As melhores no Brasil em 2022 – Larissa “isla” Rodrigues (4)

Diariamente, milhões de meteoroides adentram a atmosfera terrestre, entretanto, pouquíssimos conseguem ser vistos por nós por diversas causas físicas. Quando entram na nossa atmosfera, passam a ser chamados de meteoros e são identificados por uma luz extremamente rápida e brilhante no céu.

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Se fossemos descrever Larissa “isla” Rodrigues com apenas uma palavra, poderíamos adjetivá-la como um meteoro. Deixando vários meteoroides para trás, metaforicamente falando, a jogadora adentrou na atmosfera do VALORANT tão rápida e brilhante, como um meteoro, para ser eleita a 4º melhor jogadora de 2022 pelo VALORANT Zone.

Primeiro contato com os jogos

O primeiro contato de Larissa com o mundo virtual se deu pelos seus amigos de infância. Acostumada a jogar bola com os colegas do condomínio, Isla foi chamada por eles para experimentar o Counter-Strike. Desde então, nunca mais parou.

“Eu era muito amiga dos moleques e eles jogavam Counter-Strike. Um dia eles me chamaram pra jogar e acabei começando assim, jogando com a galera, indo em lan house. A partir dai eu baixei no meu computador, viciei e não parei mais”, explica.

Início da carreira

Mesmo tendo se apaixonado pelo esporte eletrônico, Larissa não iniciou sua carreira competitiva imediatamente. A pedido dos pais, a jogadora concluiu os estudos antes de dar mais um importante passo na vida. Sendo assim, em 2016, Isla se formou em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

“Eu não cheguei a jogar profissionalmente o Counter-Strike, que foi o primeiro jogo que eu tive contato. Eu era muito nova e meus pais não deixavam, eles queriam que eu me formasse, e foi o que eu fiz. Me formei no Ensino Médio, fiz faculdade e trabalhei por um período”, conta.

Na sequência, um pouco mais velha e com autoridade para fazer escolhas, Larissa decidiu mergulhar de cabeça em seu sonho. Deixando para trás uma empresa multinacional, Isla aceitou o convite da Vivo Keyd para compor a equipe de VALORANT.

“Quando lançou o VALORANT, eu já estava mais crescida, já era dona da minha própria cabeça. Então, eu tomei essa decisão. Abandonei o meu trabalho e entrei no esporte eletrônico com tudo, com o convite que eu tive das meninas da Vivo Keyd na época”.

Relação de amor com o VALORANT

O mercado de trabalho tradicional é ingrato, desgastante e agressivo. Anualmente, milhares de pessoas se aposentam por invalidez por conta de problemas psicológicos, incluindo a depressão. Antes de entrar no cenário competitivo de VALORANT, Larissa, infelizmente, passou por isso.

“No começo de 2021, eu estava muito ruim com minha depressão. Eu gostava do que eu fazia, mas sentia que não era aquilo que eu queria. O VALORANT que me dava forças, pra levantar da cama, ter aquela vontade de fazer as coisas. Foi um período muito difícil”, relata.

Isla descreve o FPS da Riot Games como um presente e o impacto positivo que ele teve em sua vida. “O VALORANT veio em um momento muito bom. Parece que foi um presente pra mim. Eu vejo como se minha vida estivesse indo em linha reta e o VALORANT veio e mudou bruscamente esse caminho. O VALORANT é muito importante pra mim, ele é mais do que só um jogo. Foi algo que quase me estendeu a mão”.

Mudança de equipe e amadurecimento

Em 2022, Larissa respirou novos ares. Com o contrato não renovado com a Vivo Keyd, a jogadora ingressou na ODDIK, equipe na qual fez sua primeira temporada competitiva completa. Com suas novas companheiras, Isla conquistou o SBT Games VALORANT All Stars 2 e o Series Hera 3.

Na sequência, o time ganhou confiança e conseguiu ótimos resultados durante as classificatórias para o Game Changers Series 2. Resultados esses que fizeram a ODDIK ter esperanças de se classificar para o primeiro campeonato Mundial feminino de VALORANT.

A classificação não veio, mas o amadurecimento ficou. “Essa temporada foi de muito aprendizado. Eu vi que tinha muita coisa pra evoluir e ainda tenho. Acho que seis meses do ano eu trabalhei coisas mais técnicas e nos outros seis meses trabalhei coisas mais do mental. Essa jornada na ODDIK me ensinou muita coisa, mas principalmente me mostrou os defeitos que eu tenho e também muitas coisas que tenho que melhorar”.

Segredo para o bom desempenho

Para chegar na 4º colocação da lista de melhores jogadoras de 2022, Larissa precisou de um bom desempenho ao longo da temporada. Não existe uma receita específica para uma atleta de alto nível performar bem, mas existe uma rotina para manter a constância.

“O segredo é ter rotina e disciplina. Assim como todos os atletas que a gente vê nos esportes, todo mundo tem que ter uma rotina e muita disciplina. Treinar o individual, assistir as próprias POVs e procurar sempre evoluir, buscar melhorar o seu próprio jogo. Ter uma rotina é muito importante, e ter essa disciplina pra manter a rotina também”.

A rotina e a disciplina de Isla fizeram ela ter um bom desempenho e, consequentemente, ganhar vários prêmios individuais. A jogadora fechou a temporada com 227.6 de ACS (pontuação média de combate), 1.06 de rating, 151.6 de ADR e 70% de KAST.

Planos para 2023 e prognóstico

Para a próxima temporada, Larissa tem como objetivo mostrar o que ainda não mostrou. Além disso, a jogadora, que atualmente está free agent, quer sua equipe participando do próximo campeonato internacional e, mais que isso, quer levantar a taça mais importante do cenário inclusivo.

“Pra 2023, a minha expectativa é mostrar o que eu não mostrei em 2022. Eu fiz uma boa temporada, mas acho que eu poderia ter feito mais. Então tenho muita coisa pra mostrar ainda. Além disso, meus planos pra 2023, com certeza envolve estar no Mundial, trazer esse Mundial para o Brasil. Esse é o meu maior foco”.

Por fim, Larissa fez um prognóstico sobre a lista de melhores jogadoras do cenário brasileiro em 2023. Perguntada sobre quais atletas ela acredita que vão aparecer na seleção do VALORANT Zone, Isla respondeu: Julia “Jelly” Iris, Vitoria “bizerra” Vieira e Isabeli “isaa” Esser.

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