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Especial

Nicolino: “vou ter que estar preparado para lidar com pessoas falando coisas”

O VALORANT Zone conversou com o narrador sobre diversos assuntos

Em menos de uma semana, completará um ano das acusações e do afastamento do narrador Nicolas “Nicolino” Emerenciano. Na época, ele foi acusado de realizar assédio e agressão — o que ele nega veementemente. Há pouco mais de um mês, ele anunciou em suas redes sociais sua volta, o que gerou grande repercussão na comunidade.

O VALORANT Zone conversou com Nicolino sobre diversos assuntos. Entre eles, destaca-se o esclarecimento sobre as denúncias, seu tempo de ausência, sua volta e o que planeja para o futuro.

Um mês após seu afastamento, Nicolino quebrou silêncio e admitiu que “situações que foram colocadas são, em partes, sim, verdade”. Ele esclareceu melhor esta fala ao confirmar que conversou com outras mulheres no período em que tinha um relacionamento sério, mas sempre de forma consensual.

Eu passei por uma fase no meu relacionamento e isso me levou a conversar com outras mulheres. E com essas mulheres eu troquei fotos. Assim, mas tudo sempre de uma forma consensual, pelo menos no meu modo de ver, como era respondido, era algo consensual de duas pessoas interessados”, disse.

Entretanto, ele fez questão de deixar claro que as acusações de agressão são inverdades.

Na época, houve muitas acusações relacionadas a agressão a minha ex-namorada. Isso é completamente mentira, e é uma coisa que eu consigo provar”, completou.

Período de ausência e volta

Nicolino revelou que, no período em que se desligou do cenário, procurou se cercar de amigos e de profissionais para se reerguer. 

Apenas a partir do final do ano que eu comecei a voltar um pouco para dentro de mim, a retomar contato com algumas pessoas que eu sempre tive muito carinho e ouvi palavras de apoio. Pessoas dizendo ‘a gente gostaria que você voltasse’. Realmente essas forças que vieram de todos os lados. O da psicóloga foi o mais importante, sem dúvida”, contou.

O caster ainda relembrou o momento em que realmente decidiu voltar para a narração.

Eu acho que nas Olimpíadas foi o momento que, ao invés de falar ‘vou desistir, deixa pra lá’, eu disse ‘Pô, isso é o que eu amo fazer. É o que realmente sei fazer’. Eu não consigo nem pensar em alguma carreira nesse momento que não seja narrar”, falou.

Sabendo ser um assunto delicado e de grande interesse público, o VZ abriu mão do seu formato de entrevista e colocará a conversa na íntegra. Confira:

Quando você anunciou sua volta, teve uma grande repercussão negativa, principalmente na comunidade de VALORANT. Como você lidou com isso?

Foi todo um processo até chegar nesse momento da volta. Ter passado por todas as ajudas que eu comento lá no vídeo, conversado com muita gente e tal. E realmente foi o momento que eu me senti pronto para fazer esse vídeo e anunciar que eu estava voltando. 

Ali a gente sentiu uma repercussão no vídeo muito positiva. Foi uma coisa até que surpreendeu bastante. A proporção que tomou e as pessoas que tiveram do nosso lado.

E depois já ter voltado, ter narrado, era o que eu queria fazer, é o que eu quero fazer. Eu sei que é uma situação que vai ser sempre complicada, ser difícil. E assim, eu estou esperando esse momento só para poder voltar. O que eu quero é narrar, é o que eu gosto de fazer, é o que eu mais sei fazer na minha vida. Então eu sei que vou ter que lidar com esse tipo de situação e vou ter que estar preparado para lidar com esse “feedback negativo”, pessoas falando coisas. Mas assim, eu tenho uma rede de apoio agora muito forte, não só de amigos e família, mas também de profissionais envolvidos. Isso tá sendo o principal para me manter assim, firme e certo que essa decisão de retomar e estar de volta, independente do que falarem. É isso que eu quero fazer, então eu vou atrás de fazer o que eu gosto.

Bruno Alvares/Riot Games

Você poderia detalhar um pouco mais sobre como foi esse seu período ausente?

Foi um período complicado. Eu acho que mesmo quem não passa consegue imaginar. Óbvio que não na devida proporção. Eu tive crises, eu tive problemas, tive que passar por psiquiatras, cheguei começar a tomar remédio. Foi uma coisa que me impactou muito, foi uma coisa muito forte para mim. A proporção que tudo aquilo tomou. 

Eu acho que essa ausência toda né, foi uma das partes que eu cometi de erro. De não ter me manifestado de começo. Mas eu realmente não tive mental pra isso, não tinha condição para isso. E quando eu queria, eu sabia que eu não estava forte o suficiente. 

