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Especial

As melhores no Brasil em 2021 – Isabeli “isaa” Esser (2)

Uma das jovens mais mirudas e versáteis do cenário nacional

Do Counter-Strike ao VALORANT, Isabeli “isaa” Esser não tinha expectativa nenhuma de se tornar uma jogadora profissional de esports. A jovem, que duvidava de si anos atrás, mostrou ser uma das melhores no cenário feminino do FPS da Riot Games.

A atleta de 18 anos foi uma das revelações no cenário. O esforço da jogadora foi beneficiado com duas indicações ao Prêmio eSports Brasil 2021, sendo finalista nas categorias de Melhor Atleta Feminina e Atleta Revelação Feminina. Com seis títulos ao lado da B4 Angels, isaa ocupa 2ª colocação na lista do VALORANT Zone das melhores jogadoras do cenário competitivo desta temporada.

BAITA IRMÃO!

Hoje um dos nomes emblemáticos para a nova geração que quer se firmar no cenário profissional de esports, isaa começou a trajetória no FPS em 2016 com o CS:GO. Jogando apenas de maneira casual, isaa não tinha, na época, nem ideia do que iria se tornar anos depois.

Sem ter planos de mirar o competitivo na época, isaa não se achava boa o suficiente para jogar CS:GO por algo além de diversão. Contudo, o irmão mais velho não pensava da mesma maneira. “Ele ficava falando que eu era muito boa, que eu tinha que competir e eu ficava falando pra ele ‘meu deus, não, esquece’. Mas ele sempre ficou na minha orelha. Ele que me convenceu a começar a fazer stream de VALORANT. Foi praticamente por causa dele.”

Além de ter sido um dos apoiadores de isaa desde o começo, o irmão também ajudou o restante da família a aceitar a nova carreira profissional da caçula, que, para a própria, foi uma surpresa estar competindo em um jogo de FPS.

“Foi bem do nada pra eles porque, foi como falei, eu não tinha intenção nenhuma de competir, eu não tinha falado nada pra eles sobre isso. O máximo que eu fazia era stream. Eu tinha uns números legais na época e eu falava pra eles, mas nada de mais sabe? Não era como se eu quisesse trabalhar com isso. E aí um dia eu comecei a jogar os campeonatos e deu certo muito rápido. Aí a INTZ entrou em contato com a gente (Fire Angels).”

A atleta revelou que, se não fosse a pandemia do Covid-19, as jogadoras iriam mudar para São Paulo. “Eu cheguei pros meus pais e falei: ‘quero trabalhar com isso, vou ter que mudar’ e foi um baque pra eles. Inclusive, quem convenceu eles, foi o meu irmão. Depois de muita conversa eles acabaram deixando e hoje em dia eles me apoiam totalmente.”

ENTRADA NO VALORANT!

Sem ter competido no CS e já distante do FPS, isaa foi mais uma das diversas jogadoras que foram testar o VALORANT quando saiu o beta fechado em abril de 2020. O jogo, que abriu portas e oportunidades para diversos atletas, foi onde a brasileira começou a dar os primeiros passos no cenário competitivo.

Contudo, quem teve uma participação no início da jornada de isaa foi Taynah “tayhuhu” Yukimi, capitã das Angels. “Nem no VALORANT eu pensava em competir. Quem me convenceu foi a tay, na época. Que eu brinco né porque ela me convenceu e eu falei ‘tá, vou dar uma chance’. Eu comecei e não parei mais E agora estou aqui”, relembrou isaa com bom humor.

Isabeli “isaa” Esser pela B4. Foto: Reprodução/Facebook

No final de 2020, isaa começou a competir junto da Ace Picks, que, na época, já era formada pelas cinco atletas da B4 Angels. Contudo, antes mesmo de jogar um campeonato profissional, isaa foi se aventurar em um lobby com outras jogadoras e convidada pela Paula Nobre, streamer da FURIA.

“Eu joguei e não lembro, mas acho que tinha a tay. Só lembro que tinha a Nathalia nanah Hammoud, e ela criou um grupo no whatsapp. Na época, a nanah era do time da tay e elas estavam no meio de um campeonato, em uma final MD5. A Ana “naxy” Beatriz era do time também e a luz dela caiu. Eu estava tomando banho, começaram a me ligar, eu saí do banho, nem sabia que número que era e eu atendi. Era a nanah desesperada pedindo pra eu completar e eu nem falava com a nanah, mas eu aceitei. Eu joguei de Cypher, que eu nem jogava na época e joguei muito bem, eu acho né. A tay disse que, me vendo jogar aquele dia se surpreendeu, que não me conhecia e me chamou. Primeiro eu recusei, aí depois ela veio me chamar de novo e aí eu falei, ‘tá bom eu jogo’ “.

A jogadora tinha em mente que iriam disputar apenas um campeonato, mas continuou no competitivo. “Eu achei um sentimento muito “dahora”. Só de ter completado pra elas aquele dia, eu percebi que era algo que talvez eu fosse querer pra mim.”

