no mesmo ano, em 2017, recebeu uma conta steam de um outro amigo para jogar CS:GO.
Kon4n percebeu que levava jeito no FPS da Valve ao pegar Global (patente mais alta do CS:GO) em pouco tempo, além de subir rapidamente de nível na Gamers Club. Posteriormente, o ainda estudante conheceu Caique “faintz” Melia e Gabriel “crt” França para formar um time.
“O time era eu, remix, faintz, crt e precisava de um quinto jogador. Eu tinha jogado com o matheuzin em outro time. Então eu falei dele e os caras abraçaram a ideia. Montamos a line ‘Segura o boné’, primeiro time competitivo que eu tive.“
Mas para entrar no competitivo é preciso ter aquele nick bonito e o escolhido foi Kon4n. O nome não faz referência à Conan, o Bárbaro, mas a inspiração veio diretamente do Naruto. Konan é o braço direito de Pain – membros fundadores da Akatsuki – no anime. “Só mudei o A pelo 4 para dar um charme“.
Com a tag Segura o Boné, kon4n e companhia jogaram na Liga Dell, Brazil Premier League e outros torneios. Por conta disso, a line foi contratada pela Uppercut; lá, eles atingiram o auge ao disputarem duas temporadas do Campeonato Brasileiro de CS:GO (CBCS), com transmissão dos canais SporTV.
Apesar de deixar seu nome registrado no cenário nacional do Counter Strike, Kon4n acredita que sua trajetória foi marcada por altos e baixos, mas que, “na minha cabeça, deixei muito a desejar no CS“.
MIGRAÇÃO PARA O VALORANT
A migração para o VALORANT começou com o fim do projeto da Uppercut, que foi comprada pela FURIA, acarretando no desligamento dos jogadores de CS:GO.
“O fim da Uppercut deu uma desanimada também porque tinha uma grande oportunidade. Tinha gaming house, salário, jogava o CBCS. Tinha tudo e foi para o lixo, basicamente. Foi meio que um impulso para eu só sair do CS e começar uma coisa nova.“
Posteriormente, o jogador recebeu um contato do treinador Carlos “CeV” Pincato sobre um outro projeto, mas que acabou não acontecendo e no mesmo dia saiu o vídeo do VALORANT. Ao lado de crt e matheuzin, o trio foi com o intuito de testar o game ainda na fase beta da América do Norte, mas acabaram se apaixonando pelo game.
“Começamos a jogar e só desistimos do CS:GO mesmo. Nós sabíamos que a Riot não ia vacilar com o jogo, que não ia ter o hype no começo e no fim decair. Eu não migrei sozinho, o que ajudou também.“
De acordo com kon4n, a adaptação ao FPS da Riot Games foi complicada no inicio por conta das habilidades dos agentes. Contudo, devido ao CS, o jogador pegou de forma rápida o estilo do jogo.
PAIN GAMING
Kon4n não esperava defender uma das mais tradicionais organizações do país, afinal o primeiro time foi montado por amigos no Team Speak (TS), mas as coisas não deram muito certo e foi aí que surgiu o convite de Murillo “murizzz” Tuchtenhagen.
“Ficou nos três (Kon4n, crt e matheuzin) e na outra semana veio o murizzz, falando que queria fazer teste com a gente. Se estão querendo teste é porque tenho algo a mais pra mostrar“, argumentou.
Apesar disso, a equipe foi oficializada apenas em outubro pela a organização. Durante esse período, os jogadores atuaram com a tag ”NO ORG 2.0”, mas os primeiros torneios não foram bons. Por conta disso, Kon4n acabou se frustrando pelo desempenho individual.
A volta por cima aconteceu na Gamers Club Ultimate 2, da Série Ignição, onde a equipe chegou desacreditada e conquistou o título e cima da favorita Fusion Fragger ( atual Vorax Fusion).
“Veio o Ignition e eu performei muito bem, estava me sentindo à vontade e fomos campeões comigo jogando muito na final. Aquilo ali me deu um boost de confiança. A minha confiança só aumentou depois do Ignition. Eu entrava no servidor e só jogava.“
AGENTES
Kon4n pode ser classificado como um coringa do time. O jogador é um dos poucos no competitivo que atuam com até quatro agentes. Apesar da favorita ser a Sage, o player da paiN Gaming jogou de Phoenix, Breach e até Raze durante os primeiros seis meses.
“Sempre me adaptei muito bem aos bonecos. O que o murizz pedia para eu testar ou jogar, eu fazia, botava a cara a tapa. No começo era difícil, mas aprendia muito rápido as coisas. Eu gostava de pegar um agente novo, formar um jogo, treinar, tentar coisa nova. Eu me considero o flex no time. Um cara que está pronto para tudo, não importa o personagem.“
TOP 10
Apesar do bom ano individualmente e coletivamente, Kon4n não esperava estar no Top 10 do primeiro ano do VALORANT. Motivado, o jogador revelou os planos para 2021: ser o melhor time do Brasil.
“Vou treinar quatro, cinco, sete, 10 vezes mais do que essa ano para ser o melhor time. Só quero isso, não quero ser o melhor jogador. Se for, será consequência, mas eu quero superar a Gamelanders e ser o melhor time do Brasil.“