E a minha psicóloga do meu lado o tempo todo me dando esse feedback “não tem condição de aparecer, de voltar, porque você não tá bem”. Então assim, foi um momento de reestruturação mesmo, de observar de forma introspectiva. Tá um pouco mais comigo mesmo, que é uma coisa que eu não fazia muito. Descobrir quem era Nicolas e quem era Nicolino e deixar de misturar, né? Porque eu acho que eu sempre fui uma pessoa muito acessível, assim e tal. Então foi um momento que foi complicado. 

Apenas a partir do final do ano que eu comecei a voltar um pouco para dentro de mim. A retomar contato com algumas pessoas que eu sempre tive muito carinho e ouvi palavras de apoio. Pessoas dizendo “a gente gostaria que você voltasse”. Realmente essas forças que vieram de todos os lados. O da psicóloga foi o mais importante, sem dúvida. O trabalho que ela fez comigo desde o dia um que tudo aconteceu. Até hoje a gente tá em contato, e eu pretendo nunca parar de fazer terapia. Foi o mais importante para realmente colocar a cabeça no lugar. E com muito do que ela falou, do que ela me mostrou, de documentários que ela me passou para assistir. Coisas para eu aprender realmente e evoluir. Dessa vez, como um ser humano, como pessoa.

Eu acho que isso foi fundamental, além de amigos e apoio; e gente que esteve do meu lado, porque uma completa solidão nesse momento seria péssimo. E por sorte, eu tive família, minha mãe, meu pai principalmente e alguns amigos que nunca deixaram de estar do meu lado para me manter forte. Até chegar ao ponto de eu conseguir tirar de dentro de mim a força, que também não depende só da força dos outros. Tipo, “eu preciso recomeçar, eu quero recomeçar, e como eu vou fazer isso ou como eu vou recomeçar a minha vida, minha carreira e tudo mais”.

Na época da revelação dos casos de assédio, a Riot anunciou sua volta e você emitiu um comunicado. Nele você afirmava que “partes do que foi dito eram verdade”. O que era verdade e o que não era naquele momento?

Quando eu disse isso… esse comunicado, era um comunicado que eu estava preparado para fazer, porque eu sabia que a Riot iria anunciar a minha volta. Então era para ser um outro tipo de comunicado naquele momento. E aí foi um comunicado que eu fiz por conta própria. Eu não tive ali uma pessoa me ajudando… 

Então o que eu quis dizer com aquilo foi que, quando eu fui acusado de falar com outras pessoas, foi o que eu realmente fiz. Eu passei por uma fase no meu relacionamento e isso me levou a conversar com outras mulheres. E com essas mulheres eu troquei fotos. Assim, mas tudo sempre de uma forma consensual, pelo menos no meu modo de ver, como era respondido, era algo consensual de duas pessoas interessadas. 

E quando eu admito, admito que eu conversei sim e falei com outras mulheres, troquei ideia. 

Então essa parte era verdade, o que dizia respeito a ter conversado, mas não da forma que foi falado. Por isso que eu digo partes só, e não tudo. 

Porque efetivamente eu fui acusado de muitas coisas ali. Mas efetivamente, o que eu realmente quis passar com isso, é óbvio, não ficou muito claro. Eu sei que foi um pronunciamento da minha parte que deveria ter sido de outra forma. Mas o que eu conseguia falar naquela época era isso. E o que eu queria passar era que sim, eu falei com outras mulheres e que foi isso, entendeu? De forma consensual no meu entendimento.

Preciso ressaltar que, na época, houve muitas acusações relacionadas a agressão a minha ex-namorada. Isso é completa mentira. E é uma coisa que eu consigo provar. Então é importante deixar claro que fui acusado disso e é completamente infundado.

Você chegou a procurar as mulheres que conversou? Muitas se expuseram publicamente, falaram coisas sobre você. Chegou a conversar, fazer um pedido de desculpa?

Então, nunca fui atrás de conversar com ninguém depois desse ocorrido. Até porque assim, eu imagino que qualquer coisa a partir dali que eu falasse poderia ser prejudicial a mim, mais do que benéfico. Aparecer uma notificação no WhatsApp “Oi poderíamos conversar?” já poderia ser o suficiente para pessoa falar “Tá vendo? Tá vindo aqui não sei o quê”. Então assim, eu prefiro evitar que essa possibilidade exista, independente de quem fosse para conversar. E aí eu acabei que não fui atrás. Especificamente e pontualmente de falar com ninguém depois desse ocorrido. A partir daí, quando eu falo mês de julho, foi quando tudo de fato aconteceu.

Bruno Alvares/Riot Games

Na época das denúncias, surgiram boatos que você estava sofrendo um processo na justiça. Realmente esse processo aconteceu?

