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Especial

As melhores no Brasil em 2021 – Luisa “shyz” Minarelli (4)

Jogando de Raze na maioria das vezes, a Angels detonou as adversárias que enfrentou em 2021

Jeito doce, voz de menina, mas força de uma leoa. Luisa “shyz” Minarelli é tímida somente no nick. Com 25 anos, a jogadora da B4 Angels já passou por muita coisa para manter as chamas da competição e da vontade de vencer acesas dentro dela. Para isso, contou com apoio de familiares, amigos e namorado.

Hoje, Caconde, no interior de São Paulo, ficou muito pequena para todo o talento que shyz pode oferecer para o mundo. Seja nas quadras ou no servidor, Luisa já mostrou que não faltará garra para vencer. E é por esse motivo, que ela ocupa 4ª colocação da lista do VALORANT Zone das melhores jogadoras desta temporada.

COMPETITIVA DESDE A INFÂNCIA

Shyz foi abençoada com o espírito competitivo. Ela conta que, na infância, jogava bola com o irmão mais velho, Luis Marcelo, e, por conta disso, entrou para o futsal da cidade. O talento a colocou para representar Caconde em competições regionais e Luisa buscava competir em todos os torneios que aparecesse, desde futsal, passando por truco e até corrida.

Como eu sou muito competitiva eu participava de tudo que era possível. Tava tendo competições da cidade e tinha prova de 100 metros. Eu esqueci de me inscrever na minha categoria, 13 anos. Aí me inscrevi na de 17 anos, mesmo com as pessoas falando pra não ir, que eu não ia conseguir. Fui lá participei e ganhei. Achei um máximo”, contou.

Ao mesmo tempo, ela aproveitou que o pai, Mauro, era dono de uma lan house na cidade para se divertir nos games. Jogou CS 1.6, Lineage, MU Online e outros. Mas foi apenas no League of Legends que Shyz decidiu apostar no competitivo profissional.

As Abatedoras de Eboys (Divulgação)

DO ABATEDOURO DE EBOYS ATÉ O VALORANT

Shyz, apesar do quase nenhum apoio da Riot Games, conseguiu ter uma carreira sólida no LoL. Em um ano se dedicando ao jogo, chegou ao Diamante. E em três, chegou ao Mestre.

O primeiro time de mais sucesso de Shyz foi o Abatedouro de Eboys — nome sugestivo e de fácil entendimento — em 2019. A época existiam pequenos torneios voltados para o público feminino no LoL, mas nenhum foi pra frente. Em seguida, Shyz passou por Bulldozer e Falkol.

A gente chegou até ter um pequeno nome no LoL. Outras meninas admiravam a gente e isso me deixava muito feliz. Foi quando eu estava na Falkol que eu vim para o VALORANT”, comentou.

APOIO FAMILIAR FUNDAMENTAL PARA SEGUIR

Um dos motivos de Shyz persistir no competitivo é o apoio familiar. Em casa, pais, irmãos e cunhada não deixam de defender o caminho que Luisa decidiu seguir.

Então é mais ou menos assim… o meu pai é mais crítico, a minha mãe é a mais sonhadora, meus irmãos e minha cunhada gostam de levantar minha auto estima”, comentou.

Ela conta que a mãe, Marli, apesar de não entender muito, sempre buscava ajudar. Inclusive, dizia que iria entrar em contato com Tiago Leifert, ex-apresentador da Globo, que na época comandava o Zero1, programa de jogos nas madrugadas da emissora carioca. Shyz não tem certeza se a mãe chegou a enviar, entretanto, se sentia feliz com o apoio. 

Já o pai, se mostrou mais crítico. Acompanhando os jogos de perto, sempre busca entender as ações da filha e, se não gosta de alguma jogada, não tem vergonha de falar. Por outro lado, os irmãos Luis, Letícia e a cunhada Amanda demonstram um apoio incondicional a jogadora. Independente do momento, afirmam que ela deve confiar em si mesma e que é a melhor.

