Jogadora profissional pela Team Vikings, Yasmin “hannabacon” Goetten revelou que sofreu assédio e recebeu ataques coordenados durante stream realizada na manhã desta segunda-feira (9).
- Produtora de VALORANT volta a repudiar casos de machismo: “Não tem espaço no nosso jogo”
- Kalera expõe episódio de assédio sofrido em partida de VALORANT
- Jogador da STrigi faz comentário discriminatório à companheira de organização e é dispensado
- Riot promete melhorias em identificação de jogadores tóxicos
Durante jogatina manital, Yasmin se deparou com ataques coordenados repletos de mensagens de discurso de ódio – incluindo objetificação, misoginia e citações a estupro.
Ao VALORANT Zone, hannabacon afirma que “é triste demais em pleno 2020 a gente ainda ter que passar por esse tipo de situação”. Mulheres em jogos eletrônicos encaram machismo não só em transmissões, pois o preconceito dá as caras até mesmo no cenário competitivo de VALORANT. “A gente só quer o nosso espaço e respeito“, aponta a competidora.
Fechei a live, sai do pc e recebi esse video.. que mesmo com a live fechada, continuaram spammando.
— VKS hannabacon (@yasmingoetten) November 9, 2020
Fica aqui meu alerta para outras meninas que assim como eu estão ai tentando gerar um conteudo na boa, NÃO se abalem com esse tipo de coisa, por mais dificil que seja. ❤️ pic.twitter.com/CnkFcS9iVj
À reportagem, também confirma ter exposto o ocorrido para “alertar outras meninas que também estão começando e possivelmente possam sofrer algo parecido“.
Infelizmente sempre rola coisas desse tipo mas o que importa é manter a cabeça erguida, não foi a primeira vez e sei que não vai ser a ultima.. com o tempo a gente aprende a lidar com esse tipo de coisa.
— VKS hannabacon (@yasmingoetten) November 9, 2020
Queria agradecer a todos que me mandaram mensagem/que se preocuparam comigo
Em rede social, Nebulol (mencionado em mensagens) afirma não ter vínculo com ataques. Segundo ele, também estão tentando culpabilizar outras pessoas com menções nesses ataques.
Bom se você chegou aqui porque foi raidado e estavam usando meu nome no raid, sinto muito por você, MAS NÃO SOU EU, é 1 pessoa que esta usando meu nick e nick de outras pessoas para raidar pessoas aleatórias se passando por mim e por outras pessoas. pic.twitter.com/IGLPcOU10d
— Nebulo⚔️♠️? (@Nebulolol) November 6, 2020
Em comunicado enviado ao VALORANT Zone, a Vikings “lamenta que em 2020 ainda tenhamos que presenciar ataques como esses sofridos pela Yasmin “hannabacon” Goetten, durante uma stream“.
A organização disse ainda que “preza pela igualdade, seja ela qual for. Combatemos ao máximo o hate dentro da comunidade de e-sports e espera que todos os nossos seguidores façam o mesmo“, e avisa que prestará “todo apoio necessário à nossa pró-player e reiteramos que, se você é nosso seguidor e acredita que ofensa é válida, não precisamos de você“.
TIPIFICAÇÃO DOS CRIMES
Para a Agência Câmara de Notícias, a advogada especialista em direito digital Gisele Truzzi afirma que já são tão tipificados no Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) os crimes de cyberbullying (intimidação sistemática praticada via internet) e de cyberstalking (perseguição praticada pela rede). Além disso, a conotação das mensagens também podem se encaixar em importunação sexual (Decreto-Lei nº 2.848/18), com pena de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.