Crítica consigo, isaa deu mais uma vez os créditos a tayhuhu. “A tay viu algo em mim que eu não via, ela me convenceu muito. Eu sou muito grata, sempre falo isso pra ela, que sou grata a elas, a celine e a tay, elas realmente me convenceram.”

Ainda em 2020, a equipe adotou o nome de Fire Angels e disputou a seletiva do Girl Power #1, se classificando para oevento principal, no qual ganharam por 3 a 1 em cima da META Gaming. Para a jogadora, o baque ao perceber que realmente era uma jogadora profissional veio quando a equipe venceu o time masculino da Black Dragons pela seletiva aberta do First Strike Brasil.

O ANO DE 2021

A Riot Games não demorou para lançar o projeto Game Changers, uma via que nasceu para ajudar os campeonatos femininos e fomentar o cenário competitivo que, por muito tempo, ficou esquecido por outras desenvolvedoras de FPS. O projeto deu esperanças para jogadoras veteranas e novatas a viverem do sonho de ser jogadora profissional.

“Eu nunca esperei que o cenário feminino fosse tomar a proporção que tomou”, relata isaa. Já em 2021, as Angels estavam defendendo o time da INTZ. Logo no primeiro campeonato que aconteceu, em fevereiro, o Women’s Community Festival, a final foi contra a Gamelanders Purple. A decisão marcou o início de uma rivalidade saudável entre as duas equipes. No caso do WCF, a INTZ Angels venceu por 3 a 2 e garantiu o primeiro título do ano.

Reprodução/Instagram/isab_esser

Em março, começaram os campeonatos da Riot Games em parceria com a Gamers Club, que foram quatro seletivas do Protocolo Gêneses. Tal circuito era classificatório para o Game Changers Series Brasil 1.

Novamente, as Angels enfrentaram a Gamelanders Purple na final, em uma série de MD3 dessa vez. Contudo, as rivais conseguiram a revanche e levaram o campeonato. Dias depois aconteceu o Women’s Community Festival Masters, no qual a INTZ venceu por 2 a 1 a Liberty.

As Angels e as Purple se reencontraram mais uma vez, mas foi no início da competição, durante o Sakuras Ascent, torneio apoiado pela Riot pelo programa Game Changers. Contudo, a equipe de isaa foi eliminada cedo no torneio.

Com a INTZ, o time também disputou as seletivas abertas do VALORANT Challengers Brasil (VCB), o torneio misto que dava vaga para os times representarem o Brasil em torneios internacionais. Com um calendário repleto de jogos, o time ainda ficou em 2° lugar no Girl Power #2 e no Protocolo Gêneses #2.

O último jogo que as meninas fizeram sob a tag da INTZ foi em maio, pela All Stars Cup #1, no qual ficaram em 6° lugar após perderam para a paiN Gaming. Sem uma organização para representar, a equipe voltou com o nome antigo adotado carinhosamente pela torcida, Fire Angels.

Contudo, o time disputou apenas três campeonatos com tal alcunha, ficando em 2° no Protocolo Gêneses #3 e #4 e o 3° lugar no Rivals Women’s Cup #3. No final de junho, as Angels foram anunciadas pela B4, organização que nasceu no Free Fire.

Dia 20 de junho aconteceu a primeira final pela B4, que foi no Game Changers Series Brasil 1. Apesar de ter sido uma série acirrada contra a Gamelanders, as rivais venceram por 3 a 2 e levaram o título. Contudo, no mês seguinte as Angels tiveram o primeiro triunfo com a nova organização.

No Spike Ladies, a equipe bateu a Liberty por 3 a 1 na grande final e voltou a reencontrar o caminho dos títulos. A equipe voltou a ficar em 2° lugar no Protocolo Evolução #1, mas conquistou dois títulos seguidos no Girls On Fire e Protocolo Evolução #2 em cima da Gamelanders.

A B4 teve mais um triunfo no final do ano que foi o Protocolo Evolução #3, no qual bateram por 2 a 0 a Vivo Keyd Athenas na decisão. A equipe ficou em 2° no VALORANT All Stars, Game Changers Series Brasil 2 e Girl Power #3 e ocuparam o 3° lugar na 2ª etapa da Copa Rakin 2021

Recentemente a atleta comunicou a saída da B4 Angels, a jogadora de apenas 18 anos de idade está na mira da Gamelanders para formar o novo quinteto feminino para 2022.

CampeonatoClassificação
Women’s Community FestivalCampeã
Protocolo Gêneses #1Vice-campeã
WCF MastersCampeã
Girl Power #2Vice-campeã
Protocolo Gêneses #2Vice-campeã
Protocolo Gêneses #3Vice-campeã
Rivals Women’s Cup #33º Lugar
Protocolo Gêneses #4Vice-campeã
Game Changers Series Brasil 1Vice-campeã
Spike LadiesCampeã
Protoclo Evolução #1Vice-campeã
Girls On Fire Campeã
Protocolo Evolução #2Vice-campeã
SBT VALORANT All StarsVice-campeã
Protocolo Evolução #3Campeã
Protocolo Evolução #43º/4º Lugar
Copa Rakin3º Lugar
Game Changers Series Brasil 2Vice-campeã
Girl Power #3Vice-campeã

ABRAÇADA PELA B4 E RIVALIDADE

Entre idas e vindas, Angels e Purple se enfrentaram 12 vezes durante 2021. O confronto se tornou um clássico no cenário feminino. Contudo, isaa não esperava que os diversos jogos contra as rivais se tornaria algo recorrente no ano.