COMEÇO NO VALORANT E SURGIMENTO DAS ANGELS

Ainda sob contrato da Falkol, Shyz decidiu apostar no VALORANT. Por conta disso, conversou com os superiores e disputou um campeonato pela organização bem no início do FPS. Ao lado dela estavam outras companheiras de LoL, como Carol “AxmasCarol” Almeida e Carolina “Shizue” Miranda.

Eu já estava um pouco desanimada com o LoL. Estava sentindo que não era muito valorizada, não tinha muita oportunidade para mim lá. Quando veio o VALORANT eu senti uma animação. Foi um jogo novo, um jogo diferente. Senti que estava apredendo fácil e as pessoas estavam me elogiando. Como era o início eu quis arriscar. Então a Falkol me liberou e eu arrisquei”, comentou.

Outra parte importante para essa mudança foi Henrique “Maverick” Tozatto. Vindo do CS, o namorado de Shyz ensinou a ela os conceitos básicos de um FPS e é um ponto de segurança até hoje.

Quem foi de grande ajuda no FPS foi ele. Eu prestei muita atenção em como Henrique jogava. Às vezes ele transmitia a tela e eu ficava prestando atenção nas jogadas que ele fazia. Grande parte do que aprendi foi por ele. Ele é muito importante para mim”, revelou.

Disputando uma competição ao lado de Shizue, Shyz acabou derrotada na final para o time de Celine “celinett” Patrícia e Taynah “tayhuhu” Yukimi. Logo após esse torneio, a equipe das campeãs passaram por mudanças e convidaram a dupla derrotada. Foi aí que surgiu a Angels.

2021 DE EVOLUÇÃO E RIVALIDADE COM GAMELANDERS

Shyz e as companheiras iniciaram o 2021 com muitas expectativas. Novas equipes entrando no cenário e um circuito feminino competitivo. O Game Changers manteve as meninas ativas durante todo o ano, garantindo uma estabilidade para as jogadoras.

O ano começou com título para a então INTZ Angels. Conquistaram o Women’s Community Festival (WCF), com uma final acirrada contra a Gamelanders Purple — que iria se repetir ao longo da temporada — vencendo por 3 a 2. Logo em seguida, levaram o WCF Masters. 

Mas a partir desse momento, uma série de vices começou a perseguir Shyz e as companheiras. Durante as seletivas do Protocolo Gêneses, as Angels amargaram quatro vices consecutivos para a Gamelanders e isso deixou Shyz muito incomodada.

Para o Game Changers Series Brasil, a expectativa era diferente. Com a evolução no primeiro semestre, a já B4 Angels prometia fazer um jogo mais duro contra a GL. 

Como esperado, a grande final foi entre as duas equipes. Em um jogão de cinco mapas, com cada time vencendo um mapa da adversária. Com isso, a decisão foi para Icebox. Após abrirem 8 a 4 na primeira metade, a B4 sofreu a virada e ficou novamente com o vice.

A gente sempre foi um time de muita resiliência, a cabeça sempre no lugar. E a gente sempre consegue virar jogos muito difíceis. Na nossa cabeça a gente já estava sorrindo, ‘vamos time’. Quando as meninas começaram a virar tudo foi ficando triste, parecia que tava tirando a taça da nossa mão”, contou a frustração.

Gabriel Lacerda/B4 ANgels

SEGUNDO SEMESTRE COM TÍTULOS

Após seis meses com poucas conquistas, ao contrário do que vinha acontecendo em 2020, a B4 acordou para a segunda metade. Foram dois títulos na sequência, importante para a confiança da equipe aumentar. A primeira edição do Spike Ladies e o Girls on Fire recompensaram o trabalho de Shyz e suas amigas.

Eu acho que todo nosso esforço dos treinamentos foram mostrados nesses campeonatos. E ganhar esses campeonatos deram uma força a mais pra gente. A gente sempre estava batendo na trave e gahar um campeonato deixa mais confiante. Isso mostra pra gente que tudo que a gente está se esforçando está dando certo”, explicou.