Não. Eu nunca foi intimado. Nunca recebi nenhum tipo de boletim de ocorrência. Judicialmente nada. Também não estou me escondendo. Eu tenho tuitado, eu tenho CNPJ aberto. Eu nunca me escondo para não chegar até mim. Eu já fiz consulta também. A minha advogada também chegou a fazer consultas e, pelo menos até o dia de hoje, até o segundo que nós estamos fazendo essa entrevista, desde quando tudo aconteceu efetivamente, nunca teve nada de forma legal comigo. Seja boletim de ocorrência aberto ou então intimação ou um processo que efetivamente a qual eu sou parte… também não tem absolutamente nada.

Um mês depois após as denúncias em julho de 2021, a Riot anunciou sua volta. Olhando neste momento, ali era o momento certo para voltar?

É difícil responder essa pergunta. Porque assim, eu confio na empresa que eu trabalhava, sabe? A Riot teve um mês para receber e ouvir as coisas. Se eles falaram assim, “olha, você está pronto para voltar” não perguntando se eu queria voltar, mas “se colocar você para narrar, você tá” … e eu, como é o que eu quero, como é o que eu amo, como é o que eu sei fazer, eu tava pronto para narrar, sabe? 

Eu acredito que momento certo é uma coisa subjetiva que a gente precise ‘ah, poderia ter isso e aquilo’. Mas assim, eu estava pronto para narrar se eu fosse colocado para naquele sábado, né? Porque esse primeiro mês ele foi o mês que eu fiquei muito mais afastado para esperar assim, poxa vida, “o que que chegou, o que que tem e etc”. Então quando a Riot falou “a gente viu aqui e você vai voltar nesse final de semana”. Então eu estava ok com isso.

Agora, se era o momento certo, é muito complicado de falar. Mas que eu estava preparado naquele momento, tipo assim, “se colocar você para narrar, você narra?”, eu iria narrar sem maiores problemas. Principalmente por ter ficado esse tempo esperando e por ser tido o respaldo da Riot de falar assim “você vai voltar”. Então, eu confiei no que eles me passaram. E de trabalhar mesmo, narrar é o que eu sei fazer, o que eu ia fazer, entendeu?

Você acha que a decisão da Riot de desistir com sua volta foi correta?

Eu prefiro nem falar sobre a posição da Riot quanto a isso. Conversando internamente eu entendi, eu sei que rolou lá. Não sei se é o correto ou não… é uma situação que não tem um manual. É uma situação que tem mil e uma maneiras que você deve poder lidar. Muita gente que veio conversar comigo depois e fala assim “pô, você deveria ter feito isso, devia ter feito aquilo”, “nossa, se tivesse feito isso”. Mas assim cara, na hora é aquele negócio que tipo assim, tá vindo um trem e você tá ali no trilho e você tem que tomar uma decisão. Assim, às vezes não foi a mais acertada ou foi, eu não sei te dizer. 

Mas eu acho que, pela Riot, eles que tem que falar. Eu prefiro não colocar algo de foi certo ou não foi. O que eu te falo é que eu estava naquele dia 7, seria o dia que eu iria voltar. Eu estava preparado para narrar como pessoa, como profissional, eu estava preparado para narrar.

Em algum momento nesse um ano que você ficou afastado, você pensou em desistir da carreira e seguir com outra coisa?

Não. Acho que isso é impossível pela minha essência de amar isso. Eu acho que o período que realmente quis ter essa fagulha pra recomeçar foi nas Olimpíadas. Tive amigos que vieram aqui em casa e tudo mais. Eu via a narração de medalhas e eu chorava, eu me emocionava. E com medo de tipo assim “será que eu nunca mais vou poder fazer isso na minha vida?”. Porque eu vivo por essa emoção que eu faço. 

Eu acho que é isso que me motiva. Mais do que qualquer outra coisa é saber que a jogada vai ficar mais intensa com o que eu posso falar naquele momento. E é o que me motiva muito. Então eu acho que nas Olimpíadas foi o momento que, ao invés de falar “vou desistir, deixa pra lá”, eu disse “Pô, isso é o que eu amo fazer. É o que realmente sei fazer”. Eu não consigo nem pensar carreira nesse momento que não seja narrar. Que não seja colocar emoção em alguma jogada, seja ela do que for. Mas eu sempre acreditei que é isso que eu quero. E foi ali que eu comecei a pensar, como e o que eu preciso fazer para recomeçar, com quem eu preciso falar. Então desistir eu nunca planejei.

Houve pessoas que você se chateou, porque esperava apoio naquele momento e ele não veio?

