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A importância de torneios para mulheres no VALORANT

Convidadas discutem e expressam relevância de campeonatos femininos.

A importância de campeonatos voltados ao público feminino ainda é muito questionada e, sabendo desse fato, a pauta foi discutida pelas convidadas e pela repórter do VALORANT Zone Mickaelly Schmidt na 10ª edição do Spike Plant.

A realidade feminina no esport ainda é muito conturbada. Machismo e sexismo são apenas os principais alicerces pra esse cotidiano desagradável, já que atuam diretamente nos costumes, pensamentos e ações dos seres humanos.

Quando comentei da ideia de um campeonato feminino, vieram me contestar sobre o porque de não ser misto e respondi: gente, infelizmente tem uma coisa chamada machismo“, recorda a idealizadora do torneio feminino Girl Power Letícia Motta.

A recorrência de discursos que desvalorizam o esforço do trabalho feito por mulheres é ilógica, e o sucesso nunca é inferido como fruto de competência.

DESAFIOS DO CENÁRIO MISTO

Jogadores que não aceitam jogar com mulheres, público tóxico e importunação sexual são apenas alguns dos desafios que jogadoras que buscam a profissionalização enfrentam.

Em vista disso, a competidora Ana “Naxy” Beatriz, que participa de um cenário feminino pela primeira vez desde o ingresso nos esports em 2012, relembra quão deturpada era sua visão em relação à relevância de um cenário fechado para mulheres.

Segundo a atleta, seu eu do passado “não conhecia nada, foi introduzido no meio e tinha contato apenas com homens“. Então, a realidade de mulheres simplesmente não era discutida: “Eu escutei: ‘Naxy, como você aguentou tanto tempo?’ de meninas que eram boas, Radiantes“.

A jogadora alega que, com o passar do tempo, “você entra em times, vai levando porrada e abre sua cabeça“, e enfatiza quão transformador foi questionar e discutir com mulheres a vivência nos esportes eletrônicos.

Hoje eu falo que é necessário […], e as pessoas só vão compreender se saírem da sua própria bolha“. Ana relata a realidade nua e crua: “existiam dias que eu só sentava e chorava a noite inteira por coisas que você sabe que não aconteciam com todo mundo mas acontecem com você. Eu aguentei tendo que lidar com o psicológico f#*@ porque é meu sonho, eu quero mostrar que posso“.

EXPERIÊNCIA COMPETITIVA

Torneios inteiramente femininos também são responsáveis por dar o pontapé inicial de experiência competitiva de muitas mulheres que desejam trabalhar com esports desde jogadoras, narradoras, analistas e todas as categorias são beneficiadas da exposição de trabalho que esses eventos podem proporcionar.

Se a gente não estiver em evidência, fica difícil as pessoas conhecerem a gente. Principalmente no VALORANT, que cada personagem tem sua própria particularidade, então é um estudo muito grande“, afirma Fernanda Piva, comentarista de VALORANT, Free Fire e CS:GO.

Para Natalia “imnat1” Meneses, ex-jogadora profissional de CS:GO, competidora e comentarista de VALORANT, também é uma forma de resistência, já que “fazer um ambiente completamente feminino é uma maneira de descer guela abaixo de quem não nos dá credibilidade é falar: a gente tá aqui, fazendo um bom trabalho, aceita“.

Imnat1 afirma que a exposição é necessária até que olhem para mulheres com naturalidade “vão olhar pra Letícia (Motta) até que parem de falar […] que tem Nicolino, FV e uma mulher“. Letícia Motta, por sua vez, assegura que os objetivos com seu torneio Girl Power são mostrar pra mulheres que elas podem, e tornar possível que se profissionalizem nos esportes eletrônicos.

REPRESENTIVIDADE

Durante a discussão, as convidadas citam quão difícil é mostrar pra família qual a profissão almejada, principalmente com a custosa busca por diversas imagens femininas no mercado.

Letícia Motta cita a entrevista que fez com o jogador profissional de CS:GO Gustavo “SHOOWTiME” Gonçalves, que ele menciona que pra família aceitar que é uma carreira viável, precisa ser palpável.

Infelizmente, o apoio familiar para a inserção no mercado de jogos eletrônicos ainda é muito custoso, ainda mais com a ausência de representação do seu ‘eu’ em figuras públicas reconhecidas. “Num dia que eu chorei, falei pra minha mãe que não aguentava mais. Ela falou pra mim: se nenhuma mulher conseguiu, então você vai ser a primeira. Sempre teve a primeira, porque você não pode ser ela?” relembra Naxy.

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