Ao mesmo também tiraram o peso de não vencer a Gamelanders. No segundo classificatório do Protocolo Evolução, conquistaram uma grande vitória sobre as rivais com show de Shyz atuando de Raze. Em seguida, também conquistaram a terceira seletiva, desta vez com uma vitória sobre a Vivo Keyd Athenas. Novamente a Shyz se destacou e desta vez atingiu o posto de melhor jogadora da competição.

A partir deste momento, o caminho já estava trilhado para uma grande campanha no Game Changers Series Brasil 2. Novamente, o destino reservou uma partida entre B4 e Gamelanders para a final. Desta vez, elas entraram desligadas na partida e viram a Purple abrir 2 a 0 no placar. Mesmo tentando reverter, acabaram novamente com o vice-campeonato.

CampeonatoClassificação
Women’s Community FestivalCampeã
Protocolo Gêneses #1Vice-campeã
WCF MastersCampeã
Girl Power #2Vice-campeã
Protocolo Gêneses #2Vice-campeã
Protocolo Gêneses #3Vice-campeã
Rivals Women’s Cup #33º Lugar
Protocolo Gêneses #4Vice-campeã
Game Changers Series Brasil 1Vice-campeã
Spike LadiesCampeã
Protocolo Evolução #1Vice-campeã
Girls On FireCampeã
Protocolo Evolução #2Campeã
Protocolo Evolução #3Campeã
Protocolo Evolução #43º/4ª Lugar
Copa Rakin 3º Lugar
Game Changers Series Brasil 2Vice-campeã
Girl Power #3 Vice-campeã

A 4ª MELHOR NO BRASIL EM NÚMEROS

Figura presente em todas as competições femininas realizadas no Brasil nesta temporada, o nome de shyz apareceu em dez das listas de melhores jogadoras produzidas pelo VALORANT Zone, com a atleta acumulando 261,6 VZone Points.

shyz em 2021

  • Women’s Community Festival – EVP
  • Protocolo Gêneses #1 – EVP
  • Girl Power #2 – EVP
  • Protocolo Gêneses 2 – EVP
  • Protocolo Gêneses 3 – EVP
  • Protocolo Evolução #2 – EVP
  • Protocolo Evolução #3 – MVP
  • Spike Ladies – EVP
  • Protocolo Evolução #4 – EVP
  • Girl Power 3 – MVP

Shyz é uma duelista completa e parte fundamental para toda a estratégia da equipe. Mas o primordial para ela é a confiança. Quando está alta, ninguém segura a jovem jogadora da B4.

A agente principal da atleta é Raze e com a liberdade que tem ao lado de Isabeli “isaa” Esser, consegue fazer boas eliminações e garantir domínio territorial. Nos últimos três meses, atingiu um ACS de 229 e um dano médio por round de 153, praticamente uma eliminação por rodada.

Apesar disso, para 2022, uma nova Shyz está para surgir. Ela afirmou querer se tornar mais flex e fazer mais funções no próximo ano.

Eu quero aumentar meu leque para 2022. Por isso que eu falo que 2021 foi de conquistas, mas de aprendizado também. Então para 2022 ter uma Shyz flex”, disse.

Os números de Shyz em 2021 (Arte/VALORANT Zone)

PREVISÕES PARA 2022

Como aposta para aparecer na lista em 2022, Shyz traz uma prata da casa. Jenniffer “Jenniffer” Lima, de apenas 14 anos está no projeto academy da B4.

Ela é muito nova ainda e não participa de campeonato. Eu vejo muita coisa dela, a movimentação e a evolução que ela está tendo é muito boa”, afirmou.

Porém, ela não poderá jogar competições oficiais por conta da idade. Por isso, Shyz aposta em Camilly “Moonnnn” Pacheco. Ex-jogadora da Stars Horizon se destacou em 2021 e para ela aparecerá muito bem em 2022.

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