Teve um momento que eu até pensei nisso. Mas aí eu expus para minha psicóloga e ela falou que cada um é cada um e cada um tem seu tempo. Às vezes tem pessoas que são assim mesmo, menos intensas ou mais intensas. Então foge de mim julgar qualquer pessoa que eu acreditava ser muito meu amigo e não veio falar, mas não significa que não é meu amigo ou que não gosta de mim. Eu acho que no fim das contas realmente cada um tem seu tempo. 

E aí, por exemplo, quando eu postei o vídeo, veio gente falar comigo “pô, que legal”, “não falei antes, esperei seu tempo”, “não sabia o que falar”. O negócio é esse, eu tive uma vontade de pensar, mas a minha psicóloga me direcionou para respeitar o tempo de cada um. Eu não sei como eu agiria se fosse com um amigo meu. Então eu não posso julgar ou esperar que alguém faça algo por mim. 

Nicolino
Felipe Guerra/Gamers Club

Acredita que ainda exista algum espaço para você no VALORANT?

Espaço eu não sei, sinceramente. Não cabe a mim. Eu faço meu trabalho. E se fizer sentido a forma que eu narro, a maneira que eu narro, tudo que eu faço como profissional… Interesse eu tenho. É o jogo que eu tenho um carinho absurdo. Eu gosto muito. Gosto de jogar, me divirto jogando. Eu não jogava só para aprender, só para estar a par do que aconteceu. Eu realmente gosto de jogar.

Eu quero narrar, e o VALORANT com certeza é uma das prioridades, junto com o futebol, junto com o CS. Foi muito importante para mim, muito importante para minha história como profissional. E é um jogo que eu tenho carinho absurdo. Então se tiver espaço, é um espaço que eu quero preencher. O espaço não cabe a mim. Mas se ele tiver lá, com certeza tenho total interesse em participar, em estar envolvido. 

E outros jogos?

Nesse momento que eu não tenho contrato, que estou livre no mercado para trabalhar, com certeza. Era o que eu fazia antes de ter sido contratado. “Pô, tem um joguinho aqui, vou narrar”. LoL, CS, PUBG, Street Fighter, FIFA, PES… eu sou narrador. Então assim, eu amo o VALORANT, mas eu gosto de narrar, amo narrar no fim das contas.

CS é um que eu tenho jogado muito mais. Tem hype de Major, etc… então são situações que me colocam aquela vontade, aquela saudade. E tem pessoas que mandam DM falando “Pô, narra CS”, “Volta pro CS”, coisas assim. Essa força que algumas pessoas me mandam, seja em algum post meu ou direto por mensagem, me deixa com essa vontade, com essa gana de narrar alguma outra modalidade. Que no fim das contas era o que eu fazia antes de ser rioter. Então eu nunca tive problema com isso. Então se tiver qualquer oportunidade de narrar, fazendo sentido. Sendo um jogo que eu sei, sei que vou entregar um trabalho bem feito, que é o que eu prezo, vou pegar. 

Como que você acredita que, não apenas no seu caso, mas no geral, pessoas que sofreram algum tipo de cancelamento na internet podem se reerguer na carreira que elas tinham com esse tipo de política que acontece na internet?

Eu sempre fui do princípio que todo mundo merece uma segunda chance. Caso contrário, a solução seria muito complicada: morra, ou alguma coisa nesse sentido, o que eu sou completamente contra. Acho que se reestruturar é parte, aprender é parte. Esse isolamento, esse rebuscar, conversar com pessoas, profissionais, pegar opiniões, escutar, tudo é parte. E acho que o recomeço existe, não só neste caso, como por vida de pessoas que eram viciadas, que cometeram crimes e foram para cadeia. Esse tipo de situação com reinserção… pô, acho que segunda chance é necessário para não acontecer uma situação de que “você nunca mais poder fazer nada. Não pode trabalhar, não pode viver, não pode ter um amigo”. Não vejo isso como justo, não só por tá envolvido, mas eu acho que as pessoas merecem ter a chance de melhorar, de evoluir e de mostrarem que evoluíram e melhoraram. 

Na minha visão é isso: “Pô, fez ai seu trabalho interno, você e você mesmo. A sua rede de apoio, cada um com a sua.” E se você acha que é o seu momento, aí é mostrar isso para as pessoas. Porque vai ser eternamente uma situação de se provar, né? Mas tem que estar tranquilo, sabendo bem o que você mesmo é e aprendendo com a situação que você passou, pra poder, assim, recomeçar e encarar. Porque essas pessoas que gostam e não gostam vão falar. Então é saber lidar com isso e é fazer o trabalho que é a parte principal. No fim das contas, depois de tudo, eu seria contratado ou qualquer pessoa seria contratada pra fazer alguma função efetivamente e, se essa função for bem feita, cada um tem que lidar com aquilo que os outros vão falar. Saber lidar com isso é a parte mais difícil.

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