“No primeiro WCF que tivemos a primeira final contra elas, eu não lembro quantas pessoas, só sei que tinha muitas pessoas assistindo e na época, um jogo do cenário feminino para aquilo era algo que ninguém esperava.”

Já no meio do ano, além de se preocupar com os campeonatos, a equipe teve que dividir o tempo e atenção para achar uma nova casa para defender no restante de 2021.

“A gente tinha reunião pra cá, ver isso, ver aquilo, x coisas e a gente acabou perdendo muito treino na época por causa disso. Então foi conturbado, mas acabou que no final foi muito bom porque a B4 é realmente uma organização muito boa. O Antônio Pedro Cardoso (CEO) sempre apoiou e realmente acreditava no projeto, então foi algo muito bom.”

A relação do time feminino de VALORANT com a B4 era algo predestinado. Já elogiado muitas vezes pelas atletas no decorrer do fim do ano, isaa comentou que a organização sempre deu muita atenção para todas as jogadoras.

“Eles realmente motivavam a gente e ajudavam com o que a gente precisava, então não tínhamos nenhuma dor de cabeça com a organização. Muito pelo contrário, eles estavam lá para ajudar com o que precisávamos, então foi muito boa a experiência.”

Divulgação/B4

A 2ª MELHOR NO BRASIL EM NÚMEROS

Em um ano com seis títulos por duas organizações diferentes, isaa foi um dos grandes destaques não só das Angels, como no cenário todo feminino de VALORANT. Prova disso é o fato da atleta ter figurado em 18 listas de melhores jogadoras produzidas pelo VALORANT Zone ao longo da temporada, acumulando 363,6 VZone Points.

isaa em 2021

  • Girl Power #3 – EVP
  • Game Changers Series Brasil 2 – EVP
  • Copa Rakin #2 – EVP
  • Protocolo Evolução #4 – EVP
  • Protocolo Evolução #3 – EVP
  • SBT All Stars VALORANT – EVP
  • Protocolo Evolução #2 – EVP
  • Girls on Fire – MVP
  • Protocolo Evolução #1 – EVP
  • Protocolo Gêneses #4 – EVP
  • Protocolo Gêneses #2 – EVP
  • Girl Pwr 2 – MVP
  • WCF Masters – EVP
  • Protocolo Gêneses #1 – EVP
  • Women’s Community Festival 2021 – EVP

A jogadora, que já fez todas as funções no time, revelou que, é muito mais fácil ter bons números com um só agente, do que com vários.

“Nunca teve um boneco específico que eu falei ‘nossa, vou jogar só com ele’. Eu sempre fui o tipo de pessoa que, na ranked, eu pegava o que sobrava. Então eu já estava acostumada a jogar com muitos bonecos. Não sei, acho que tenho uma leve facilidade para aprender.”

Apesar de ter usado mais a Jett, Reyna e Skye, a atleta opinou quais são os agentes mais fáceis e difíceis de jogar. “Viper, é um boneco complicado. O mais fácil, Reyna, mata e cura.”

A atleta encerra 2021 com um ACS de 241.4, ADR de 153.8, KD de 1.27 e um KPR de 0.87. Além disso, isaa apareceu em diversas listas como EVP e também foi MVP de outros dois torneios ao longo do ano. Veja abaixo a lista completa:

Números dos três últimos meses. Foto: Arte por VZone.

2022 E PREVISÕES

Em relação a 2022, isaa foi direta em relação a expectativa. “Acho que não só a minha, mas como a de muita gente no cenário é essa, que é passar para o mundial feminino”. Além disso, a jogadora citou que 2021 foi um ano bom, mas que quer muito mais. “Eu acho que não fiz nem 10% do que eu posso e eu quero crescer muito mais no cenário.”

Sobre as indicações nas categorias do Prêmio eSports Brasil 2021, isaa lembra como se fosse ontem quando descobriu que estava entre as finalistas. “Isso foi muito louco, eu lembro que estava almoçando e do nada começaram a me marcar no Twitter e eu, “que isso?”. Eu ainda fui finalista, pra mim foi uma grande honra, foi algo que eu sempre acompanhei e foi uma surpresa muito positiva.”

No bold predicition, que nada mais é que os possíveis nomes que podem brilhar em 2022 e aparecer na lista de melhores jogadores do VZone, isaa citou Giulia “Lisaa” Lissa.

“A Lisaa é muito nova, lembro uma vez que eu treinei contra ela e nossa, eu passei mal, eu nunca vou esquecer esse treino. Mas ela é realmente muito boa essa menina.”

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